Educacão precária impede acesso à informação, diz representante da Unesco

A liberdade de imprensa foi tema de debate nesta segunda-feira (2) pelo Conselho de Comunicação Social  Roque de Sá/Agência Senado

Educacão precária impede acesso à informação, diz representante da Unesco

  

Paulo Sérgio Vasco | 02/05/2016, 19h40 - ATUALIZADO EM 02/05/2016, 20h55

O Conselho de Comunicação Social, órgão auxiliar do Congresso Nacional, realizou nesta segunda-feira (2) debate em comemoração ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado em 3 de maio. Durante o encontro, os participantes discutiram os limites da atividade jornalística, o uso da tecnologia no setor educacional e seu papel no acesso à informação.

Segundo o coordenador de Comunicação e Informação da Unesco no Brasil, Adauto Soares, a educação é o setor que apresenta mais atraso no uso da tecnologia. A falha compromete a formação das gerações futuras, que crescem com dificuldades de assimilar e decodificar adequadamente as informações difundidas pelos meios de comunicação.

Para Adauto Soares, o Brasil ainda convive com escolas sem luz elétrica e com professores que nunca entraram em contato com computador, simplesmente porque o sistema educacional não avançou no uso da tecnologia.

Em sua exposição, Adauto também defendeu a alfabetização midiática, e disse que, para a Unesco, o desenvolvimento tecnológico pelos alunos de todo o mundo é “muito mais que bem vindo”. Ele também citou dados do Conselho Gestor da Internet no Brasil, segundo os quais a população brasileira reduziu seu interesse em pesquisa e educação, e avançou em temas ligados a entretenimento e compras.

— Percebemos que a rede incita as pessoas a produzir coisas construtivas, transformadoras. Mas, por outro lado, pode ser inutilizada por outra parte da população. A pergunta é: a internet vai promover avanços e liberdades ou mais escravismo, diferença e divisões? — indagou.

Liberdade de expressão

Na mesma reunião, o CCS aprovou nota alusiva ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. Assinada pelo presidente do órgão, Miguel Ângelo Cançado, a nota repudia qualquer tentativa de cerceamento da atividade da imprensa e condena as agressões sofridas ultimamente pelos profissionais da mídia e pelas empresas de comunicação.

Na avaliação da conselheira Patrícia Blanco, a liberdade de expressão é uma batalha diária enfrentada pelos profissionais da comunicação, conforme apontam relatórios da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).

— Nos últimos anos, o Brasil tem passado intolerância acima do ponto em relação aos jornalistas. O público não está aceitando a pluralidade de idéias, e isso é muito grave, pois inibe a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e a atividade jornalística — afirmou.

O conselheiro Davi Emerich, por sua vez, ressaltou que os cidadãos “entraram de cabeça e alma na modernidade”, e cobrou a criação de mecanismos de apuração de credibilidade nos meios de comunicação, especialmente na internet. Davi também defendeu o aprimoramento do debate sobre liberdade de expressão pelo Conselho de Comunicação Social.

Retransmissoras

No mesmo debate, os conselheiros aprovaram a realização de audiência pública, em data a ser definida, sobre as retransmissoras de TV localizadas na Amazônia Legal. A preocupação com a atuação das retransmissoras foi manifestada pelo senador Wellington Fagundes (PR-MT), em reunião anterior do CCS.

Wellington Fagundes observa que, apesar de exercerem papel de destaque na integração nacional, as retransmissoras operam sem um diploma legal que lhes dê segurança de continuidade na transmissão de seus sinais. No Brasil há 600 geradoras de TV e mais de 15 mil retransmissoras, sendo 1.737 localizadas na Amazônia Legal.

 

Agência Senado

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