Nova medida contra a guerra cambial

 

07/01/2011 14:23
 

Deputados aprovam medida do BC para conter desvalorização do dólar

 

 

O Banco Central (BC) anunciou na quinta-feira (6) uma nova medida contra a guerra cambial. Para conter a desvalorização do dólar, que chegou a custar R$ 1,65 no começo de janeiro, valor mais baixo desde setembro de 2008, o BC vai obrigar os bancos a depositar compulsoriamente 60% da posição de câmbio vendida que exceder o menor dos seguintes valores: US$ 3 bilhões ou o montante equivalente ao patrimônio de referência do banco. A iniciativa foi avaliada positivamente por deputados ligados à área econômica tanto da oposição quanto do governo.

O objetivo da medida é segurar a queda do dólar e conter a especulação, ao reduzir a venda de dólares pelos bancos. Atualmente, com as importações e o turismo no exterior crescendo, os bancos vendem mais dólares do que compram. Como não têm todos os dólares que venderam em caixa, as instituições recorrem ao mercado internacional para captar a moeda e apostam na desvalorização do dólar para comprar mais barato do que venderam ao cliente e lucrar com a operação.

O dólar muito baixo prejudica o setor exportador, já que derruba os preços das mercadorias; e pode causar a desindustrialização do País, pois as empresas nacionais não têm como competir com o preço dos produtos importados.

Estabilidade
Para o 2º vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, deputado Evandro Milhomen (PCdoB-AP), essa ação do BC é fundamental para manter a estabilidade conquistada pela economia brasileira. “O dólar ainda tem influência forte na nossa economia e, por isso, é fundamental o acompanhamento constante do câmbio, para que a gente não tenha nem inflação, nem deflação e nem prejuízo para as exportações. Se não lidarmos com essa questão, corremos o risco de entrar novamente na mesma ciranda de crises financeiras anteriores”, disse Milhomen.

Já o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), integrante da comissão, afirmou que a exigência do depósito pelo BC vai evitar que instituições financeiras e empresas “embarquem em aventuras cambiais”. Jardim alertou, no entanto, que a iniciativa não é suficiente para resolver a questão cambial no longo prazo. “São medidas corretas, mas insuficientes, porque só disciplinam a ação de bancos e empresas”, ressaltou.

O deputado defende que haja uma distinção entre o dinheiro que chega ao País para investimentos de médio e longo prazo e o capital meramente especulativo, com tratamento tributário diferente e a instituição de um período de quarentena em que a conversão de dólares em reais não pudesse ocorrer. “Alguns dirão que isso é controle de capital e que é uma visão intervencionista, mas esse procedimento já é utilizado há muito tempo no país considerado referência para a América Latina, o Chile, que utiliza quarentena e períodos de permanência mínima do capital para preservar seus interesses.”

Comissão geral
Evandro Milhomem e Arnaldo Jardim consideram que o Congresso deve ser um dos protagonistas das discussões sobre o andamento da política econômica e cambial. “Essa questão não pode ficar só no âmbito do governo federal, o Congresso tem de chamar todas partes envolvidas para o debate e avaliar, junto com o governo, quais medidas executivas e legislativas que devem ser tomadas”, disse Milhomen.

Jardim sugere a realização de uma comissão geralA sessão plenária da Câmara pode ser transformada em comissão geral para debater assunto relevante, projeto de iniciativa popular ou para ouvir ministro de Estado. A diferença entre os debates ocorridos durante a votação de matérias e a comissão geral é que, nessas ocasiões, além dos deputados, são convidados a falar representantes da sociedade relacionados ao tema debatido. sobre o tema, em que os ministros da equipe econômica seriam chamados para debater com os deputados no Plenário da Câmara. “Eu espero que a comissão geral não seja simplesmente vir o representante do governo para dizer que está tudo bem e alguns deputados querendo fazer agrados ao governo defendendo os dirigentes da economia. Se fizermos um debate franco, profundo, discutindo as alternativas sem conotações de oposição ou situação, a Câmara pode contribuir muito para esse debate”, destacou.

 

 

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Marcos Rossi - Agência Câmara

Notícias

Sócio deve indicar localização de empresa em execução

Sócio deve indicar localização de empresa em execução Sócio deve indicar localização de empresa em execução Quando duas partes são rés em ação trabalhista e a empresa, devedora primária, não é localizada para ser executada, cabe ao sócio, devedor secundário, indicar os meios que isso ocorra e...

STJ restabelece prazo de validade para crédito de celular pré-pago

31/10/2013 - 21h40 DECISÃO STJ restabelece prazo de validade para crédito de celular pré-pago As operadoras de telefonia celular estão momentaneamente liberadas para continuar adotando prazos de validade para os créditos comprados pelos usuários do serviço pré-pago. A decisão foi dada pelo...

Súmula 500 reconhece corrupção de menores como crime formal

28/10/2013 - 10h57 SÚMULAS Súmula 500 reconhece corrupção de menores como crime formal A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou a Súmula 500, que trata do crime de corrupção de menores. Com a decisão, os ministros consolidaram o entendimento de que, para a caracterização do...

Jurisprudência mineira - Direito de família - Adoção de menor

Jurisprudência mineira - Direito de família - Adoção de menor - Ausência de pedido de perda do poder familiar da genitora - Impossibilidade DIREITO DE FAMÍLIA - ADOÇÃO DE MENOR - AUSÊNCIA DE PEDIDO DE PERDA DO PODER FAMILIAR DA GENITORA - IMPOSSIBILIDADE - NECESSIDADE DE PROCEDIMENTO PRÓPRIO -...