O eleitor, esse idiota

Extraído de ClippingMP

O eleitor, esse idiota

Autor(es): Plácido Fernandes
Correio Braziliense - 08/04/2011

Parece inacreditável. Mas não é. Num país onde sempre falta dinheiro para a saúde, a educação, as estradas, o Congresso Nacional trama mais um assalto ao bolso dos brasileiros. O golpe da vez se chama financiamento público de campanha. Faz parte da reforma política ora em discussão na Câmara e no Senado. Em tese, a artimanha se destina a acabar com o caixa dois e o financiamento ilegal. Mas só um demente acreditaria nisso. E, como bem sabemos, não há tolos no Poder Legislativo em Brasília. O mais bobo deles, costuma brincar um colega jornalista, é capaz de consertar relógio embaixo d’água usando luvas de boxe.

Pois é. Eles não se cansam de tripudiar sobre o dinheiro que pagamos via impostos. E qualquer piada serve de justificativa ao avanço sobre recursos que poderiam, por exemplo, serem usados para tirar o país das trevas no ensino fundamental e médio nas escolas públicas. Em vez de cotas para que alunos dessas escolas cheguem às melhores universidades, os nobres parlamentares deveriam brigar pela excelência na qualidade da educação oferecida pelo Estado. Assim, o estudante pobre — negro, pardo, branco, amarelo — chegaria à faculdade pela porta da frente. Respaldado pelo conhecimento. E não por uma compensação porque estudou em escola ruim.

E vejam só: hoje, parte dos impostos arrecadados já banca a verba partidária. Só este ano, mais de R$ 400 milhões vão irrigar os cofres dos partidos. Sem contar outros R$ 200 milhões destinados à propaganda eleitoral no rádio e na TV, que nada tem de gratuita, pelo menos para a sociedade. Na verdade, trata-se de renúncia fiscal. É o Estado abrindo mão de receita para bancar proselitismo político.

Nos Estados Unidos, Obama pretende arrecadar US$ 1 bilhão para a campanha da reeleição. Mas terá de convencer os eleitores a doar a dinheirama. No Brasil, convencer o eleitor a doar? Nem pensar! Sem a sua permissão, eles pretendem usar seu dinheiro para fazer campanha e ainda terão a cara de pau de, mais uma vez, pedir seu voto. Mas prometem: daqui pra frente, nada de mensalão, recursos não contabilizados, caixa dois, doações ilegais... Até que um novo Durval prove o contrário.
 

Notícias

Por uma Justiça eficiente

  PEC dos Recursos aumenta a segurança jurídica Por Cezar Peluso   Minha proposta de emenda constitucional conhecida como PEC dos Recursos ataca frontalmente dois dos mais graves, se não os dois mais graves problemas do sistema judicial brasileiro: a lentidão dos processos e a...

CNI contesta obrigatoriedade imposta à indústria automobilística

Segunda-feira, 06 de junho de 2011 CNI contesta obrigatoriedade imposta à indústria automobilística   A obrigatoriedade de inserção de uma mensagem de caráter educativo na publicidade de produtos da indústria automobilística, introduzida no Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97)...

No futebol o STJ fica no banco

05/06/2011 - 10h00 ESPECIAL STJ coloca time de ministros em campo para decidir sobre o mundo do futebol Não é só entre as balizas que os juízes definem o resultado do jogo. Quando o meio de campo embola, outros juízes têm que entrar na partida com bem mais que um apito e 17 regras. No mundo do...

Brasil triplica agricultura sem desmatar mais

06/06/11 - 00:00 > AGRONEGÓCIOS Brasil triplica agricultura sem desmatar mais Daniel PopovBruno Cirillo São Paulo - O Brasil pode triplicar sua produção agrícola sem a derrubada de uma única árvore. Nos últimos 25 anos, a produtividade agrícola deu um salto enorme no País: a do feijão cresceu...

"Processo eletrônico exclui cidadão do Judiciário"

OAB denuncia: processo eletrônico caótico exclui cidadão do Judiciário Belo Horizonte (MG), 03/06/2011 - O Colégio de Presidentes do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) denunciou hoje (03) o fato de o processo eletrônico estar excluindo o cidadão da Justiça brasileira. Em...