Representantes da indústria reclamam da perda de competitividade

Representantes da indústria vão ao Senado reclamar da perda de competitividade

06/07/2011 - 15h36
Economia
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Representantes da indústria participaram hoje (6) de uma audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para tratar das dificuldades vividas pelo setor. A alta carga tributária, a competição com produtos chineses e o crescimento das exportações de commodities (produtos básicos com cotação internacional) em detrimentos dos produtos industrializados foram apontados como os principais motivos para o recuo da indústria nacional.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Luiz Aubert Neto, o atual modelo econômico brasileiro tem provocado uma “reprimarização” da economia, uma referência à vocação exportadora de produtos primários. Já o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, estimou que o Brasil deixará de criar, este ano, cerca de 200 mil vagas de emprego em virtude do déficit da balança comercial do setor. “Esse empregos serão gerados na Ásia e não no nosso país”, alertou Diniz Filho.

Pesquisa feita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em fevereiro mostrou que 45% das empresas nacionais que competem com produtos da China aqui no Brasil perderam participação no mercado e que 67% das empresas brasileiras exportadoras que concorrem com a China no mercado externo perderam clientes.

Durante a audiência pública, os representantes da indústria reclamaram do chamado custo Brasil, destacando a valorização cambial de 39% do real frente ao dólar desde 2003, o aumento da carga tributária e a maior taxa de juros na comparação com os principais países desenvolvidos e emergentes do mundo.

Segundo a CNI, o custo da mão de obra no Brasil dobrou nos últimos cinco anos, enquanto na França esse aumento ficou em 30% no mesmo período, 41% na Itália e -1,6% em Taiwan.

Para estancar o processo de desindustrialização e fazer com que o país acelere o crescimento, o setor industrial sugeriu, entre outras medidas, a desoneração dos investimentos e do setor de exportação, a redução da carga tributária que incide sobre a folha de pagamento e a fixação de percentuais de conteúdo nacional mínimo para as compras governamentais, concessões públicas e projetos privados financiados com recursos públicos.

Edição: Vinicius Doria
Agência Brasil

 

Notícias

Mulher comprova união estável e garante direito ao benefício

Mulher comprova união estável e garante direito ao benefício 26/02/2024 - 16h49 Atualizada em 26/02/2024 - 16h51 A Unidade de Atendimento Avançado da Justiça Federal do RS em São Luiz Gonzaga (RS) garantiu o direito à pensão por morte de companheiro a uma moradora da zona rural de Santo Antônio das...

Marco das Garantias: o que mudou para os novos negócios no setor financeiro

OPINIÃO Marco das Garantias: o que mudou para os novos negócios no setor financeiro Karina Ribeiro Delarmelina Pedro Duarte Pinho 20 de fevereiro de 2024, 15h22 Diante disso, fica a pergunta: afinal, alguma ferramenta do novo Marco Legal das Garantias serve aos novos negócios do setor...

Regra de impenhorabilidade vale para conta corrente se preservar sobrevivência

CONTA CORRENTE E APLICAÇÕES Regra de impenhorabilidade vale para conta corrente se preservar sobrevivência Danilo Vital 22 de fevereiro de 2024, 14h16 A impenhorabilidade de valores de até 40 salários mínimos depositado em caderneta de poupança está prevista no artigo 833, inciso X do Código de...

“MEUS BENS, TEUS BENS”: UNIÃO PARA MAIORES DE 70 ANOS GERA DISCUSSÃO

“MEUS BENS, TEUS BENS”: UNIÃO PARA MAIORES DE 70 ANOS GERA DISCUSSÃO Regime de separação de bens agora pode ser afastado por escritura pública. Entenda como e por quê O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu, em primeiro de fevereiro, que o regime obrigatório de separação de bens nos casamentos e...