Saúde bucal

28/12/2010

 
População brasileira está entre as que têm baixa incidência de cáries

Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

 

Brasília - O Brasil está entre os países cuja população tem baixa incidência de cáries. Metade das crianças brasileiras com 12 anos não tem cárie, e 17,5 milhões de brasileiros passaram a ir ao dentista entre 2003 e 2008. Parte disso se deve ao aumento de investimentos feitos pelo governo federal em programas de saúde bucal. Os dados constam da Pesquisa Nacional de Saúde Bucal (SB Brasil 2010), apresentada hoje (28) pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

“São números que impressionam. Aumentamos de R$ 56 milhões para R$ 600 milhões o investimento na área e criamos emprego para 20 mil odontólogos. Foram 5,5 mil novos consultórios odontológicos. Começamos com 51 e ano que vem chegaremos a 160 consultórios móveis [para atender as localidades mais remotas]. São 20 mil equipes de saúde bucal”, disse o ministro.

O objetivo principal da pesquisa – que abrange 177 municípios de todas as unidades federativas do país – é o de conhecer as condições de saúde bucal da população brasileira em 2010 e manter uma base de dados eletrônica que subsidiará a Política Nacional de Saúde Bucal.

Dessa forma, o governo pretende reorganizar a prática e a qualificação das ações e serviços em saúde bucal, visando a ampliar o acesso ao tratamento odontológico gratuito aos brasileiros. “Essa pesquisa ajudará, ainda, na otimização da aplicação de recursos públicos no setor, de forma a melhor planejarmos as próximas ações”, afirmou o coordenador nacional de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, Gilberto Pucca.

A pesquisa tem por base um índice da Organização Mundial da Saúde (OMS), denominado CPO. Ele identifica a incidência de cáries, próteses e obturações em cada pessoa entrevistada. Com os avanços recentes, o Brasil passou a integrar o grupo de países com baixa prevalência de cárie.

Para estar nesse grupo, o indicador CPO tem de estar entre 1,2 e 2,6. Na América do Sul, apenas quatro países ocuparam esse patamar: Chile (1,9), Brasil e Venezuela (2,1) e Colômbia (2,3). Em 2003, o Brasil registrava um índice de 2,8. Atualmente, esse índice está em 2,1.

“Avançamos em todas as regiões, exceto na Região Norte, devido a características particulares e peculiaridades”, disse Pucca, referindo-se à constatação de que tecnologias com portabilidade mais adequados – aparelhos menores para serem usados em nas unidades móveis – deverão ser levadas em consideração nas próximas ações. “Esse é um problema a ser resolvido [pelo próximo governo]”, acrescentou Temporão.

Outros problemas a serem solucionados são a capacidade de produção de próteses, que encontra-se abaixo da demanda, e o atendimento a crianças de até 5 anos, que ainda têm dentes de leite. Enquanto o Sistema Único de Saúde (SUS) tem condições de produzir apenas 500 mil próteses, há uma demanda de 3 milhões de próteses totais (dentes superiores e inferiores) e de 4 milhões para próteses parciais.

“Esses continuarão sendo nossos desafios. Para a questão da prótese, a solução pode ser uma parceria com a iniciativa privada", disse o ministro. Segundo a pesquisa, 80% das crianças até 5 anos, com dente de leite, ainda não tiveram tratamento. "Isso também precisa ser melhorado, apesar de termos reduzido em 17% a incidência de cáries em dentes de leite”, acrescentou.

De acordo com a pesquisa, entre os adolescentes de 15 e 19 anos houve redução de 30% do CPO, de 2003 a 2010. Nessa faixa, 18 milhões de dentes deixaram de ser atacados pela cárie. Além disso, caiu de 27% para 13% o número de adolescentes que sofreram algum tipo de perda dentária. No grupo de adultos, com idade entre 35 e 44 anos, a queda do CPO foi de 19% em sete anos, passando de 20,1 para 16,3.

Na comparação entre 2002 e novembro de 2010, o número de equipes foi ampliado de 4.261 para 20.300, atendendo 85% dos municípios. Em 2002, apenas 41% deles tinham o serviço.

O governo distribuiu, ainda, 72 milhões de kits de saúde bucal contendo escova e pasta de dente, e o número de dentistas trabalhando em postos de saúde foi ampliado de 40.205 para 59.258. Atualmente, 30% dos dentistas do país trabalham no programa.

 

Edição: Talita Cavalcante

Agência Brasil

 

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