ONU prevê oceanos com temperaturas mais altas e menos oxigênio

ONU prevê oceanos com temperaturas mais altas e menos oxigênio

Publicado em 25/09/2019 - 09:38  Por RTP (emissora pública de televisão de Portugal)  -

O Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC), criado pelas Nações Unidas (ONU), apresentou nesta quarta-feira (25) um relatório dedicado aos efeitos das alterações climáticas nos oceanos e nas massas de gelo permanentes da Terra. A devastação dos mares e das regiões geladas devido às alterações climáticas é o grande problema apontado no documento.

É urgente priorizar "ações oportunas, ambiciosas e coordenadas" de forma a enfrentar estas mudanças "sem precedentes e duradouras" nos oceanos e na criosfera – regiões cobertas por gelo e neve permanentes e que constituem 10% da superfície do planeta –, alerta o relatório.

Durante este século, os oceanos poderão sofrer alterações "sem precedentes", com temperaturas mais altas, água mais ácida, menos oxigénio e condições alteradas de produção de recursos.

O gelo das regiões geladas, como o Ártico por exemplo, estão derreteno a um ritmo nunca antes registado e, em consequência, o nível dos oceanos está elevando pondo em causa a vida de mais de milhões de pessoas, advertem os cientistas no documento.

O IPCC estabelece que "o oceano e a criosfera acolhem habitats únicos e estão ligados a outros componentes do sistema climático através de trocas globais de água, energia e carbono".

A verdade é que cerca de "670 milhões de pessoas nas regiões de alta montanha e 680 milhões de pessoas nas zonas costeiras mais baixas dependem diretamente destes sistemas". Por exemplo, pelo menos "4 milhões de pessoas vivem permanentemente na região do Ártico" e serão afetadas com o degelo e a subida do nível do mar.

Este relatório destaca, ainda, os benefícios de uma adaptação "ambiciosa e eficaz para o desenvolvimento sustentável" e os "custos e riscos crescentes de uma ação adiada".

Mais 1ºC
A temperatura global já "atingiu 1.ºC acima do nível pré-industrial", alertam os cientistas. Este aquecimento global deve-se às "emissões passadas e atuais de gases de efeito de estufa" e já há provas "esmagadoras de que isso pode provocar profundas consequências para os ecossistemas e as pessoas".

Os cientistas do painel constataram que os oceanos estão aumentando a temperatura desde 1970, absorvendo "mais de 90% do calor em excesso no sistema climático", com ondas de calor marinho duas vezes mais frequentes desde 1982.

"Ao absorver mais dióxido de carbono, o oceano sofreu um aumento da acidez à superfície", esclarecem os cientistas, considerando muito provável que 20 a 30% do dióxido de carbono (CO2) emitido pela atividade humana desde 1980 foi parar no oceano e provocou uma perda de oxigénio desde a superfície marinha até aos mil metros de profundidade.

O problema é que com o degelo e a diminuição permanente das massas geladas ameaça libertar ainda mais dióxido de carbono e, assim, acelerar ainda mais esta devastação dos oceanos e da criosfera.O IPCC diz que esta subida do nível médio global dos oceanos foi acentuada no período de 2006 a 2015 em relação ao último século e a um ritmo de 3,6 milímetros por ano, atribuindo-a principalmente às massas de gelo e glaciares que derreteram.

Na Antártida, as perdas de gelo "triplicaram no período entre 2007 e 2016 em relação ao período 1997-2006", o relatório conclue com "confiança alta" que "a causa dominante da subida do nível médio do mar desde 1970 tem origem humana".

Os cientistas prevêem que a subida do nível dos oceanos atinja 15 milímetros por ano em 2100 e "vários centímetros por ano no século XXII". No entanto, não descartam a possibilidade de a subida do mar ser uma realidade anual ainda neste século.

Os cientistas do painel dizem que uma "redução urgente das emissões de gases de efeito estufa" pode limitar e desacelerar as mudanças nos oceanos e na criosfera, assim como possivelmente preservar "os ecossistemas e os meios de subsistência" que dependem dos oceanos.

Fonte: Agência Brasil

Notícias

Envio de notificação extrajudicial para endereço errado pode anular liminar

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024 Envio de notificação extrajudicial para endereço errado pode anular liminar O envio de notificação extrajudicial deve ser enviado ao endereço do devedor indicado no instrumento contratual, dispensando-se, por conseguinte, que a assinatura do aviso de recebimento...

"Responsabilidade pela Transferência e Débitos de Veículo"

"Responsabilidade pela Transferência e Débitos de Veículo" Publicado por Nascimento & Peixoto há 14 horas Essa decisão judicial tem implicações significativas e reforça a importância do cumprimento das obrigações legais relacionadas à compra e venda de veículos, incluindo a transferência de...

Justiça anula alteração de contrato social que incluiu menor incapaz

Justiça anula alteração de contrato social que incluiu menor incapaz Autorização para ingresso do menor deveria ter consentimento dos dois pais, mas só tinha da mãe. Da Redação segunda-feira, 29 de janeiro de 2024 Atualizado às 13:50 Para ingresso de menor absolutamente incapaz em sociedade, é...