'Brasileiro é contra imposto sobre grandes fortunas'
26/08/2011 - 13h11
Cristovam: por temer corrupção de políticos, brasileiro é contra imposto sobre grandes fortunas
As reações a pronunciamento feito na quinta-feira (25) pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) propondo estudo para taxar grandes fortunas no Brasil mostram que os brasileiros preferem que os recursos continuem com os "mega ricos" do que "nas mãos de políticos corruptos". O relato foi feito com preocupação pelo próprio senador, em discurso da tribuna nesta sexta-feira (26).
Cristovam propõe que se estude a possibilidade de adoção, no Brasil, de imposto sobre a renda e o patrimônio da parcela mais rica da população brasileira, a exemplo do que vem ocorrendo na França e nos Estados Unidos, onde os donos de grandes fortunas têm se mostrado favoráveis à medida.
- As manifestações contrárias que recebi não são em defesa dos muito ricos, mas uma desconfiança em relação ao Estado brasileiro, em relação a seus dirigentes, que somos nós: a presidenta Dilma, seus ministros, os partidos e seus presidentes - afirmou.
De acordo com o parlamentar, as manifestações mostram que há grave risco para a democracia e evidenciam a falta de credibilidade em relação àqueles que dirigem o país.
Mesmo com as reações contrárias, Cristovam manteve sua proposta de estudo sobre a viabilidade da taxação sobre as grandes fortunas. Conforme explicou, os críticos da medida argumentam que a Receita Federal não teria capacidade de implementar a arrecadação especial e também questionam o desejo dos ricos brasileiros de contribuir para o enfrentamento da crise fiscal.
E frente ao temor de desvio da nova arrecadação, ele sugeriu que os recursos "não entrem na vala comum sujeita à corrupção", mas que sejam vinculados a um fundo de financiamento da educação.
- Vou insistir nesse estudo, na Comissão de Assuntos Econômicos, copiando o patriotismo e a competência de empresários de outros países, que eu gostaria de ver replicado dentro do nosso país - reforçou.
Da Redação / Agência Senado