Graça Foster: não há sentido em passar volatilidade dos preços aos consumidores

11/09/2012 - 20h40 Comissões - Petrobras - Atualizado em 11/09/2012 - 20h40

Foster: não há sentido em passar volatilidade dos preços aos consumidores

Paulo Sérgio Vasco

Em audiência pública nesta terça-feira (11), a presidente da Petrobras, Graça Foster, explicou que a política de preços da estatal tem como base cálculos de médio e longo prazos.

– Temos 100% do mercado de consumo de derivados. É importante que o mercado se firme, não faz sentido passar a volatilidade dos preços para nossos consumidores. A nós, que investimos de forma sistemática em vários segmentos da cadeia de petróleo e gás, interessa a estabilidade do presente e olhar para o futuro – afirmou.

Até 2020, explicou a presidente, o crescimento anual do mercado de derivados vai ser de 4,5%, o do diesel vai ficar em 65%; e o da gasolina vai ser de 23%, mesmo com o etanol estável no mercado. Quanto aos fertilizantes, o crescimento do consumo de amônia no Brasil nos últimos anos foi de 32%, contra 26% no resto do mundo.

Em relação ao pré-sal, Foster disse que a reserva ocupa uma posição muito vantajosa para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, estando localizada a apenas 300 quilômetros do mercado consumidor.

De 2002 a 2011, disse Foster, a produção de óleo no Brasil cresceu 73%, contra 12% no resto do mundo. A de gás cresceu 61%% (no mundo, 36%), e as reservas de óleo e gás tiveram crescimento de 73%, contra 36% no resto do mundo.

Foster lembrou ainda que, entre 2005 e 2010, 63% das reservas em águas profundas no mundo foram descobertas pela Petrobras.

– Em agosto de 2012, fizemos nove declarações de descoberta à ANP [Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis]. É o maior conhecimento, o maior nível de maturidade que atingimos na avaliação de nossos dados - afirmou.

Prejuízo

Em relação ao prejuízo de R$ 1,3 bilhão da Petrobras no segundo trimestre de 2012, Foster o atribuiu à desvalorização cambial, uma vez que 74% da dívida total da empresa estão atrelados ao dólar.

A Petrobras prevê US$ 236,5 bilhões em investimentos até 2016, disse Foster. Ela explicou que, além de empreendimentos em vários estados, como as refinarias no Ceará e no Maranhão, até 2020 serão construídas 49 sondas de perfuração, sendo 33 no Brasil.

Foster registrou ainda que, de 2002 a 2011, a produção da Petrobras cresceu 45%, contra 6% da Exxon. A produção da British Petroleum diminuiu 2%, a da Shell caiu 19% e a da Chevron cresceu 2%.

- A Petrobras teve um crescimento muito mais significativo que o das outras majors. Temos 84% do óleo dessa produção e, do gás, 16%. As outras companhias têm muito menos - afirmou.

Foster também acentuou que os investimentos da Petrobras passaram de R$ 7,6 bilhões, em 1999, para R$ 72,6 bilhões, em 2010. No mesmo período, o lucro líquido passou de R$ 1,8 bilhão para R$ 35,2 bilhões em 2010, “um patamar significativo de resultado liquido para companhia, em valores nominais”, afirmou.

A presidente da Petrobras ressaltou que a empresa está muito exposta a divida em dólar.

– Ficamos torcendo para a queda do câmbio, que causou algumas dificuldades, mas a Petrobras passa por esse momento de grande investimento – afirmou.

Sobrepreço em refinaria

Foster disse ainda não concordar “de forma alguma” que tenha havido sobrepreços em obras da estatal, como foi denunciado em relação à Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Ela informou que tem procurado construir um canal de comunicação com o Tribunal de Contas da União (TCU).

Foster disse que na Refinaria Abreu e Lima houve um erro básico de projeto no começo da obra. De lá para cá, esclareceu, houve variação cambial grande, juros de financiamento que não foram considerados e custos no refino internacional.

– A essência [do erro] foi no conceitual, em que cometemos erros pela inexperiência na construção da refinaria. A Petrobras passou mais de 30 anos sem construir uma refinaria – explicou.

A presidente da Petrobras, no entanto, defendeu a continuidade da obra e a participação da Venezuela no empreendimento, tendo em vista que o projeto foi elaborado para contemplar o transporte de petróleo entre os dois países.

Foster também afirmou que uma nova Petrobras está sendo construída com o passar do tempo.

– Temos a Petrobras de 2 milhões de barris de petróleo por dia, mas construímos para os próximos cinco anos a Petrobras de 4,6 milhões de barris de petróleo por dia. Temos hoje 350 empresas ligadas a Petrobras, o grande desafio hoje e recuperar a produção de petróleo, é dali que vem o caixa – afirmou.

 

Agência Senado

 

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