CNB-CF debate atuação notarial no combate à lavagem de dinheiro na Câmara dos Deputados

CNB-CF debate atuação notarial no combate à lavagem de dinheiro na Câmara dos Deputados em Brasília (DF)

Publicado em: 14/09/2016

Brasília (DF) - O Conselho Federal do Colégio Notarial do Brasil (CNB-CF), representado por seu presidente, Ubiratan Guimarães, participou na tarde desta segunda-feira (12.09) de audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), para debater o Projeto de Lei 4850/16, que propõe as 10 Medidas contra a Corrupção, de autoria do Ministério Público Federal (MPF) com base em mais de 2,5 milhões de assinaturas.

Ao lado do presidente da Comissão, deputado Joaquim Passarinho (PSD/PA), e do relator, deputado Onyx Lorenzoni (DEM/RS), o presidente do CNB-CF apresentou aos parlamentares o funcionamento do sistema notarial brasileiro e sua interconexão com o modelo do notariado latino praticado por outros 87 países do mundo, e que atuam em seus ao lado dos governos nacionais no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. Segundo Ubiratan, o notariado brasileiro pode contribuir muito com o debate em torno do aperfeiçoamento legislativo dentro da Comissão.

“Hoje o notariado brasileiro conta com a Central Notarial de Serviços Eletrônicos Compartilhados (CENSEC), que concentra a base de dados de todos os instrumentos públicos lavrados pelos Tabelionatos de Notas brasileiros, e que já utilizada por mais de 5 mil agentes públicos para consultas e membros da Polícia Federal e do Ministério Público para investigação criminal”, explicou. “O sistema foi todo desenvolvido pelo notariado, sem custos ao erário público, e está à disposição da sociedade”.

Para Ubiratan Guimarães, esta participação notarial pode ser ainda mais eficiente caso as transferências de bens imóveis e a constituição, a extinção e alteração de sociedade empresariais passem a ser realizadas por instrumento público. “Hoje atos realizados por instrumento particular não constam em uma base de dados nacional integrada, o que faz com que esta seja uma fragilidade para a investigação na transferência de bens imóveis e também na constituição de empresas que usam laranjas e testas de ferro”.

Utilizando como exemplo o notariado espanhol, Guimarães detalhou como se dá a comunicação de atos suspeitos de lavagem de dinheiro, após análise de um órgão central, formado por especialistas do mercado, baseados em indicadores pré-definidos do que são atos suspeitos de lavagem de dinheiro e corrupção. “A atuação do notariado espanhol no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro foi considerada modelo na União Europeia e o notariado brasileiro quer seguir este modelo”, afirmou.

Para o presidente do CNB-CF, as alterações legislativas são vitais para que o notariado possa contribuir ainda mais decisivamente com o tema no Brasil. “Além disso, caso seja regulamentada uma lei geral do notariado, com a possibilidade de filiação obrigatória, como acontece com a OAB e o Conselho de Medicina, o próprio notariado poderá exercer uma auto-regulação da comunicação dos atos suspeitos”, disse.

Ao longo de sua explanação Ubiratan Guimarães também destacou pontos como a presença de notários em todo o território nacional, o ingresso na atividade por meio de concurso público e a fiscalização por parte do Poder Judiciário.

Também participaram da audiência pública o juiz de Santa Catarina Márlon Jacinto Reis, o ex-procurador de Justiça Lênio Luiz Streck, e o professor da PUC/RS Ricardo Jacobsen. Os notários, Filipe Andrade Lima, que coordena a Comissão de combate à lavagem de dinheiro do CNB-CF, e o vice-presidente da Seccional de São Paulo, Paulo Roberto Gaiger Ferreira, também estiveram presentes na audiência.

O deputado Onyx Lorenzoni disse que o projeto é uma chance de avançar em reformas no Congresso. “Mudanças importantes que poderiam durar no mínimo cinco anos, como foi com o Código Civil, podem ser concluídas em 8 meses”, e afirmou estar aberto a todas as sugestões
.

Fonte: CNB-CF
Extraído de Recivil

Notícias

Recebimento do DPVAT exige efetivo envolvimento do veículo em acidente

24/02/2011 - 08h08 DECISÃO Recebimento do DPVAT exige efetivo envolvimento do veículo em acidente É indevida a indenização decorrente do seguro de danos pessoais causados por veículos automotores de via terrestre, o DPVAT, se o acidente ocorreu sem o envolvimento direto do veículo. A decisão é da...

Função delegada

  Vistoria veicular por entidade privada não é ilegal Por Paulo Euclides Marques   A vistoria de veículos terrestres é atividade regulada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), em atendimento ao disposto nos artigos 22, inciso III, e artigos 130 e 131 do Código de Trânsito...

Compreensão do processo

  Relações de trabalho exigem cuidado com contrato Por Rafael Cenamo Juqueira     O mercado de trabalho passou por determinadas alterações conceituais nos últimos anos, as quais exigiram do trabalhador uma grande mudança de pensamento e comportamento, notadamente quanto ao modo de...

Portal da Transparência

CNJ lança Portal da Transparência do Judiciário na internet Quinta, 20 de Janeiro de 2011     Informações sobre receitas e despesas do Poder Judiciário federal estão disponíveis no Portal da Transparência da Justiça (https://www.portaltransparencia.jus.br/despesas/), criado pelo Conselho...

Dentista reclama direito a aposentadoria especial

Quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 Cirurgião dentista que atua no serviço público de MG reclama direito a aposentadoria especial Chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) Reclamação (Rcl 11156) proposta pelo cirurgião dentista Evandro Brasil que solicita o direito de obter sua aposentadoria...

OAB ingressará com Adins no STF contra ex-governadores

OAB irá ao Supremo propor cassação de pensões para os ex-governadores Brasília, 17/01/2011 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, afirmou hoje (17) que a OAB ingressará com ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) no Supremo Tribunal Federal contra todos...