Deputados divergem sobre o fim do exame da OAB

31/10/2012 12:37 

Deputados divergem sobre o fim do exame da OAB

 

Deputados presentes à audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle divergiram nesta manhã sobre o fim da exigência de aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para o exercício da advocacia. A comissão promove audiência pública sobre as propostas que tramitam na Câmara para acabar com o exame.

Na opinião de alguns deputados, como Ronaldo Caiado (DEM-GO), para garantir a qualidade no exercício da advocacia no Brasil, é preciso melhorar o ensino nas faculdades de Direito. “O governo deve ter coragem de fechar faculdades”, disse. “O grande enganado hoje é o jovem, formado em faculdades que não o qualificam”, completou. Para ele, esse jovem diplomado deve ter o direito de exercer a profissão, mas é preciso melhorar a qualidade do ensino.

Essa visão também foi defendida pelo deputado Edson Santos (PT-RJ). Segundo ele, o governo deve fechar as faculdades não qualificadas e fazer um acompanhamento criterioso do ensino superior. “É a faculdade que deve ser penalizada, não o jovem”, destacou. “Não cabe a um órgão como a OAB estabelecer condições para o jovem exercer a profissão”, complementou. Para Santos, o governo não deve interferir na decisão do Congresso. “O Legislativo deve decidir”, argumentou.

“Qualidade duvidosa”
O deputado Sibá Machado (PT-AC) lembrou que o Brasil tem o maior número de cursos de Direito no mundo e disse que a qualidade deles é duvidosa. “É muito fácil abrir um curso de Direito no Brasil”, ressaltou.

Já o deputado Nilton Capixaba (PTB-RO) destacou o baixo percentual de aprovação no exame da OAB. Na visão dele, isso ocorre porque o ensino é ruim. “Não é a prova da OAB que vai transformar esses graduados em bom profissionais”, disse.

O presidente da Comissão de Fiscalização, deputado Edmar Arruda (PSC-PR), também acredita que a aprovação do exame não atesta a qualidade do profissional. Ele criticou ainda o alto número de cursos. “Precisamos ser mais rigorosos na aprovação dos cursos”, afirmou. “Não precisamos de tantos advogados no País”, opinou.

Exame por tempo limitado
O deputado Eduardo Guimarães (PT-MG) defendeu a exigência do exame: “Em um mundo ideal, teremos condição de verificar cada um dos que exercem a profissão e fiscalizar com cuidado cada um dos cursos, e não por amostragem. Antes desse ponto, temos que proteger a sociedade, garantindo que terá um bom exercício da advocacia”.

O deputado José Mentor (PT-SP) também defende a manutenção do exame enquanto a qualidade do ensino não melhora. O deputado Vicente Candido (PT-SP) ressaltou que há países que promovem exames periódicos para atestar a competência do profissional. “Tem que ter esse tipo de cuidado com o aperfeiçoamento profissional nesta e em outras categorias”, disse.

O deputado Hugo Leal (PSC-RJ) também defendeu a existência da prova, mas apontou que é preciso analisar detalhes sobre a aplicação do exame, como o valor de inscrição. Ele também disse ser necessário investigar a existência de irregularidades. “Algumas mazelas precisam ser enfrentadas e situações dentro do exame precisam ser mudadas”, afirmou.


Reportagem – Lara Haje
Edição- Mariana Monteiro

Agência Câmara de Notícias
 
 


 

Notícias

Ação com penhora no rosto dos autos não trata de questões sobre o crédito

COISAS SEPARADAS Ação com penhora no rosto dos autos não trata de questões sobre o crédito Rafa Santos 20 de junho de 2025, 7h26 Na mesma decisão, o juiz também negou pedido de suspensão do processo e homologou a arrematação do imóvel e a expedição de carta de arrematação e mandado de imissão na...

Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida

Falta de aviso Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida Martina Colafemina 15 de junho de 2025, 15h52 Com efeito, ao menos em sede de cognição sumária, não há prova de que os autores tenham sido intimados pessoalmente, daí podendo derivar a nulidade do ato de consolidação da...

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual Milena Cintra de Souza O crescimento na procura da via extrajudicial para realização de inventários em todo o país e as novidades trazidas pela resolução 571/24 do CNJ. quinta-feira, 12 de junho de 2025 Atualizado às...