Enriquecimento sem causa

TJMT: Partilha extrajudicial deve ser respeitada

Qua, 14 de Dezembro de 2011 11:41

A Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, por unanimidade, negou provimento a Recurso de Apelação Cível ingressado por uma mulher em desfavor do ex-companheiro. A parte interpôs recurso em face de decisão de Primeiro Grau que julgara procedente a Ação Declaratória de Nulidade de Venda de Imóvel com Pedido de Reintegração de Posse, impetrada pelo ex-companheiro após negociação feita pela ex (sem consentimento dele) de um imóvel que havia ficado como propriedade dele.

A defesa da ex-mulher alegou que, no que concerne à dissolução de união estável, aplica-se quanto aos bens a regra geral, ou seja, aqueles adquiridos na sua constância deverão ser partilhados na proporção de 50% para cada parte, não podendo ser lesada em seu direito. Já o ex-marido afirmou ter convivido por 14 anos em união estável com a ex-companheira e que com a separação do casal houve partilha extrajudicial amigável dos bens. Segundo informou, a casa situada no Loteamento São Sebastião II ficou com o ex-companheira e o salão, localizado no bairro Nova Era, com ele.

No recurso, asseverou que a ex-mulher tentou desvirtuar as declarações das testemunhas sobre a partilha pelo fato de a sentença ser desfavorável a ela, buscando enriquecimento sem causa. Acrescentou que em nenhum momento a ex-companheira se refere ao Loteamento no Bairro São Sebastião II, que ficou com ela após a separação. Alegou, ainda, má fé da ex-mulher.

A relatora do processo, desembargadora Maria Helena Gargaglione Póvoas, destaca que nos autos consta que em 1992, durante a união estável, o então marido firmou contrato de compra e venda do imóvel localizado na Rua 11, Lote 24, quadra 08, no Loteamento Nova Era, pagando o preço integralmente. A vendedora comprometeu-se a fazer a outorga da escritura definitiva. “Após dissolução da união estável a apelante conseguiu que a vendedora do imóvel fizesse a outorga da escritura definitiva para seu nome, desrespeitando a partilha amigável dos bens anteriormente levada a efeito entre as partes através da qual uma casa situada no Loteamento São Sebastião II ficou para a apelante e o Salão localizado no Bairro Nova Era, objeto da controvérsia, para o apelado”, citou.

Duas testemunhas confirmaram a partilha amigável extrajudicial sustentada pelo ex-companheiro, mas a ex-mulher negou a existência dessa partilha, aduzindo que inexistiriam provas de que tivesse ocorrido, de forma que a escrituração do imóvel em seu nome seria válida. “Restando comprovado pelo conjunto probatório que quando da separação dos conviventes foram partilhados os dois imóveis amealhados durante a união, deve ser reconhecida a nulidade da escritura pública que outorga a propriedade do imóvel à parte a quem não tocou o imóvel quando da realização da partilha, sob pena de enriquecimento sem causa. Tenho que não há como acolher a pretensão da apelante, mantendo-se os termos da sentença recorrida que não merecem reformas”, concluiu.

A câmara julgadora, composta ainda desembargadora Clarice Claudino da Silva (revisora) e pelo desembargador Guiomar Teodoro Borges (vogal convocado), julgou improcedente a reconvenção, condenando a ex-mulher ao pagamento das custas e despesas processuais, fixadas em 10% sobre o valor da causa.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação do TJMT
Extraído de AnoregBR

 

Notícias

Pedido de justiça gratuita pode ser feito a qualquer tempo

Extraído de Veredictum Pedido de justiça gratuita pode ser feito a qualquer tempo by Max De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, o pedido de concessão do benefício da justiça gratuita pode ser feito pela parte a qualquer momento ou grau de jurisdição. Quando for solicitado...

Trabalhador retirou-se da audiência porque calçava chinelos de dedos

  Indenização para trabalhador que, calçando chinelos, foi barrado em audiência (04.03.11) Um dia depois da matéria de ontem (3) do Espaço Vital sobre exigências formais (gravata, paletó e calçados) para participar de atos judiciais, surge a notícia de que a União foi condenada a reparar o...

Não é possível reconhecer uniões estáveis paralelas

23/02/2011 - 14h21 STJ decide que é impossível reconhecer uniões estáveis paralelas A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça admitiu que não é possível reconhecer uniões estáveis paralelas entre um funcionário público aposentado do Rio Grande do Sul e duas mulheres, com as quais manteve...

Imunidade profissional não é absoluta

03/03/2011 - 14h08 DECISÃO Advogado é condenado por calúnia e difamação contra colega Em mais um julgamento sobre excessos verbais cometidos por advogado no curso do processo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou seu entendimento de que a imunidade profissional prevista na Constituição...