“Faxina seletiva”

Parlamentares da base acreditam que Dilma não fará “faxina seletiva” em casos de corrupção

25/07/2011 - 13h26
Política
Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Parlamentares da base aliada do governo defenderam hoje (25) que a presidenta Dilma Rousseff faça as substituições que julgar necessárias na equipe de governo quando houver denúncias de corrupção, independentemente do partido ao qual a autoridade seja vinculada. O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), partido que teve baixas no Ministério dos Transportes, afirmou que Dilma tem “uma balança só” e dificilmente adotaria outra postura, senão a que tomou diante das denúncias de corrupção em órgãos da pasta dos Transportes.

Ele não acredita em uma “faxina seletiva”. Segundo ele, “a presidente instituiu o rito da jurisprudência ministerial”. “Quem estabelece a balança [de avaliação das denúncias] é a presidenta que é competente, proba e está [agindo] dentro de sua competência. A partir do momento em que se estabeleceu esse rito ela vai agir com os outros da mesma forma”, destacou Lincoln Portela.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também não acredita que Dilma agirá de forma diferente. “Faxina seletiva não limpa a casa. Tem que fazer faxina na casa toda. Onde ela sentir o cheiro de sujeira tem que limpar.”

Cristovam defende a criação de um grupo parlamentar que garanta respaldo a Dilma Rousseff para fazer uma “faxina” total no Ministério dos Transportes e em outras áreas que venham a ser alvo de denúncias de corrupção, inclusive a do Trabalho, que tem como titular o presidente do seu partido, Carlos Lupi, caso esse venha a ser alvo de denúncias.

“No caso do PDT, pelo que conheço do ministro Lupi, ele não vai esperar. Se houver denúncia de corrupção no Ministério do Trabalho ele tomará as providências. Se não fizer, a presidenta deve fazer lá também”, defendeu o senador. Ele acrescentou que Dilma deve avaliar as denúncias de corrupção na Agência Nacional de Petróleo (ANP), publicadas pela revista Época na edição do último sábado (23).

A reportagem trata de investigações conduzidas pela Polícia Federal e Ministério Público de assessores da ANP que receberiam propina em nome do ex-superintendente do órgão, Édison Silva, que seria filiado ao PCdoB. Em nota divulgada hoje, a agência qualifica o conteúdo da matéria de “falsidades” por “desconsiderar dados verdadeiros que já lhe tinham sido informados há dois anos".

Segundo a ANP, as duas pessoas flagradas em vídeo pedindo propina a uma representante das distribuidoras e postos de combustíveis foram afastadas em 2009 e não ocuparam cargos de assessoria.

Outro que defende a criação do grupo parlamentar em apoio às medidas de saneamento em sua equipe de trabalho é o líder do PSB no Senado, Antônio Carlos Valadares (SE). “Fui o primeiro senador a ir à tribuna para defender uma ação do Parlamento nesse sentido”, ressaltou.

Valadares ponderou, entretanto, que o termo faxina “é agressivo” e pode criar problemas com os parlamentares do PR, “que tem políticos corretos e honestos”. Para ele, independentemente do nome que venha a se dar a esse grupo, o importante é que os aliados garantam a governabilidade à presidenta “nesse momento difícil”.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), é contrário à criação de um grupo parlamentar para isso, uma vez que não vê, até o momento, problemas na base aliada que justifique ação nesse sentido.

Edição: Talita Cavalcante
Agência Brasil

 

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