Arquitetos defendem mudanças de critérios na contratação de obra pública

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Pinheiro: concurso de arquitetura é a melhor modalidade de seleção para a obra

05/07/2017 - 18h58

Arquitetos defendem mudanças de critérios na contratação de obra pública

Representantes de arquitetos defenderam, na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara, que as obras públicas sejam contratadas por meio de projetos completos e, de preferência, por concurso público. Eles participaram, nesta quarta-feira (5), do primeiro Fórum Interativo de Desenvolvimento Urbano da comissão.

Hoje, segundo os especialistas, a legislação privilegia o menor preço, a apresentação de projetos básicos e um modelo de licitação que transfere para o empreiteiro várias decisões sobre o andamento da obra, a chamada contratação integrada.

Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, Haroldo Pinheiro explicou que, feito o planejamento urbano, os gestores públicos devem contratar projetos arquitetônicos ou urbanísticos para atender as demandas definidas com a população.

"Trata-se de contratar algo que ainda será idealizado: o projeto de arquitetura, os projetos de engenharia. Então, não é justificável se contratar algo que não existe, pela modalidade de menor preço, ou mesmo até por preço e técnica”, disse Pinheiro.

Para ele, o projeto vencedor deve ser resultado de um processo “feito pela melhor qualidade possível: concurso de arquitetura”. A modalidade de concurso já é prevista na Lei de Licitações (8.666/93), mas é pouco usada no Brasil, afirmou.

Obras caras
Pinheiro ressaltou que a exigência de projetos completos depende de alteração na lei 8.666, e o fim da contratação integrada, de mudança na lei que criou o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC – Lei 12.462/11), usado, por exemplo, para acelerar as obras da Copa do Mundo de 2014. Segundo Haroldo Pinheiro, esse regime resultou em obras demoradas, caras e de má qualidade.

O deputado Angelim (PT-AC) citou outro fator que dificulta a realização de obras públicas. O problema, segundo ele, não é só o preço e a qualidade. “A empresa tem capacidade de execução? Muitas delas colocam um valor lá embaixo e ganham a licitação já pensando no aditivo e, muitas vezes, não há recursos”, criticou.

Angelim disse ainda que prefeitos vivem muito em função de emendas parlamentares, que são apresentadas em um determinado ano e executadas três anos depois. “Sem haver alteração de valor, os preços dos insumos sobem. Ou seja, já está inviabilizada aquela determinada obra."

Novos fóruns
O presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, deputado Givaldo Vieira (PT-ES), informou que o colegiado deverá realizar um fórum na primeira quarta-feira de cada mês; o próximo deverá discutir a regularização fundiária.

Reportagem - Sílvia Mugnatto
Edição – Sandra Crespo
Agência Câmara Notícias
 

 

Notícias

Monitor Mercantil: Mais de 5 milhões de imóveis estão irregulares no Brasil

Monitor Mercantil: Mais de 5 milhões de imóveis estão irregulares no Brasil A cada 10 imóveis urbanos no país, quatro não estão devidamente regularizados Mais de 5 milhões de brasileiros vivem em imóveis que não estão devidamente registrados em cartório, segundo levantamento da Associação dos...

O direito à herança do cônjuge

O direito à herança do cônjuge Regina Beatriz Tavares da Silva e Maria Luiza de Moraes Barros Análise da sucessão do cônjuge no CC e na jurisprudência do STJ, nos regimes da separação legal e eletiva. sexta-feira, 18 de julho de 2025 Atualizado em 17 de julho de 2025 14:50 O TJ/SP, em acórdão...

Construtora pode reter taxa de personalização de imóvel em caso de distrato

Sob medida Construtora pode reter taxa de personalização de imóvel em caso de distrato Danilo Vital 16 de julho de 2025, 8h49 A magistrada destacou que o contrato de compra e venda previu a retenção da taxa porque os materiais selecionados para personalizar a unidade têm natureza personalíssima e,...

Artigo: STJ garante proteção do lar para além da morte – por Gabriela Alves

Artigo: STJ garante proteção do lar para além da morte – por Gabriela Alves Origem da Imagem/Fonte: Extraída de Colégio Notarial do Brasil São Paulo Recente decisão da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou uma diretriz fundamental no ordenamento jurídico brasileiro: a proteção...