Associação critica inoperância de Cadastro Nacional de desaparecidos

18/09/2012 16:45

Associação critica inoperância de Cadastro Nacional de desaparecidos

Alexandra Martins
Ivanise Esperidião da Silva Santos (Presidente da MÃES DA SÉ) e dep. Arnaldo Jordy (presidente)
Para Arnaldo Jordy, falta de diálogo dificulta alimentação de cadastro de desaparecidos

A não implementação do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas impede que a sociedade saiba números precisos sobre esses casos no Brasil e as autoridades públicas não estariam preparadas para atender esse tipo de situação. A avaliação é da presidente da Associação Brasileira de Busca e Defesa à Criança Desaparecida, as Mães da Sé, Ivanise Esperidião da Silva, que participou nesta terça-feira de audiência pública na CPI do Tráfico de Pessoas.

A filha de Ivanise é um número nas estatísticas de casos não resolvidos. Ela despareceu em 1995 a 120 metros de casa. Na primeira abordagem na delegacia, horas após o desaparecimento, ela ouviu do delegado que a filha poderia estar num motel com o namoradinho.

"Eu disse pra ele 'doutor, minha filha tem só 13 anos. E uma mãe que dá liberdade para uma filha de 13 anos ficar na rua até 3 horas da manhã não vem na sua delegacia. Ele me disse 'eu não posso fazer nada, a senhora não sabe que tem que esperar 24 horas?'".

Mas, desde o início dos anos 90, uma lei, reforçada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, exige investigação imediata após a notificação do desaparecimento. A maioria dos desaparecimentos de crianças são fugas de casa que têm solução. Das 9 mil crianças desaparecidas em 2011 no Brasil, 7 mil foram localizadas.

Desde 1996, a associação Mães da Sé colaborou diretamente com a solução de mais de 2,8 mil casos de pessoas desaparecidas. Duzentas delas estavam mortas, vítimas de homicídio. Por falta de um cadastro nacional, a associação trabalha em parceria com as varas da infância e os conselhos tutelares.

Legislação

Além de delegacias especializadas em pessoas desaparecidas, faltaria legislação sobre o tema. O presidente da CPI do Tráfico de Pessoas, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), explica por que o cadastro nacional ainda não funciona:

"Lamentavelmente, falta diálogo entre a Polícia Federal e as polícias estaduais. Eu diria que é tecnologia de botequim a possibilidade de criar num cadastro único e alimentar esse cadastro a partir dos núcleos estaduais e municipais, das polícias civis e ou das políticas de Direitos Humanos fazendo um banco de dados que possa funcionar on-line e que, portanto, permita que a resposta do Estado seja mais rápida”.

No ano passado, a associação Mães da Sé registrou o desaparecimento de 23.253 mil pessoas no País, das quais 18.452 foram localizadas. Até metade deste ano, a associação já registrou o desaparecimento de 11.011 pessoas.

 

Reportagem - Luiz Cláudio Canuto
Edição - Rachel Librelon - Foto: Alexandra Martins

Agência Câmara de Notícias
 
 


 

Notícias

OAB ingressará com Adins no STF contra ex-governadores

OAB irá ao Supremo propor cassação de pensões para os ex-governadores Brasília, 17/01/2011 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, afirmou hoje (17) que a OAB ingressará com ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) no Supremo Tribunal Federal contra todos...

Desmuniciamento de arma não conduz à atipicidade da conduta

Extraído de Direito Vivo Porte de arma de fogo é crime de perigo abstrato 14/1/2011 16:46   O desmuniciamento da arma não conduz à atipicidade da conduta, bastando, para a caracterização do delito, o porte de arma de fogo sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar....

Prática de racismo no ambiente de trabalho

Extraído de JusBrasil Apelidos racistas no ambiente de trabalho geram danos morais Extraído de: Direito Vivo - 38 minutos atrás   Na Justiça do Trabalho de Minas ainda é grande a incidência de processos que denunciam a prática de racismo no ambiente de trabalho. Mas a sociedade moderna e as...