Brasil aplicou US$ 390 milhões na preparação de atletas, diz presidente do COB

04/07/2012 19:32

Brasil aplicou US$ 390 milhões na preparação de atletas, diz presidente do COB

Leonardo Prado
Audiência Pública
O presidente do COB falou sobre a expectativa de desempenho dos atletas do Brasil nas Olimpíadas.

Às vésperas das Olimpíadas de Londres, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, afirmou, nesta quarta-feira, à Comissão de Turismo e Desporto que o País aplicou 390 milhões de dólares na preparação dos atletas, nos últimos quatro anos. Segundo ele, o foco está na qualidade e não na quantidade.

A delegação brasileira em Londres será menor do que a que foi a Pequim, quatro anos atrás. Ao todo 259 atletas de 32 modalidades começarão a disputar os jogos olímpicos a partir do dia 27, na capital britânica. A expectativa é, no mínimo, repetir as 15 medalhas conquistadas na China, apesar de o investimento do COB ter sido bem maior.

"Não é uma questão matemática ou numérica, de tantos recursos para tantas medalhas”, afirmou Carlos Arthur Nuzman. “Nós temos que ver qual a infraestrutura que temos e o que se pode oferecer." Pela primeira vez, os atletas brasileiros vão dispor de um centro de treinamento exclusivo na sede olímpica, o Crystal Palace, já apelidado de "nossa casa longe de casa". Ele explicou que as estratégias também visam aprimorar a preparação para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, e, em breve, colocar o Brasil entre os 10 primeiros colocados no quadro de medalhas.

Renovação no COB
Apesar de reconhecer a competência e a dedicação de Nuzman, o deputado Romário (PSB-RJ) aproveitou a audiência na Câmara para cobrar renovação no comando do COB.

Nuzman atribui a sua longa permanência no cargo à experiência necessária para ajudar o país a conquistar as Olimpíadas de 2016 e a aperfeiçoar a administração esportiva. Ele disse não ver problemas em acumular as presidências do COB e do comitê organizador das Olimpíadas. Nuzman cita os exemplos das Olimpíadas de Atenas e Sidney, onde os comandos dos dois comitês estavam separados e as divergências entre eles foram parar nos tribunais.

Segundo ele, o Comitê Olímpico Internacional também não faz nenhuma objeção a esse acúmulo de cargos. Disse também que seus antecessores ficaram mais tempo no comando do COB e conquistaram menos medalhas. E acrescentou: sob seu comando, o Brasil disputou quatro Olimpíadas e faturou 52 medalhas; nos 13 jogos olímpicos anteriores à sua administração, o País trouxe apenas 39 medalhas.

Transparência
Romário também cobrou maior transparência da entidade, por meio da adesão à Lei do Acesso à Informação, que entrou recentemente em vigor. "Todos nós sabemos que o COB é uma entidade privada, mas que não deixa de receber recursos do Ministério do Esporte e da Lei das Loterias”, lembrou o deputado. “Eu acredito que isso seja uma coisa importante, para que o COB passe a transparência em relação a pagamento de seus funcionários."

Romário também lembrou que o Tribunal de Contas da União (TCU) ainda analisa sete processos sobre suposta má gestão de recursos públicos dos organizadores dos Jogos Pan-americanos de 2007, no Rio. Ele leu trecho do relatório final do TCU sobre o Pan de 2007, no qual o ministro-relator, Marco Vilaça, se refere à responsabilidade dos organizadores naquele evento.

Segundo o TCU, em relação ao comitê organizador do Pan, a entidade, de caráter privado, teria enfrentado dificuldade em gerir, de forma adequada, os recursos públicos recebidos por meio de convênio e em adequar-se às exigências e prazos da Lei de Licitações. Na ocasião, a maior responsabilidade pelo "planejamento precário" do evento foi atribuída ao Ministério do Esporte.

Mas Nuzman se defendeu: "É importante destacar que o COB e o comitê organizador do Pan não foram condenados em nenhum processo. Recomendações existem desde ao presidente da República até prefeitos e, é claro, que sempre se procura melhorar para atender as recomendações, que são altamente saudáveis para nós."

Comparação com outros países
Já o superintendente executivo do COB, Marcus Vinícius Freire, apresentou um quadro dos investimentos em esportes olímpicos de outros países para mostrar o quanto o Brasil ainda está longe das maiores potências.

Enquanto o Brasil aplicou U$ 390 milhões, nos últimos quatro anos, a Austrália investiu U$ 730 milhões; Reino Unido, U$ 1 bilhão; Alemanha, U$ 2 bilhões; e China, U$ 2,8 bilhões.

Segundo ele, dentro da meta de colocar o Brasil no Top 10 dos esportes olímpicos, o COB investe, sobretudo, no centro de treinamento da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, o primeiro do País. Também citou as parcerias com universidades e os programas do Instituto Olímpico Brasileiro, voltados para o aprimoramento dos atletas e gestores esportivos.

 

Reportagem – José Carlos Oliveira/Rádio Câmara
Edição – Newton Araújo

Foto em destaque/Fonte: Agência Câmara de Notícias
 
 


 

Notícias

Construtora pode reter taxa de personalização de imóvel em caso de distrato

Sob medida Construtora pode reter taxa de personalização de imóvel em caso de distrato Danilo Vital 16 de julho de 2025, 8h49 A magistrada destacou que o contrato de compra e venda previu a retenção da taxa porque os materiais selecionados para personalizar a unidade têm natureza personalíssima e,...

Artigo: STJ garante proteção do lar para além da morte – por Gabriela Alves

Artigo: STJ garante proteção do lar para além da morte – por Gabriela Alves Origem da Imagem/Fonte: Extraída de Colégio Notarial do Brasil São Paulo Recente decisão da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou uma diretriz fundamental no ordenamento jurídico brasileiro: a proteção...

A proteção ao bem de família não é absoluta

A proteção ao bem de família não é absoluta Thallyta de Moura Lopes STJ fixa teses que restringem a penhora do bem de família em hipóteses de hipoteca, exigindo demonstração de benefício direto à entidade familiar. quarta-feira, 9 de julho de 2025 - Atualizado em 8 de julho de 2025 15:00 "Para...

Pagamento espontâneo após citação valida execução, diz TJ-MG

Causa reconhecida Pagamento espontâneo após citação valida execução, diz TJ-MG 8 de julho de 2025, 9h56 Conforme se verifica dos autos de origem, o agravante não arguiu, em nenhum momento, qualquer nulidade da execução promovida pelo condomínio agravado. Confira em Consultor Jurídico    ...