Deputado vai propor referendo sobre financiamento público de campanha

29/02/2012 21:22

Fontana vai propor referendo sobre financiamento público de campanha

Leonardo Prado
Dep. Henrique Fontana (relator)
Para Henrique Fontana, é urgente a mudança no sistema de financiamento de campanhas.

Começa na próxima terça-feira (6) a votação do relatório do deputado Henrique Fontana (PT-RS) sobre a reforma política. Nesta quarta-feira, o deputado apresentou uma nova alteração em seu parecer propondo a realização de um referendo, em 2013, para que a população decida se aceita o financiamento público de campanha e escolha o sistema de eleição de senadores, deputados e vereadores.

A mudança busca entendimento com os defensores de uma proposta em tramitação na Casa (PDC 497/11) que determina a realização de um plebiscito para a escolha do sistema eleitoral e o tipo de financiamento utilizado nas eleições – se público, privado ou misto. O projeto, assinado pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), sugere que o plebiscito seja realizado juntamente com as eleições municipais deste ano.

No caso do referendo, proposto por Fontana, a população é consultada após a aprovação de uma lei. O plebiscito, sugerido no texto de Miro Teixeira, estabelece uma consulta prévia à aprovação de lei pelo Congresso.

Sem acordo
Miro Teixeira entende que não há um acordo que permita votar a reforma política no Congresso. “A solução é entregar a decisão à população, que é de onde vem o poder”, defendeu. Ele explicou que a ideia é: caso não seja possível votar a reforma política, o Congresso não fique inerte.

O deputado lembrou que há mais de dez anos, a Câmara debate a reforma política, sem chegar à aprovação de uma proposta. “Para ter um referendo é preciso ter um projeto. E é a isso que não se chega, a um projeto de consenso”, disse.

Em entrevista à TV Câmara, Miro Teixeira e Henrique Fontana explicam suas propostas.

Henrique Fontana destacou que vai organizar seu texto de forma a que o primeiro artigo diga respeito ao financiamento público exclusivo de campanha, um ponto detalhado em dez páginas do parecer. O segundo artigo tratará do sistema de eleição. Assim, esses dois pontos, que estruturam a reforma, poderão ser submetidos à população separadamente. O restante entraria em vigor conforme os trâmites normais.

 

Mudança urgente
Na avaliação de Fontana, é urgente a mudança no sistema de financiamento de campanhas eleitorais, “porque ele é fonte importante de corrupção”. Para ele, não é possível pedir à população que vote de forma abstrata em temas, “porque isso equivaleria a um cheque em branco”. Por isso, ao contrário de Miro Teixeira, Fontana defende a votação da reforma e, só depois, a submissão do texto aprovado aos eleitores.

"O Parlamento deve votar uma lei. Até porque uma votação dessas inclui um conjunto enorme de detalhes. Eu, que sou a favor do financiamento público, quero que ele venha somado com mecanismos fortes de fiscalização, de punição para quem descumprir a legislação, que seja uma campanha barata, com teto, com limitação de gastos. Então, tem que colocar tudo isso numa lei para, aí sim, consultar a população”, argumentou.

Infográfico: saiba mais sobre a reforma política

Íntegra da proposta:

Reportagem - Vania Alves/Rádio Câmara
Edição – Maria Clarice Dias

Foto/Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

Notícias

Pedido de justiça gratuita pode ser feito a qualquer tempo

Extraído de Veredictum Pedido de justiça gratuita pode ser feito a qualquer tempo by Max De acordo com a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, o pedido de concessão do benefício da justiça gratuita pode ser feito pela parte a qualquer momento ou grau de jurisdição. Quando for solicitado...

Trabalhador retirou-se da audiência porque calçava chinelos de dedos

  Indenização para trabalhador que, calçando chinelos, foi barrado em audiência (04.03.11) Um dia depois da matéria de ontem (3) do Espaço Vital sobre exigências formais (gravata, paletó e calçados) para participar de atos judiciais, surge a notícia de que a União foi condenada a reparar o...

Não é possível reconhecer uniões estáveis paralelas

23/02/2011 - 14h21 STJ decide que é impossível reconhecer uniões estáveis paralelas A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça admitiu que não é possível reconhecer uniões estáveis paralelas entre um funcionário público aposentado do Rio Grande do Sul e duas mulheres, com as quais manteve...

Imunidade profissional não é absoluta

03/03/2011 - 14h08 DECISÃO Advogado é condenado por calúnia e difamação contra colega Em mais um julgamento sobre excessos verbais cometidos por advogado no curso do processo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou seu entendimento de que a imunidade profissional prevista na Constituição...