Marco regulatório de ciência, tecnologia e inovação vira lei

11/01/2016 - 19h34

Marco regulatório de ciência, tecnologia e inovação vira lei

Foi sancionado nesta segunda-feira (11) o projeto que cria o Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação. O texto surgiu de uma proposta (PL 2177/11) elaborada por vários deputados da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados e aprovada pelo Plenário da Câmara em julho do ano passado.

Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
Sibá Machado
Sibá Machado: lei foi elaborada com a colaboração de cientistas e instituições de pesquisa de todo o País

Entre outros pontos, o novo marco legal incentiva as atividades de pesquisa científica; prevê isenção e redução de impostos para importação de insumos nas empresas do setor; facilita processos licitatórios; e amplia o tempo máximo que os professores universitários poderão se dedicar a projetos de pesquisa e extensão.

Na cerimônia de sanção, a presidente Dilma Rousseff elogiou o Congresso Nacional pela tramitação do texto. Ela ressaltou que a nova lei reduz a burocracia nos investimentos na área e articula, com segurança jurídica, as diversas ações de ciência, tecnologia e inovação que estão em curso.

"Em um ambiente regulatório e institucional mais favorável à cooperação entre universidades, laboratórios de pesquisa, governos e empresas, transformaremos, certamente, mais ciência básica em inovação e transformaremos inovação em competitividade, gerando um novo ciclo de desenvolvimento econômico no nosso País", afirmou Dilma.

Incentivo à pesquisa
O relator da proposta na Câmara, deputado Sibá Machado (PT-AC), explicou que, na prática, o novo marco legal regulamenta a Emenda Constitucional 85 que, desde fevereiro do ano passado, incentiva a pesquisa, a capacitação científica e tecnológica e a inovação.

"Tivemos a oportunidade de ouvir cientistas do País inteiro de forma direta ou indireta, constituímos um comitê de acompanhamento com mais de 60 entidades e instituições e a representação de todas as universidades brasileiras. Nós estamos criando, na legislação brasileira, todo um marco regulatório para atender, de forma muito mais objetiva, o trabalho da ciência, da pesquisa e da inovação", disse Sibá Machado.

Divulgação/Agência Paraná
 

Um dos autores da proposta no âmbito da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, o deputado Izalci (PSDB-DF) lembrou como o texto foi aperfeiçoado na Casa. "Esse foi um trabalho de quase quatro anos, em que visitamos todo o País. Essa foi uma proposta da academia e dos setores empresarial e de pesquisa. E parabenizo, de forma especial, o fórum dos servidores da área de ciência e tecnologia", declarou.

Também assinam o projeto de lei que originou o código os deputados Bruno Araújo (PSDB-PE), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Ariosto Holanda (Pros-CE), José Rocha (PR-BA), Miro Teixeira (Rede-RJ), Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) e Sandro Alex (PPS-PR).

Vetos
A nova lei foi sancionada com alguns vetos que, segundo o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, não interferem nos pontos centrais do marco legal. Pansera, que é deputado licenciado, também anunciou a liberação de R$ 200 milhões para projetos de pesquisas científicas e tecnológicas, em parceria do ministério com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Pansera informou que um dos vetos diz respeito ao artigo que isentava o recolhimento de impostos previdenciários sobre bolsas de pesquisa e compra de produtos. Houve veto também ao trecho que dispensava a realização de licitação nas contratações de empresas com faturamento de até R$ 90 milhões anuais para prestação de serviços ou fornecimento de bens elaborados com aplicação sistemática de conhecimentos científicos e tecnológicos.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Pierre Triboli
Origem das Fotos/Fonte: Agência Câmara Notícias
 

 

Notícias

Proposta de alteração no Código Civil não muda status jurídico dos animais

SERES COISIFICADOS Proposta de alteração no Código Civil não muda status jurídico dos animais José Higídio 26 de março de 2024, 8h51 De acordo com a proposta da relatoria-geral, “os animais, objetos de direito, são seres vivos sencientes e passíveis de proteção jurídica própria, em virtude da sua...

Como fica a divisão dos bens em uma separação?

Como fica a divisão dos bens em uma separação? Francisco Gomes Júnior Antes de casar ou unir-se, defina o regime de bens e faça acordos antenupciais para evitar disputas na separação. segunda-feira, 25 de março de 2024 Atualizado às 07:58 Ultimamente, com a notícia de diversos casos de famosos...

Casamento em cartório oficializa amor entre mulheres

Casamento em cartório oficializa amor entre mulheres 22 de março de 2024 - Notícias CNJ / Agência CNJ de Notícias Contar com a segurança do “papel passado” para oficializar a união levou um casal de mulheres a tomar a decisão mais importante em pouco mais de dois anos de vida em comum: casar...

Você sabia que precatório de credor falecido é herança?

Você sabia que precatório de credor falecido é herança? Laís Bianchi Bueno Os precatórios são dívidas governamentais decorrentes de várias situações. Após o falecimento do titular, são automaticamente transmitidos aos herdeiros de acordo com o Código Civil. quarta-feira, 20 de março de...

Imóvel de família pode ser penhorado para pagamento da própria reforma

PENHORABILIDADE RETROALIMENTANTE Imóvel de família pode ser penhorado para pagamento da própria reforma Danilo Vital 19 de março de 2024, 14h33 Essa exceção está no artigo 3º, inciso II, da mesma lei. A lógica é impedir que essa garantia legal seja deturpada como artifício para viabilizar a reforma...