Projeto autoriza entidades reconhecidas pelo governo a pagarem salários a seus dirigentes

 

14/04/2011 - 19h04

Fundações e associações sem fins lucrativos vão poder remunerar dirigentes e ampliar leque de atividades 

O caminho para a profissionalização formal e definitiva de fundações e associações sem fins lucrativos com imunidade tributária foi aberto na quarta-feira (13) pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Projeto de lei autoriza as entidades reconhecidas pelo governo a pagarem salários a seus dirigentes e a atuarem em campos como segurança alimentar, desenvolvimento sustentável e habitação.

O projeto tem como destino a Câmara dos Deputados.

O relator do projeto aprovado na CCJ, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), disse acreditar que, a partir dessa mudança, fundações e entidades com registro no Ministério da Justiça poderão melhorar sua gestão e atrair mais gente qualificada.

Para gozar do benefício da remuneração, os dirigentes terão de atuar na gestão executiva e receber um valor fixado pelo órgão de deliberação superior da entidade - ouvido também o Ministério Público - e correspondente ao praticado no mercado em sua área de atuação.

- Estamos aperfeiçoando aqui, sobretudo, a administração das fundações, que poderão ser profissionalizadas e dar elas um caráter mais de acordo com o momento de gestão em que vive o Brasil e o mundo - assinalou Crivella, que apresentou para votação um texto em substituição ao projeto original, de autoria do ex-senador Tasso Jereissati.

Marcelo Crivella aproveitou o substitutivo para ampliar um pouco mais o leque de atividades prestadas pelas instituições. Assim, incluiu segurança alimentar nutricional; promoção do desenvolvimento sustentável; pesquisa científica e desenvolvimento de tecnologias alternativas; habitação de interesse social ao lado das já contempladas assistência social; cultura; educação; saúde; entre outras.

A despeito dos argumentos do relator e de senadores como Francisco Dornelles (PP-RJ), a matéria recebeu críticas do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Para ele, a medida pode levar a uma espécie de terceirização das responsabilidades do Estado

- Vamos deixar à iniciativa privada o que, no meu entender, é claramente uma tarefa do Estado brasileiro - advertiu o parlamentar, que foi o único contrário ao projeto, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça em decisão terminativa. A matéria deve seguir, portanto, diretamente para a Câmara dos Deputados. A proposta (PLS 310/06) já havia sido aprovada pelas Comissões de Educação, Cultura e Esporte (CE) e de Assuntos Econômicos (CAE).

A aprovação do projeto foi defendida ainda pelos senadores José Pimentel (PT-CE), Marta Suplicy (PT-SP) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).  

Na próxima reunião da CCJ, o substitutivo ao PLS 310/06 será submetido a turno suplementar de votação.

 

Simone Franco, Denise Costa e Adriano Faria / Agência Senado

Notícias

Construtora pode reter taxa de personalização de imóvel em caso de distrato

Sob medida Construtora pode reter taxa de personalização de imóvel em caso de distrato Danilo Vital 16 de julho de 2025, 8h49 A magistrada destacou que o contrato de compra e venda previu a retenção da taxa porque os materiais selecionados para personalizar a unidade têm natureza personalíssima e,...

Artigo: STJ garante proteção do lar para além da morte – por Gabriela Alves

Artigo: STJ garante proteção do lar para além da morte – por Gabriela Alves Origem da Imagem/Fonte: Extraída de Colégio Notarial do Brasil São Paulo Recente decisão da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou uma diretriz fundamental no ordenamento jurídico brasileiro: a proteção...

A proteção ao bem de família não é absoluta

A proteção ao bem de família não é absoluta Thallyta de Moura Lopes STJ fixa teses que restringem a penhora do bem de família em hipóteses de hipoteca, exigindo demonstração de benefício direto à entidade familiar. quarta-feira, 9 de julho de 2025 - Atualizado em 8 de julho de 2025 15:00 "Para...

Pagamento espontâneo após citação valida execução, diz TJ-MG

Causa reconhecida Pagamento espontâneo após citação valida execução, diz TJ-MG 8 de julho de 2025, 9h56 Conforme se verifica dos autos de origem, o agravante não arguiu, em nenhum momento, qualquer nulidade da execução promovida pelo condomínio agravado. Confira em Consultor Jurídico    ...