"Brasil não pode abrir mão da energia nuclear"

Presidente da Eletronuclear critica entidades que defendem apenas fontes de energia eólica e solar para o Brasil

23/03/2011 11:34 Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, afirma que não há como o Brasil ser autossuficiente em termos energéticos, fazendo uso apenas de energia eólica e solar. Na avaliação dele, o país não pode abrir mão, até pelas vantagens geográficas que tem, da energia nuclear, apesar dos riscos que ela possa implicar.

“O Brasil precisa de toda forma de energia. Quem diz que o país pode explorar apenas energia eólica e solar não tem o menor conhecimento sobre planejamento energético. É muito amadorismo afirmar isso”, argumentou Othon que participou hoje (23) de uma audiência pública organizada de forma conjunta por diversas comissões do Senado. “A maioria da população brasileira vive em cidades, onde, até [para ter] saneamento, precisa de energia para funcionar”, justificou.

Segundo o presidente da Eletronuclear, a tragédia ocorrida no Japão e a infraestrutura das usinas japonesas são bem diferentes da situação das usinas nucleares brasileiras. “Antes de tudo, entre os terremotos em área popular, o do Japão foi o maior da história”, contextualizou Othon.

“No que se refere à estrutura [das usinas japonesas], as centrais nucleares responderam bem ao terremoto”, disse se referindo ao fato de que os problemas nas usinas japonesas foram em consequência do corte no fornecimento de energia e do aquecimento dos reatores.

Ele acrescentou que o tipo de reator adotado no Brasil é diferente e tem maior nível de segurança. Ele pondera, entretanto, que “não existe nada no mundo 100% seguro, o que buscamos fazer é nunca ficar satisfeitos com a segurança”, explicou. “O que mais matou no Japão foi teto de casa caindo na cabeça das pessoas. Nem por isso se proibirá construir tetos no país.”

Othon reiterou que um terremoto como o do Japão não poderia ocorrer no Brasil. A probabilidade, segundo ele, “é praticamente zero” uma vez que o país está distante das bordas das placas tectônicas. A situação, afirma o especialista, é mais tranquila porque o tipo de sismo do Atlântico Sul não provoca tsunamis, já que as placas da região estão se afastando enquanto as do Japão se chocam. “Além disso, as usinas brasileiras não precisam de eventos externos para resfriar seus reatores”, acrescentou.
 

Edição: Lílian Beraldo
Agência Brasil

 

Notícias

Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida

Falta de aviso Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida Martina Colafemina 15 de junho de 2025, 15h52 Com efeito, ao menos em sede de cognição sumária, não há prova de que os autores tenham sido intimados pessoalmente, daí podendo derivar a nulidade do ato de consolidação da...

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual Milena Cintra de Souza O crescimento na procura da via extrajudicial para realização de inventários em todo o país e as novidades trazidas pela resolução 571/24 do CNJ. quinta-feira, 12 de junho de 2025 Atualizado às...

Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza

FORA DA REGRA Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza Martina Colafemina 12 de junho de 2025, 8h16 Em sua análise, a juíza deu exemplos de artigos que dizem que é nulo qualquer contrato celebrado por uma pessoa absolutamente incapaz. Entretanto, ela analisou que a validade...

Nova procuração maioridade: Uma exigência prescindível?

Nova procuração maioridade: Uma exigência prescindível? Marcelo Alves Neves A exigência de nova procuração com a maioridade é prescindível. Veja o que a doutrina diz sobre a validade do mandato e saiba como proceder. segunda-feira, 9 de junho de 2025 Atualizado às 15:07 De fato, a exigência de uma...