A linda moça e o seu belo namorado

A linda moça e o seu belo namorado


Gilberto Ferreira

13/4/2012

No reino do Mundo (quase) Perfeito havia uma moça extraordinariamente linda e bondosa. Um dia uma amiga lhe apresentou um rapaz interessante. Ele era esbelto, magro e muito bonito. E tinha uma conversa meiga, um jeito poderoso de convencer, uma maneira agradável de ser.

Não demorou muito e começaram a namorar. E quanto mais a moça se aproximava do rapaz mais se apaixonava e mais inebriante ele se tornava.

Embora tudo corresse bem, a moça escondeu o namoro de seus pais. Assim, eles se encontravam às escondidas, mas com constância.

Um dia os pais descobriram tudo e ficaram muito chateados. Conversaram em particular com a filha e lhe explicaram os motivos pelos quais deveria terminar imediatamente o namoro. Mas ela não lhes deu ouvidos: “Eu sou adulta. Sei o que quero para mim. Voces são uns caretas”, foi sua resposta.

Com o passar do tempo o relacionamento tornou-se mais intenso e a moça, como que sugada por seu amante, começou a sentir alguns problemas de saúde. Uma pequena tosse foi o alerta. Depois veio o amarelamento dos dentes e dos dedos, a dificuldade de respirar, o chio no peito e o emagrecimento.

Correu então ao médico e após alguns exames recebeu deste a trágica notícia: “Você está com câncer no pulmão. Deixe imediatamente do namorado. Talvez haja uma chance”.

Mas ainda assim ela manteve ao seu lado o companheiro inseparável.

Iniciaram-se as sessões de quimioterapia, os cabelos caíram, sua pele tornou-se lívida e as dores eram lancinantes.

A morte se aproximava rápida e inexorável. Não havia mais o que fazer.

Num último arroubo, a moça, chorando, começa a lembrar de sua infância saudável, dos campos floridos por onde correu e brincou de sua juventude, do sonho de ter uma casa, trabalho e filhos. E, com ódio, pega o namorado letal e o atira pela janela.

O objeto cai na cabeça de uma andarilha. Era uma carteira de cigarros, obviamente. Sem saber o motivo do choro que vinha da janela, a inocente pega o maço de cigarros e se afasta contente para curtir o novo namorado mais adiante... E se inebriar com sua fumaça cinzenta e assassina.
_________


* Gilberto Ferreira é juiz de Direito em Curitiba/PR e professor da PUC


Fonte: Migalhas

Notícias

Processo tramita 20 anos sem citação e juíza anula execução

Tardou e falhou Processo tramita 20 anos sem citação e juíza anula execução 14 de agosto de 2025, 12h58 Conforme fundamentação, não houve citação da parte executada no processo. Logo, o processo tramitou mais de 20 anos sem citação. Leia em Consultor...

STJ reconhece multiparentalidade em caso de gravidez aos 14 por abuso sexual

quarta-feira, 13 de agosto de 2025 STJ reconhece multiparentalidade em caso de gravidez aos 14 por abuso sexual Corte manteve guarda com pais socioafetivos e incluiu mãe biológica no registro da filha, nascida após gravidez decorrente de abuso. A 4ª turma do STJ decidiu manter acórdão do TJ/MT que...

STJ julga autorização de acesso a herança digital em inventário

Caso inédito STJ julga autorização de acesso a herança digital em inventário Caso envolve bens armazenados em computador de herdeira falecida na tragédia aérea que vitimou a família Agnelli. Da Redação terça-feira, 12 de agosto de 2025 Atualizado às 19:15 Nesta terça-feira, 12, a 3ª turma do STJ...

Advogada explica regularização por georreferenciamento em imóvel rural

Regularização Advogada explica regularização por georreferenciamento em imóvel rural A obrigatoriedade inicia a partir de 20/11 para qualquer transação imobiliária ou regularização fundiária. Da Redação segunda-feira, 4 de agosto de 2025 Atualizado às 12:02 Processos de regularização fundiária e...

Usucapião como limite temporal para reconhecimento da fraude à execução fiscal

Opinião Usucapião como limite temporal para reconhecimento da fraude à execução fiscal Antonio Carlos de Souza Jr. Roberto Paulino de Albuquerque Júnior 31 de julho de 2025, 7h04 O tribunal superior, porém, não vem analisando uma importante questão sobre a fraude à execução fiscal, qual seja:...