Deputados pedem mais tempo para analisar relatório do novo CPC

16/10/2012 17:31

Deputados pedem mais tempo para analisar relatório do novo CPC

A reunião da comissão especial que analisa o novo Código de Processo Civil (CPC – PL 8046/10), prevista para esta terça-feira, foi adiada por falta de quórum. A comissão deveria iniciar a discussão do relatório do deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA), mas alguns deputados presentes defenderam o adiamento da discussão do projeto para depois do segundo turno das eleições, com o objetivo de dar mais tempo para os deputados analisarem os mais de mil artigos da proposta.

Por isso, será realizada na quarta-feira (17) uma reunião da cúpula da comissão especial para definir como será conduzido o processo de discussão da matéria. Para o deputado Hugo Leal (PSC-RJ), que é sub-relator da área de recursos, a discussão do relatório deve ser feita em cinco etapas, respeitando cada livro do projeto. “Um código que vai vigorar por 40 anos tem de ser bastante discutido. Eu quero ter a oportunidade de fazer o debate sobre as mudanças. Não há conflito, apenas prudência”, disse o deputado.

Apelações judiciais
O deputado Vicente Arruda (PR-CE) também foi um dos parlamentares que pediu mais tempo para a discussão do projeto. Ele disse que ainda não teve tempo para analisar todo o relatório e tem ressalvas em relação a mudanças propostas por Barradas Carneiro nas apelações judiciais. Pelo texto do relator, a apelação será feita diretamente no segundo grau de jurisdição e, em regra, não suspenderá a aplicação da decisão, como ocorre atualmente. Barradas argumenta que esse mecanismo dará mais agilidade às decisões, já que vai eliminar a etapa de análise da admissibilidade do recurso pela primeira instância.

Vicente Arruda, no entanto, teme que a execução direta da sentença possa trazer prejuízos a uma das partes. “Todo mundo tem direito de ter a sua sentença revista. Se você for executar uma sentença que pode ser revista, precisa dar garantia absoluta. Se houver a decisão de destruir um objeto e a pessoa que recorrer conseguir rever a decisão, como vai se reconstruir o objeto já destruído?”.

Outro ponto do texto que tem causado controvérsia é a permissão da penhora de parte do salário para quitar dívidas. O relatório permite o desconto de até 30% do rendimento mensal que exceder seis salários mínimos, calculados após os descontos obrigatórios (Imposto de Renda, contribuição previdenciária e pensão).

 

Reportagem - Carol Siqueira
Edição – Regina Céli Assumpção

Agência Câmara de Notícias
 
 


 

Notícias

A possibilidade da usucapião de bem imóvel ocupado por um único herdeiro

A possibilidade da usucapião de bem imóvel ocupado por um único herdeiro Victor Frassetto Giolo Decisões recentes do STJ trazem clareza à possibilidade de usucapião em herança e evidenciam os impactos da posse exclusiva na partilha familiar. terça-feira, 30 de setembro de 2025 Atualizado às...

Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável

Proteção social Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável Acordo homologado garantiu ao trabalhador o recebimento do BPC. Da Redação sexta-feira, 12 de setembro de 2025 Atualizado às 13:05 Uma audiência fora do comum marcou esta semana em Maceió/AL. O juiz Federal Antônio...

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório Pedro Henrique Paffili Izá O STJ reafirma que renúncia ou aceitação de herança é irrevogável, protegendo segurança jurídica e limites da sobrepartilha. quinta-feira, 25 de setembro de 2025 Atualizado às 07:38 No recente julgamento do REsp...

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento 23/09/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM (com informações do DPE-TO) No Tocantins, uma idosa de 76 anos conseguiu formalizar o divórcio de um casamento que havia se dissolvido na prática há mais de duas décadas. A...