Infarto mata entre 10% e 15% das vítimas no Brasil; médico alerta para histórico familiar

29/09/2011 - 8h33

Saúde

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O infarto agudo do miocárdio, uma das principais causas de óbitos no Brasil, junto com o acidente vascular cerebral (AVC), mata entre 10% e 15% das suas vítimas no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, a meta é reduzir o índice para 5%. Para o cardiologista João Poeys, a dica é incentivar hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividade física, sem descuidar do histórico familiar de doenças cardiovasculares.

Esse tipo de enfermidade, segundo o médico, acontece por causa da obstrução das artérias do coração, provocada pelo acúmulo de gordura. Entre os fatores de risco estão pressão alta, taxas de colesterol e glicose elevadas, sobrepeso e obesidade, além de hábitos como fumo, baixa ingestão de frutas e verduras e sedentarismo.

“Hoje um fator muito importante que a gente está vendo na prática clínica é o histórico familiar. Pacientes que, mesmo que não tenham fatores clássicos, mas com mãe ou irmão que teve infarto jovem, têm uma propensão grande de desenvolver a doença.”

A orientação de Poeys é que os cuidados comecem desde cedo. “É preciso acabar com o mito de que criança saudável é criança gordinha”, ressaltou. Na adolescência, é recomendada a realização de exames de sangue para medir as taxas de colesterol e glicose. Homens, a partir dos 40 anos, e mulheres, a partir dos 50, já devem começar a fazer periodicamente o teste ergométrico.

“A gente vê, no dia a dia do hospital, que a maioria dos pacientes infartados ou infartando não fazia acompanhamento médico regular, não se tratava, é sedentária e tem alimentação ruim. Infelizmente, só depois do susto que tomam com um infarto ou uma angina, eles procuram mudar o estilo de vida.”

O comerciante Plínio Rodrigues Miranda, de 56 anos, tem o perfil de quem deve se cuidar em relação a doenças cardiovasculares – está 12 quilos acima do peso, é sedentário, não se alimenta bem e trabalha muito, o que aumenta o estresse. Enquanto aguardava para ser chamado para a consulta, já conseguia adiantar o que o cardiologista cobraria.

“Ele vai dizer que tenho que emagrecer, comer mais fruta e verdura, diminuir a cerveja”, contou. Apesar de manter uma frequência de consultas há pelo menos dez anos, Miranda admite: “Preciso me cuidar mais. Já senti dor no peito, fadiga, falta de ar”, disse.

Maria Aparecida Nascimento, de 58 anos, procurou o médico depois de sentir o coração “batendo apressado”. A família da aposentada tem histórico de pressão alta. Além dela, as filhas de 32 e 38 anos já apresentam o problema. Há alguns anos, depois da primeira visita ao cardiologista, Maria passou a cuidar mais da alimentação e, mesmo sem poder fazer esforço físico, faz hidroterapia.

“Já no combate ao estresse, a religião ajuda. Tenho nove netos. O coração tem que estar bom para cuidar deles”, contou.
 

Edição: Juliana Andrade - Agência Brasil

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