Licitação para táxis aéreos em aeroportos é criticada

11/12/2012 - 13h51 Comissões - Infraestrutura - Atualizado em 11/12/2012 - 13h51

Licitação para táxis aéreos em aeroportos é criticada

Marilia Coêlho

Representantes da aviação geral criticaram o Ato Administrativo 3139/2012 da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que exige licitação dos espaços aeroportuários para os táxis aéreos e apontaram esse serviço como essencial para o país, durante audiência pública nesta terça-feira (11), no Senado.

Realizada pela Subcomissão Temporária sobre a Aviação Civil (Cistac) em conjunto com a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), a reunião foi presidida pelo senador João Costa (PPL-TO), que propôs o debate sobre os termos das concessões dos espaços aeroportuários e a maneira como essas concessões vem sendo realizadas.

O diretor jurídico da Infraero, Francisco José de Siqueira, defendeu o ato administrativo que, segundo explicou, segue o Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7.565/1986). Siqueira afirmou que há um projeto do Poder Executivo, em tramitação na Câmara, que trata o sistema de táxi aéreo como um serviço aéreo privado. Por isso, acrescentou, "apenas as linhas aéreas regulares estariam dispensadas de licitação para a ocupação dos espaços aeroportuários,no ato normativo".

– Esse marco regulatório tem o efeito de enquadrar a Infraero num ambiente mais adequado à sua atuação como empresa. Conquanto nós executemos uma atividade lastreada em serviço público, nós exercemos uma atividade de natureza econômica – defendeu.

Já o presidente da Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), Ricardo Nogueira, afirmou que o ato da Infraero "veio de forma truculenta e gerou muita revolta, pois foi contrário ao que previa a resolução 113/2009 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)". A resolução também dispensava os táxis aéreos de licitação nos aeroportos.

Segundo Nogueira, os efeitos do ato normativo são a insegurança jurídica; a descontinuidade de contratos com terceiros, como oficinas de manutenção; e redução da segurança operacional, já que os custos para as empresas vão aumentar.

- Um dos primeiros pontos que a empresa vai fazer é reduzir na segurança operacional. O piloto e o mecânico não vão fazer mais a reciclagem, não vão fazer o treinamento – argumentou.

De acordo com o representante do Sindicato Nacional de Empresas de Táxis Aéreos (SNETA), Wolner Aguiar, o assunto tem deixado a indústria da aviação geral em um estado de insegurança sem precedentes. Aguiar explicou que o táxi aéreo realiza serviços muito importantes para o país, como suporte à indústria de petróleo e gás, transportes de doentes e de órgãos, inspeção de linhas energizadas, torres, antenas e oleodutos, além de transporte para combate de incêndios.O sindicalista disse ainda que a aviação geral é a maior formadora de mão de obra, pilotos, engenheiros e mecânicos para a aviação regular.

- Ao contrário do que se pensa, táxi aéreo não é somente transporte de passageiro de alto poder aquisitivo. Táxi aéreo é muito, muito além disso aí – ressaltou Wolner Aguiar.

Ao final da audiência, o senador João Costa reclamou da ausência de representante do governo, no caso, o diretor presidente da Anac, Marcello Guaranys, que foi convidado, mas não compareceu.

- É uma discussão que não vai ser resolvida hoje, mas ela deve ser resolvida. É preciso criar uma equação onde a aviação geral permaneça de pé, permaneça com toda a segurança que nós esperamos da aviação; e que o governo também permaneça de pé – concluiu João Costa.

 

Agência Senado

 

Notícias

Monitor Mercantil: Mais de 5 milhões de imóveis estão irregulares no Brasil

Monitor Mercantil: Mais de 5 milhões de imóveis estão irregulares no Brasil A cada 10 imóveis urbanos no país, quatro não estão devidamente regularizados Mais de 5 milhões de brasileiros vivem em imóveis que não estão devidamente registrados em cartório, segundo levantamento da Associação dos...

O direito à herança do cônjuge

O direito à herança do cônjuge Regina Beatriz Tavares da Silva e Maria Luiza de Moraes Barros Análise da sucessão do cônjuge no CC e na jurisprudência do STJ, nos regimes da separação legal e eletiva. sexta-feira, 18 de julho de 2025 Atualizado em 17 de julho de 2025 14:50 O TJ/SP, em acórdão...

Construtora pode reter taxa de personalização de imóvel em caso de distrato

Sob medida Construtora pode reter taxa de personalização de imóvel em caso de distrato Danilo Vital 16 de julho de 2025, 8h49 A magistrada destacou que o contrato de compra e venda previu a retenção da taxa porque os materiais selecionados para personalizar a unidade têm natureza personalíssima e,...

Artigo: STJ garante proteção do lar para além da morte – por Gabriela Alves

Artigo: STJ garante proteção do lar para além da morte – por Gabriela Alves Origem da Imagem/Fonte: Extraída de Colégio Notarial do Brasil São Paulo Recente decisão da 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou uma diretriz fundamental no ordenamento jurídico brasileiro: a proteção...