Para que serve a sustentação oral no Supremo?

Para que serve a sustentação oral no Supremo?

(07.08.12)

Por Diego Werneck Arguelhes,
professor da FGV Direito Rio.

Começaram as sustentações orais do mensalão. Serão no mínimo 38 advogados, 38 horas, além das cinco já dedicadas à acusação. Essa importante etapa do julgamento permitiria aos ministros conhecerem as versões dos réus e, assim, formularem seus juízos. A fala da defesa é parcial, mas fundamental na construção da decisão imparcial.

A sustentação oral será mesmo necessária? Os ministros do Supremo têm laptops. Já receberam e leram meses antes, digitalizadas, as defesas dos réus e o registro de todas as provas e argumentos relevantes. Conhecem as teses dos dois lados.

Será tempo desperdiçado? Para serem imparciais, os ministros precisam ser ouvintes de um replay do que já leram?

Melhor seria se usassem o momento das sustentações para fazer perguntas aos advogados. O regimento do Supremo permite -  a cultura processual é que não. Com um caso tão complexo e cheio de personagens, certamente há esclarecimentos a pedir. Poderiam questionar as teses, mostrar suas contradições mútuas e lacunas e dialogar com os advogados, como acontece em muitos outros países.

Ao ser mais proativo, o Supremo incentivaria o contraste de argumentos - não entre os próprios ministros, o que ocorrerá mais tarde, mas com os próprios advogados. No silêncio do Supremo, a verdade escolhida por cada advogado se apresenta como única - e, pela TV Justiça, sai dos autos do processo para atingir o público em geral.


Fonte: www.espacovital.com.br

Notícias

Inclusão do cônjuge do devedor na execução: até onde vai a conta do casamento?

Opinião Inclusão do cônjuge do devedor na execução: até onde vai a conta do casamento? Lina Irano Friestino 19 de dezembro de 2025, 9h25 A decisão do STJ no REsp 2.195.589/GO reforça algo que, no fundo, já estava escrito na lógica do regime de bens: casar sob comunhão parcial significa dividir não...

Contrato e pacto antenupcial pela perspectiva de gênero

Contrato e pacto antenupcial pela perspectiva de gênero Autor: Rodrigo da Cunha Pereira | Data de publicação: 16/12/2025 O Direito das Famílias e Sucessões está cada vez mais contratualizado. Isto é resultado da evolução e valorização da autonomia privada, que por sua vez, vem em consequência do...

Autocuratela o novo instrumento que redefine autonomia no futuro

Autocuratela o novo instrumento que redefine autonomia no futuro Marcia Pons e Luiz Gustavo Tosta Autocuratela, agora regulamentada pelo CNJ, permite que qualquer pessoa escolha seu curador antecipadamente, reforçando autonomia e prevenindo conflitos familiares. terça-feira, 9 de dezembro de...

Valor Investe: Seu imóvel vai ganhar um 'CPF': veja o que muda a partir de 2026

Valor Investe: Seu imóvel vai ganhar um 'CPF': veja o que muda a partir de 2026 Por Yasmim Tavares, Valor Investe — Rio 02/12/2025 06h30  Atualizado há 4 dias A implementação do CIB acontecerá de forma escalonada: capitais e grandes municípios terão até agosto de 2026 para atualizar seus...