"Profissional de comunicação é a ponte para aproximar o Judiciário do cidadão"

Foto: Gláucio Dettmar/Agência CNJ
 

Profissional de comunicação é a ponte para aproximar o Judiciário do cidadão, diz ministra

26/02/2013 - 13h07

Ao participar, nesta terça-feira (26/2), do Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário, em Brasília, a ministra Eliana Calmon, vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), destacou que "a transparência é a palavra de ordem do século XXI", sendo dever dos agentes públicos prestar contas à sociedade de todos os seus atos e realizações. Ela defendeu a valorização do trabalho dos profissionais de Comunicação no Poder Judiciário, afirmando que eles são fundamentais no processo de aproximação com a sociedade. O evento é promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na sede do Conselho da Justiça Federal (CJF).

A ministra proferiu palestra para assessores de Comunicação de tribunais de todas as regiões brasileiras. Ela afirmou que é por meio do trabalho desses profissionais que o Judiciário pode se apresentar à sociedade como preconiza a Constituição de 1988, "um poder garantidor dos direitos humanos e das políticas públicas, sendo também protetor dos cidadãos ante os interesses políticos e econômicos".

A ministra acrescentou que o trabalho do assessor de Comunicação não consiste em fazer propaganda do Poder Judiciário ou de magistrados. A seu ver, cabe a esse profissional ser o canal de interlocução entre a Justiça e os jurisdicionados.

"O assessor de Comunicação não está ali para fazer propaganda. Ele leva a voz do Judiciário para a população e também a voz do povo para o Judiciário. A Justiça e os magistrados têm de estar sintonizados com os anseios da sociedade. Afinal, com a Constituição de 1988, o Poder Judiciário passou a ser um poder político, ao contrário de antes, quando era apenas um chancelador das decisões do Executivo e do Legislativo", afirmou a ministra, que integrou o CNJ até setembro do ano passado como corregedora nacional de Justiça.

Abertura – Ao falar sobre transparência, Eliana Calmon destacou que o Judiciário foi o último dos poderes constituídos a se abrir para a sociedade, atrás do Executivo e do Legislativo, que criaram ouvidorias e adotaram outras medidas para ampliar o acesso da população às informações. A abertura do Judiciário foi iniciada, segundo a ministra, a partir de sua reforma, marcada pela instalação do CNJ, em 2005.

"Como bem disse o ministro Ayres Britto (ex-presidente do Supremo Tribunal Federal), nós temos de acabar com essa cultura do biombo, de fuxicos, de bastidores. Muitos magistrados reclamam que a imprensa só veicula notícias ruins sobre o Judiciário. Mas isso acontece porque o Judiciário ainda é muito fechado. No dia em que esse poder for totalmente transparente, a prosa vai mudar, porque os jornalistas terão acesso a diferentes informações, não só as ruins", observou a vice-presidente do STJ.

Eliana Calmon falou também sobre o fenômeno das redes sociais, um dos temas do Encontro Nacional de Comunicação do Poder Judiciário. "As redes sociais revolucionaram a comunicação. Enquanto os veículos tradicionais divulgam notícias, fatos, as redes sociais veiculam opiniões. Ou seja, a opinião pública hoje é clara e imediata. Em função disso, os agentes públicos têm de se comunicar mais", declarou, acrescentando que a Justiça e os magistrados devem se preparar para fazer essa comunicação com a sociedade. "Aí é que reside a importância fundamental do profissional de Comunicação, pois ele é a ponte necessária para essa interlocução", defendeu a ministra.

 

Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias

Notícias

STJ autoriza penhora de imóvel financiado para quitar dívida de condomínio

STJ autoriza penhora de imóvel financiado para quitar dívida de condomínio Alessandro Junqueira de Souza Peixoto A decisão do STJ muda o jogo: Agora, imóveis financiados também podem ser penhorados para pagar dívidas de condomínio. Entenda o que isso significa para síndicos e...

Neto poderá ter avós maternos reconhecidos como seus pais

Neto poderá ter avós maternos reconhecidos como seus pais Ele moveu ação para reconhecimento de paternidade e maternidade socioafetiva 29/10/2025 - Atualizado em 29/10/2025 A 4ª Câmara Cível Especializada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) cassou uma sentença da Comarca de Diamantina e...

Georreferenciamento: novo prazo para 2029 gera alívio e controvérsia

Opinião Georreferenciamento: novo prazo para 2029 gera alívio e controvérsia Nassim Kassem Fares 27 de outubro de 2025, 19h35 O projeto e seu substitutivo, que estendeu a prorrogação para todos os imóveis rurais, tiveram como objetivo oferecer “uma solução legislativa viável, segura e proporcional...