'Tramitação rápida' marca primeiro dia de debate sobre o voto aberto

Pinheiro (C): vamos disputar no voto. Esta matéria está em sintonia com a pauta positiva 

19/09/2013 - 17h20 Plenário - Votações - Atualizado em 19/09/2013 - 18h08

Divergência sobre 'tramitação rápida' marca primeiro dia de debate sobre o voto aberto

Tércio Ribas Torres

A ordem do dia desta quinta-feira (19) incluiu a primeira sessão de discussão, em primeiro turno, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 43/2013, que acaba com o voto secreto nas casas legislativas do país. A proposta alcança Senado e Câmara dos Deputados e aplica-se ainda às assembleias legislativas dos estados, à Câmara Legislativa do Distrito Federal e às câmaras municipais. A segunda sessão de debate já está marcada para a próxima terça-feira (24).

A PEC do voto aberto foi aprovada na quarta-feira (18) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), depois de muita polêmica. No Plenário, a proposta tramita de forma conjunta com as PECs 20/2013 e 28/2013, que tratam do mesmo assunto. De acordo com o previsto no Regimento Interno do Senado Federal, as PECs têm de passar por cinco sessões de discussão em primeiro turno (art. 358) e outras três em segundo turno (art. 363). Para ser aprovada, conforme previsto na Constituição, deve receber o apoio de três quintos dos senadores, o que significa pelo menos 49 votos favoráveis.

Calendário especial

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) comuniou a intenção de apresentar um requerimento, que já tem a assinatura da maioria dos líderes, com o objetivo de criar um calendário especial para a tramitação da PEC 43. O senador reconheceu que o debate é importante, mas observou que é preciso superar a fase de discussão e partir para a decisão.

- Enquanto estamos debatendo entre uma hipótese e outra, o tempo passa. Podemos chegar à situação de apreciar a perda de um mandato sob a regra do voto secreto – alertou.

O senador Walter Pinheiro (PT-BA) também se mostrou favorável a um calendário especial. Na visão do senador, não há motivo para atrasar o debate no Plenário sobre o voto aberto.

- Se há discordância ou vontade de apresentar emendas, vamos colocar pra votar! Aí as emendas serão apresentadas. Vamos disputar no voto! É uma matéria que está em consonância com a pauta positiva do Senado – pediu o senador.

Por sua vez, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) se disse “radicalmente contra o calendário especial no varejo”. Ele disse que muitos assuntos, principalmente os que tocam nos relacionamentos entre os poderes e os que modificam a Constituição, não podem ser votados sem um debate mais aprofundado. O senador ainda ponderou sobre o alcance do voto aberto que, em sua opinião, corre o risco de fazer o debate caminhar para a “partidarização”.

- Em nome do cuidado, é preciso seguir o rito normal. Como é que vamos votar abertamente a escolha do procurador geral da República? E dos ministros do STF? – questionou Aloysio.

Conforme anunciou o presidente Renan Calheiros, a tramitação da PEC do voto aberto vai seguir o rito normal, previsto na Constituição. Renan afirmou que a transparência nas atividades do Poder Legislativo é “um caminho sem volta”. Ele reconheceu, entretanto, que a abertura irrestrita dos votos de deputados e senadores ainda não é consensual.

Apelo popular

Na visão do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o fim do voto secreto está de acordo com o que pensa a maioria do povo brasileiro. Ele disse que é preciso decidir de uma vez por todas pelo voto aberto. O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) disse ter certeza de que não há matéria tramitando no Senado com tanto apelo popular quanto a PEC do voto aberto. Segundo o senador, o argumento de uma suposta proteção que o voto secreto traria ao parlamentar só se justificaria em um regime de ditadura, e nunca em um regime democrático.

- No momento em que há um questionamento sobre os políticos, é importante que possamos garantir que a população saiba como votam seus representantes no Congresso Nacional – disse Rollemberg.

 

Agência Senado

 

Notícias

Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida

Falta de aviso Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida Martina Colafemina 15 de junho de 2025, 15h52 Com efeito, ao menos em sede de cognição sumária, não há prova de que os autores tenham sido intimados pessoalmente, daí podendo derivar a nulidade do ato de consolidação da...

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual Milena Cintra de Souza O crescimento na procura da via extrajudicial para realização de inventários em todo o país e as novidades trazidas pela resolução 571/24 do CNJ. quinta-feira, 12 de junho de 2025 Atualizado às...

Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza

FORA DA REGRA Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza Martina Colafemina 12 de junho de 2025, 8h16 Em sua análise, a juíza deu exemplos de artigos que dizem que é nulo qualquer contrato celebrado por uma pessoa absolutamente incapaz. Entretanto, ela analisou que a validade...

Nova procuração maioridade: Uma exigência prescindível?

Nova procuração maioridade: Uma exigência prescindível? Marcelo Alves Neves A exigência de nova procuração com a maioridade é prescindível. Veja o que a doutrina diz sobre a validade do mandato e saiba como proceder. segunda-feira, 9 de junho de 2025 Atualizado às 15:07 De fato, a exigência de uma...