Cheque especial: é preciso ter cuidado para não voltar ao vermelho

Após trocar cheque especial por empréstimo mais barato, é preciso ter cuidado para não voltar ao vermelho

03/10/2012 - 12h50
Economia
Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Correntistas endividados com o cheque especial devem trocar a dívida por uma mais barata, como o crédito consignado. Mas é preciso cuidado para não voltar a ficar no vermelho, na avaliação do professor de finanças da Faculdade Ibmec Marcos Aguerri Pimenta.

“Os juros do consignado são bem menores que os do cheque especial. Cuidado apenas para isso não virar rotina, pois é comum as pessoas, além de pegar um crédito pessoal, acabarem entrando no cheque especial novamente ou no rotativo do cartão de crédito.”

De acordo com o Banco Central (BC), o crédito consignado, por ter taxa de juros mais baixa, tem sido usado nas renegociações das dívidas. A taxa de juros do crédito consignado chegou a 23,6% ao ano, em agosto, com redução de 1 ponto percentual em relação a julho. Já a taxa do cheque especial ficou em 148,6% ao ano, em agosto.

Pimenta lembra que os correntistas podem pedir ao gerente do banco para “cortar” o cheque especial e assim evitar a tentação de usar. “Outra saída, menos radical que cortar o cheque especial, porém de difícil execução, é acompanhar frequentemente o fluxo de caixa da conta-corrente. Uma terceira alternativa consiste em ter uma aplicação, como poupança e CDB , com a opção de resgate automático quando o saldo da conta-corrente ficar negativo”, orienta.

Depois de ver a dívida do cheque especial crescer de forma descontrolada, o servidor público Carlos Henrique Guilherme, 54 anos, optou pela opção “mais radical”: pediu ao gerente para cortar o limite de crédito. Segundo ele, em 2005 a dívida chegou a R$ 10 mil, após meses de uso do cheque especial. A saída que ele encontrou foi negociar com o banco o pagamento em dez prestações. “Eu renegociei a dívida para sair da bola de neve.”

O servidor conta que, depois disso, para não voltar a precisar do cheque especial, adotou um hábito mais comum em cidades do interior – o conhecido caderninho de compras fiadas no comércio, como no açougue e na padaria, para pagar quando o salário entra na conta, no início de cada mês. “Hoje eu vivo com o que recebo de pagamento. Compro fiado na mercearia, no açougue, tudo perto de casa”, diz.

 

Edição: Juliana Andrade

Foto/Fonte: Agência Brasil

Notícias

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual Milena Cintra de Souza O crescimento na procura da via extrajudicial para realização de inventários em todo o país e as novidades trazidas pela resolução 571/24 do CNJ. quinta-feira, 12 de junho de 2025 Atualizado às...

Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza

FORA DA REGRA Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza Martina Colafemina 12 de junho de 2025, 8h16 Em sua análise, a juíza deu exemplos de artigos que dizem que é nulo qualquer contrato celebrado por uma pessoa absolutamente incapaz. Entretanto, ela analisou que a validade...

Nova procuração maioridade: Uma exigência prescindível?

Nova procuração maioridade: Uma exigência prescindível? Marcelo Alves Neves A exigência de nova procuração com a maioridade é prescindível. Veja o que a doutrina diz sobre a validade do mandato e saiba como proceder. segunda-feira, 9 de junho de 2025 Atualizado às 15:07 De fato, a exigência de uma...

Como fica a divisão de bens no divórcio? Entenda de vez

Como fica a divisão de bens no divórcio? Entenda de vez Alessandro Junqueira de Souza Peixoto Vai se divorciar e não sabe como dividir os bens? Entenda como o regime de bens escolhido impacta diretamente na partilha e evite surpresas no momento mais delicado da separação. quarta-feira, 4 de junho...