CNJ pede responsabilização pelo desperdício de recursos federais para presídios

Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ

CNJ pede responsabilização pelo desperdício de recursos federais para presídios

23/05/2013 - 09h00 

CNJ pede responsabilização pelo desperdício de recursos federais para presídios  O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pediu ao Ministério Público a responsabilização das autoridades ligadas ao desperdício de recursos federais destinados à construção ou reforma de unidades prisionais em 11 estados. Segundo o Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça (Depen/MJ), 39 contratos foram cancelados ou encerrados desde 2011. O montante de recursos devolvidos ao órgão por falta de uso soma R$ 103,384 milhões.

O pedido foi enviado nesta última terça-feira (21/5) em ofícios aos procuradores-gerais de Justiça dos estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe, Tocantins, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Também receberam comunicação os representantes do Ministério Público Federal nesses estados.

O envio dos ofícios obedece à decisão aprovada pelo Plenário do CNJ no último dia 14, durante a 169ª Sessão do Conselho. De acordo com o acórdão do julgamento do Pedido de Providências 0000461-45.2013.2.00.0000, também foram informados da situação o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, e o próprio ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

O conselheiro Jorge Hélio Chaves de Oliveira apresentou voto-vista ao relator original do processo, o ex-conselheiro Tourinho Neto, em que pede a responsabilização das autoridades de 11 governos estaduais que deixaram de usar os recursos federais em presídios, apesar de o CNJ ter verificado superlotação nos sistemas prisionais dessas unidades da Federação. 

“Diante de um cenário tão calamitoso, é incompreensível que tais estados tenham simplesmente abdicado dos recursos federais para melhoria das condições de vida em seus presídios. Penso que, para efetivar a política proposta pelo Depen, é preciso provocar as autoridades para apurar as responsabilidades administrativas e penais pelo desperdício”, afirmou o conselheiro.

Durante o julgamento do processo, o presidente do CNJ, ministro Joaquim Barbosa, mostrou-se espantado com os valores. “Cento e três milhões de reais seguramente resolveriam os problemas de dois ou três estados. Deixariam (o sistema prisional deles) em condições civilizadas, pelo menos. Essa é a informação que obtive na viagem ao Rio Grande do Norte”, disse o ministro, que conheceu parte do sistema prisional potiguar em abril.

Simplificação – O Plenário também aprovou o envio de um ofício do CNJ ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) para que o órgão reconsidere as exigências arquitetônicas que faz aos projetos financiados pelo Ministério da Justiça. O objetivo é “facilitar a elaboração de projetos voltados à construção/melhoria de estabelecimentos prisionais”, de acordo com o acórdão do julgamento
.


Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias

 

Notícias

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório Pedro Henrique Paffili Izá O STJ reafirma que renúncia ou aceitação de herança é irrevogável, protegendo segurança jurídica e limites da sobrepartilha. quinta-feira, 25 de setembro de 2025 Atualizado às 07:38 No recente julgamento do REsp...

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento 23/09/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM (com informações do DPE-TO) No Tocantins, uma idosa de 76 anos conseguiu formalizar o divórcio de um casamento que havia se dissolvido na prática há mais de duas décadas. A...

Valor Econômico: Volume de inventários digitais cresce no país

Valor Econômico: Volume de inventários digitais cresce no país Entre 2020 e 2024, número de procedimentos cresceu 49,7%, segundo o Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal O volume de famílias que têm resolvido a partilha de bens de forma extrajudicial vem aumentando desde 2020, quando foi...

Ex-cônjuge não sócio tem direito a lucros distribuídos depois da separação

Ex é para sempre Ex-cônjuge não sócio tem direito a lucros distribuídos depois da separação Danilo Vital 22 de setembro de 2025, 19h18 “Enquanto os haveres não forem efetivamente pagos ao ex-cônjuge, permanece seu direito de crédito em face da sociedade, que deve incidir também sobre os lucros e...

Imóvel de família é impenhorável mesmo que incluído em ação de inventário

Bem intocável Imóvel de família é impenhorável mesmo que incluído em ação de inventário Danilo Vital 18 de setembro de 2025, 17h50 “Na hipótese em que o bem imóvel for qualificado como bem de família, ainda que esteja incluído em ação de inventário, deve ser assegurada a sua impenhorabilidade no...