Colégio de Presidentes aprova realização de campanha nacional de valorização da advocacia

Colégio de Presidentes aprova realização de campanha nacional de valorização da advocacia

quinta-feira, 12 de maio de 2016 às 13h33

Brasília – Tema inaugural da pauta do primeiro Colégio de Presidentes de Seccionais da OAB da atual gestão foi a definição de uma campanha nacional pela valorização da advocacia. A Ordem pretende levar à sociedade brasileira o real papel dos advogados como defensores da cidadania. A campanha foi aprovada por todos os presidentes, nesta quinta-feira (12), em Brasília.

“Por incrível que pareça, muita gente desconhece o significado do papel do advogado", ressaltou Lamachia
(Foto: Eugênio Novaes)

Segundo o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, a advocacia tem sido atingida todos os dias de forma inaceitável. “Por incrível que pareça, muita gente desconhece o significado do papel do advogado. Precisamos desenvolver uma campanha com esclarecimentos sobre nossa atividade, o que significa nossa profissão como atores do processo judicial e representantes da sociedade”, explicou Lamachia, que propôs a campanha. Foi formada uma comissão de presidentes seccionais para encaminhar como será o formato da campanha.

Felipe Santa Cruz, presidente da Seccional do Rio de Janeiro, disse que a campanha deve focar não apenas na valorização da advocacia, mas também contra a criminalização da atividade, como em questões de honorários, por exemplo. “A luta pela valorização pode se tornar a marca da atual gestão”, saudou.

Leonardo Campos, de Mato Grosso, sugeriu que a campanha seja lançada em agosto, o mês do advogado. Também classificou como necessário e urgente este movimento, pois vários colegas têm sofrido violações graves de prerrogativas, como ser acusados de integrar organizações criminosas ao atuar como advogados.

Paulo Maia, da Paraíba, ressaltou que a advocacia tem mudado nos últimos anos, com ingresso de muitos novos colegas, então a campanha precisa abordar também questões como os advogados também se valorizarem, principalmente em questões de baixa remuneração e contratos de associado.

Para Leonardo Accioly, vice-presidente da Seccional de Pernambuco, a figura do advogado tem cada dia mais sendo aviltada e criminalizada, sendo essencial uma campanha nos moldes da proposta. “Observamos que a defesa da liberdade profissional e a valorização da classe são lutas de grandes dificuldades. Temos que reagir a abusos e ao desprestígio”, defendeu.

Mansour Karmouche, da OAB-MS, afirmou que a sociedade tem que enxergar a Ordem dos Advogados do Brasil como defensora da sociedade. “A campanha deve demonstrar o quanto a OAB tem sido importante nos momentos sensíveis da sociedade. Todo esse conjunto serve para demonstrar pra sociedade importância da instituição”, disse.

Luiz Viana, da Bahia, classificou como oportuno e importante o momento da campanha, lembrando que sua Seccional já realizou campanhas sobre a valorização da advocacia e esclarecimento da sociedade sobre o papel do advogado, colhendo resultados positivos.

Presidente da Seccional do Maranhão, Tiago Diaz saudou a ideia da campanha, pois, segundo ele, a advocacia passa por grave crise. “Muitos advogados se permitem ser desvalorizados, o que é grave. A campanha também precisa se voltar aos próprios advogados, para que valorizem a classe e a profissão. A advocacia é indispensável ao país”, afirmou.

Tanto Walter Ohofugi, presidente de Tocantins, quanto Homero Mafra, do Espírito Santo, parabenizaram a criação da campanha. Paulo Brincas, de Santa Catarina, trouxe três temas que podem ser abordados: criminalização da advocacia, fiscalização da atividade profissional e honorários, dizendo ser necessária elaboração de política de atuação para os próximos três anos.

“Temos um milhão e advogados e a sabedoria está em saber identificar qual mensagem única que agrega o máximo possível todos os colegas. Temos que encontrar feixe de luz que ilumine todos os Estados”, disse Juliano Costa Couto, do Distrito Federal. Marco Aurélio Choy, do Amazonas, sugeriu a criação de um selo de valorização da advocacia, entregue a órgãos que respeitem as prerrogativas da classe.

Segundo Marcos da Costa, da OAB de São Paulo, a campanha é salutar, mas foco é necessário, pois há muitas frentes de atuação. Para Fernanda Marinela, de Alagoas, além da campanha, uma política clara de atuação na defesa das prerrogativas, com etapas a serem cumpridas, em um movimento maior, é também necessária.

Ricardo Breier, do Rio Grande do Sul, disse que a campanha tem que mostrar que a cidadania é também atendida pela advocacia. “A sociedade tem que participar da campanha”, sugeriu. Maracélia Oliveira, vice-presidente da OAB-RO, apontou prática de sua Seccional que pode ser implementada nacionalmente: realização de palestras de acolhimento do jovem advogado, antes de receberem as carteiras da OAB.

Chico Lucas, presidente da Seccional do Piauí, alertou que a OAB tem de ficar vigilante conta atuações que violam prerrogativas. O membro honorário vitalício Reginaldo Oscar de Castro ressaltou que é fundamental que a instituição reaja à violência e a comportamentos abusivos contra advogados. “É preciso um trabalho no sentido do convencimento da sociedade e das autoridades quanto ao exercício da advocacia, assim como oferecer nas Seccionais cursos de aprendizado de postura de como agir quando o advogado sofre agressões”, disse.

Origem das Fotos/Fonte: OAB

Notícias

Lacunas e desafios jurídicos da herança digital

OPINIÃO Lacunas e desafios jurídicos da herança digital Sandro Schulze 23 de abril de 2024, 21h41 A transferência de milhas aéreas após a morte do titular também é uma questão complexa. Alguns programas de milhagens já estabelecem, desde logo, a extinção da conta após o falecimento do titular, não...

TJMG. Jurisprudência. Divórcio. Comunhão universal. Prova.

TJMG. Jurisprudência. Divórcio. Comunhão universal. Prova. APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DIVÓRCIO - COMUNHÃO UNIVERSAL DE BENS - PARTILHA - VEÍCULO - USUCAPIÃO FAMILIAR - ÔNUS DA PROVA - O casamento pelo regime da comunhão universal de bens importa na comunicação de todos os bens presentes e futuros...

Reforma do Código Civil exclui cônjuges da lista de herdeiros necessários

REPARTINDO BENS Reforma do Código Civil exclui cônjuges da lista de herdeiros necessários José Higídio 19 de abril de 2024, 8h52 Russomanno ressalta que, além da herança legítima, também existe a disponível, correspondente à outra metade do patrimônio. A pessoa pode dispor dessa parte dos bens da...

Juiz determina que valor da venda de bem de família é impenhorável

Juiz determina que valor da venda de bem de família é impenhorável Magistrado considerou intenção da família de utilizar o dinheiro recebido para adquirir nova moradia. Da Redação terça-feira, 16 de abril de 2024 Atualizado às 17:41 "Os valores decorrentes da alienação de bem de família também são...

Cônjuge não responde por dívida trabalhista contraída antes do casamento

CADA UM POR SI Cônjuge não responde por dívida trabalhista contraída antes do casamento 15 de abril de 2024, 7h41 Para o colegiado, não se verifica dívida contraída em benefício do núcleo familiar, que obrigaria a utilização de bens comuns e particulares para saná-la. O motivo é o casamento ter...

Atos jurídicos e assinatura eletrônica na reforma do Código Civil

OPINIÃO Atos jurídicos e assinatura eletrônica na reforma do Código Civil Ricardo Campos Maria Gabriela Grings 12 de abril de 2024, 6h03 No Brasil, a matéria encontra-se regulada desde o início do século. A Medida Provisória 2.200-2, de 24 de agosto de 2001, estabeleceu a Infraestrutura de Chaves...