Comissão de Orçamento aprova LDO, que segue para votação no Plenário do Congresso

Marcos Oliveira/Agência Senado

Comissão de Orçamento aprova LDO, que segue para votação no Plenário do Congresso

  

Da Redação | 12/11/2015, 16h30 - ATUALIZADO EM 12/11/2015, 22h32

A Comissão Mista de Orçamento aprovou nesta quinta-feira (12) o projeto da nova Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que orienta o Congresso Nacional e os demais Poderes a elaborar a proposta orçamentária de 2016. Pelo texto aprovado nesta quinta, a meta de superavit primário do próximo ano será de R$ 43,8 bilhões para o conjunto do setor público (União, estados, Distrito Federal e municípios), o equivalente a 0,7% do  produto interno bruto (PIB). Para a União, será de R$ 34,4 bilhões (0,55% do PIB), e, para os demais entes federados, de R$ 9,4 bilhões (0,15% do PIB).

O projeto será submetido a mais uma votação, dessa vez no Plenário do Congresso (sessão conjunta de deputados e senadores), que tem sessão marcada para a próxima terça-feira (17). Antes, porém, será preciso votar os vetos presidenciais que estão na pauta.

Meta

A meta fiscal aprovada é diferente da que veio no projeto original. O texto propôs, inicialmente, R$ 104,5 bilhões para o governo federal e R$ 22,2 bilhões para estados, Distrito Federal e municípios. O próprio governo solicitou a redução após constatar que a atividade econômica não vai se recuperar no curto prazo, com efeitos sobre a arrecadação federal.

O texto (PLN 1/2015) foi aprovado na forma de um substitutivo apresentado pelo relator, deputado Ricardo Teobaldo (PTB-PE), após um acordo que envolveu todos os partidos, capitaneado pelo líder do governo na comissão, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), e pela presidente do colegiado, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES). O acordo passou pela retirada do redutor da meta de superavit primário do próximo ano.

Um adendo apresentado pelo relator nesta quarta permitia ao Executivo reduzir sua própria meta em R$ 20 bilhões, fazendo com que ela caísse para R$ 14,4 bilhões. O pedido para exclusão do redutor foi puxado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

— Não dá para a meta ficar flexível. Precisamos ter a coragem de administrar a meta cortando [gastos] — disse Moreira.

A meta de superavit primário de 2016 ficou então em R$ 43,8 bilhões para o setor público (União, estados, Distrito Federal e municípios), o equivalente a 0,7% do PIB, como foi defendido pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Para a União, o superavit será de R$ 34,4 bilhões (0,55% do PIB). Para os demais entes federados, a meta de superavit será de R$ 9,4 bilhões (0,15% do PIB).

Superavit primário é uma poupança que o governo faz para controlar a expansão da dívida pública federal. O indicador é acompanhado pelos agentes do mercado (empresários e investidores) para avaliar a saúde fiscal do país. A última vez que a União fechou o ano com superavit foi em 2013. Em 2014 houve deficit de R$ 20,5 bilhões. Para este ano, a previsão é de saldo negativo ainda maior.

Desconto

Desde 2005, a LDO contém comandos que permitem ao governo reduzir a meta fiscal até determinado valor utilizado em investimentos prioritários. Mas, somente a partir da crise financeira internacional, em 2009, é que o desconto passou, efetivamente, a ser feito na meta.

Em 2013, por exemplo, o superavit da União foi fixado na LDO em R$ 108,1 bilhões, com a possibilidade de redução de até R$ 65,2 bilhões, o que permitia que a meta caísse para até R$ 42,9 bilhões. Após descontar R$ 35 bilhões, a União encerrou o ano com resultado positivo de R$ 73 bilhões, valor bem abaixo da meta, mas ainda assim dentro do intervalo permitido pela lei.

Em 2014 não houve limite para a redução e o governo, com dificuldade de caixa, abateu quase R$ 162 bilhões da sua meta. O ano se encerrou com déficit.

Próxima votação

Para o líder do governo, a aprovação desta quinta é importante porque abre espaço para a Comissão de Orçamento iniciar a análise, na próxima semana, do PLN 5/2015, projeto do governo que altera a meta de superavit deste ano.

O relator é o deputado Hugo Leal (Pros-RJ). Leal acolheu os números sugeridos pelo Executivo, que transformam a meta oficial da União de 2015 de um superavit de R$ 55,3 bilhões em um deficit primário que pode chegar, com a utilização de redutor, a quase R$ 120 bilhões.

— É importante que o país dê uma resposta para o mercado, que mostre uma estabilidade na condução dos temas orçamentários. Enquanto não votarmos o PLN 5, ficamos diante de uma instabilidade, porque temos uma LDO que prevê um superavit primário que todos sabemos que não vai se realizar, em que pese todo um esforço feito — disse Paulo Pimenta.

 

Agência Senado 

Notícias

Bem de família pode ser tomado pelo banco?

Bem de família pode ser tomado pelo banco? Kelton Aguiar Descubra se o banco pode tomar seu bem de família e como se proteger com ajuda de um advogado especialista. segunda-feira, 25 de agosto de 2025  Atualizado às 11:19 Dívida com mais de 8 anos pode estar prescrita? Descubra se o banco...

Usufruto parental: proteção do patrimônio dos filhos

Com Partilha Usufruto parental: proteção do patrimônio dos filhos Bruno Araujo França 21 de agosto de 2025, 8h00 Apesar de não ser a regra, há situações em que, ao atingir a maioridade, o herdeiro descobre que seu patrimônio foi totalmente consumido, sem qualquer justificativa. Prossiga em...

Processo tramita 20 anos sem citação e juíza anula execução

Tardou e falhou Processo tramita 20 anos sem citação e juíza anula execução 14 de agosto de 2025, 12h58 Conforme fundamentação, não houve citação da parte executada no processo. Logo, o processo tramitou mais de 20 anos sem citação. Leia em Consultor...

STJ reconhece multiparentalidade em caso de gravidez aos 14 por abuso sexual

quarta-feira, 13 de agosto de 2025 STJ reconhece multiparentalidade em caso de gravidez aos 14 por abuso sexual Corte manteve guarda com pais socioafetivos e incluiu mãe biológica no registro da filha, nascida após gravidez decorrente de abuso. A 4ª turma do STJ decidiu manter acórdão do TJ/MT que...

STJ julga autorização de acesso a herança digital em inventário

Caso inédito STJ julga autorização de acesso a herança digital em inventário Caso envolve bens armazenados em computador de herdeira falecida na tragédia aérea que vitimou a família Agnelli. Da Redação terça-feira, 12 de agosto de 2025 Atualizado às 19:15 Nesta terça-feira, 12, a 3ª turma do STJ...