Corregedorias são farol da magistratura

Corregedorias são farol da magistratura

20/04/2012 - 15h58

A corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, destacou, na noite de quinta-feira (19/4), a importância do papel das corregedorias (dos tribunais) na orientação da magistratura e na modernização do Poder Judiciário. “A Corregedoria é o farol, o guia, é aquele que está com o aríete e vai abrindo os caminhos do Poder Judiciário para dias melhores”, afirmou, em seu discurso de abertura do 59º Encontro do Colégio dos Corregedores-Gerais dos Tribunais de Justiça (Encoge), que acontece até sábado, em Foz do Iguaçu (PR).

Segundo a ministra, a Constituição de 1988 e a aprovação da Emenda Constitucional 45 deram ao Poder Judiciário novas atribuições e um novo papel junto à sociedade, determinando também a necessidade de modernização do Poder. “O moderno Poder Judiciário está inserido em políticas públicas e passa, a partir daí, não apenas a dizer o Direito e a falar nos autos, como muitos despudoradamente dizem. O juiz fala nos autos, fala fora dos autos, o juiz fala quando tem a necessidade de direcionar, de divergir, de fazer justiça e solucionar os conflitos da sociedade”, disse.

O papel disciplinar, de acordo com a magistrada, é até dispensável, frente às atividades de orientação e modernização da gestão do Judiciário a serem desempenhadas pelas corregedorias. “As funções das corregedorias não são apenas disciplinares. A atividade disciplinar é ate dispensável dentro de um Poder Judiciário normal e que não esteja doente. O que de mais importante existe para a corregedoria é a orientação, a modernização. É fornecer as ferramentas necessárias para que nossos magistrados possam trabalhar”, afirmou.

A modernização do Poder Judiciário, segundo Eliana Calmon, deve necessariamente passar pelo uso de novas tecnologias e pela publicização dos atos. Para a corregedora Nacional de Justiça, cabe às Corregedorias conduzir estas mudanças e preparar os magistrados para a nova realidade. “Precisamos de um novo perfil para o Poder Judiciário e isso tem que partir das Corregedorias”, disse.

Segundo a ministra, a aprovação, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), da Resolução 135 do CNJ e o reconhecimento da competência concorrente do órgão na investigação de desvios disciplinares contribuíram para o fortalecimento das corregedorias dos estados, já que a competência para a investigação de desembargadores passa a ser do CNJ.

Dessa forma, de acordo com a ministra, as investigações dos desvios cometidos por desembargadores ficam livres da influência que estes magistrados poderiam ter sobre os corregedores locais graças à proximidade na atuação profissional. “Não somos mais corregedores de papel, não estamos mais à sombra dos presidentes dos tribunais. As corregedorias estão hoje engrandecidas com a posição do STF e não temos mais desculpas para não sermos grandes, para não sermos o farol”, afirmou.

A ministra disse ainda que ao deixar o cargo de corregedora Nacional de Justiça, em setembro, sairá com um conhecimento profundo sobre a magistratura e o funcionamento do Poder Judiciário. “Saio em setembro e levo comigo o melhor que a magistratura pode me dar, porque se eu não passasse pela Corregedoria Nacional não saberia o que é corporativismo, o que é a verticalização que está matando a nossa instituição. Eu não saberia como são as entranhas do Poder Judiciário. Hoje posso dizer que conheço a carreira que escolhi e que eu amo profundamente”, concluiu.


Tatiane Freire
Foto/Fonte:Agência CNJ de Notícias


 

Notícias

Imóvel não deve ser alienado sem que haja intimação do devedor

ÔNUS INVERTIDO Imóvel não deve ser alienado sem que haja intimação do devedor Martina Colafemina 29 de maio de 2025, 7h49 Como, no caso, o credor não anexou provas da intimação, o juiz classificou como verdadeiros os fatos narrados pela autora e anulou a execução extrajudicial. Confira em Consultor...

Justiça nega exclusão de imóvel em divórcio com regime de comunhão de bens

Justiça nega exclusão de imóvel em divórcio com regime de comunhão de bens Autora argumentou que bem foi comprado com recursos próprios 23/05/2025 - Atualizado em 23/05/2025 Origem da Imagem/Fonte: TJMG Justiça entendeu que não há provas no processo de que o bem foi adquirido com recursos...

STJ exclui de partilha de novos bens herdeiro que renunciou à herança

Sucessão STJ exclui de partilha de novos bens herdeiro que renunciou à herança Colegiado entendeu que renúncia à herança é ato irrevogável, impedindo participação em sobrepartilha. Da Redação terça-feira, 13 de maio de 2025 Atualizado às 18:24 Por unanimidade, a 3ª turma do STJ decidiu que a...

Justiça reconhece pai socioafetivo sem excluir o biológico

Vínculo afetivo Justiça reconhece pai socioafetivo sem excluir o biológico O juiz autorizou a expedição de mandado ao cartório de registro civil para averbação da sentença. Da Redação quarta-feira, 14 de maio de 2025 Atualizado às 12:05 A vara de Família e Sucessões de Varginha/MG reconheceu, por...