Ferramenta virtual combate tortura

Ferramenta virtual combate tortura no ES

24/05/2012 - 07h00 

Um banner no portal do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo (TJES) informava na última sexta-feira (18/5) que nove dias se passaram desde a última denúncia de tortura recebida pelo tribunal. A cada nova denúncia recebida, o contador é zerado. Batizado “torturômetro”, o contador virtual é a parte mais visível da estratégia do TJES para combater o crime de tortura.

Presidente da Comissão de Enfrentamento e Combate à Tortura, o desembargador Willian Silva explica que o torturômetro só contabiliza denúncias que se adequam à Lei de Tortura (9.455/97). Desde a criação da ferramenta, em 17 de janeiro de 2012, até o último dia 11, 134 mensagens haviam sido enviadas para denunciar episódios de tortura. A última ocorrência registrada pelo torturômetro aconteceu no dia 9 de maio.

“É difícil passar uma semana sem que nos chegue uma denúncia. Pelo menos metade das mensagens merecem apuração imediata”, afirma Silva. A maioria dos casos, segundo o desembargador, se refere a abusos por parte de agentes penitenciários. Os denunciantes são mães, amigos e até alguns agentes. “Isso mostra que o torturômetro é uma parceria que estabelecemos com o Sindicato dos Agentes do Sistema Penitenciário do Espírito Santo. Os denunciados são alguns profissionais que não estão preparados para exercer a função”, diz.

Um clique no banner do torturômetro abre um formulário em que a denúncia pode ser feita. A denúncia também pode ser feita diretamente à Comissão de Enfrentamento e Combate à Tortura do TJES. O anonimato é garantido, mas quanto mais informações são fornecidas, melhor para a busca dos culpados.

Resultado – Recebida a denúncia, a comissão determina investigação do caso, oficiando delegados, corregedores da polícia (civil ou militar), juízes ou o Ministério Público, de acordo com as circunstâncias. Embora o desembargador reconheça a dificuldade em se apurar a culpa em um episódio de tortura, aponta outros resultados da existência do torturômetro.

“O simples fato de o TJES mandar apurar a denúncia fazem os profissionais ligados à investigação se sentirem instados a acelerar seu trabalho. A instalação do torturômetro no portal por si só já serviu como prevenção à tortura. É a sensação que se tem”, afirmou.


Manuel Carlos Montenegro
Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias

Leia mais

Torturômetro zerado por denúncia de violência em cadeia

Foto/Fonte: CNJ


 

Notícias

Evolução e relevância da separação de fato no direito brasileiro

Evolução e relevância da separação de fato no direito brasileiro Vitor Frederico Kümpel e Thaíssa Hentz de Carvalho quarta-feira, 16 de outubro de 2024 Atualizado em 15 de outubro de 2024 18:03 A separação de fato, embora não dissolva formalmente o vínculo matrimonial, é uma realidade que afeta...

STJ veta repasse de dívidas tributárias do imóvel ao arrematante em leilão

IPTU e outros STJ veta repasse de dívidas tributárias do imóvel ao arrematante em leilão Danilo Vital 13 de outubro de 2024, 13h25 Há uma exceção: os casos em que exista ação judicial ou pedido administrativo pendente de julgamento. Para esses, a aplicabilidade da tese é imediata. Confira em...

Juiz reconhece impenhorabilidade de imóvel familiar e cancela execução

Bem de família Juiz reconhece impenhorabilidade de imóvel familiar e cancela execução Imóvel tem alienação fiduciária da Caixa e serve como residência da família. Da Redação domingo, 13 de outubro de 2024 Atualizado em 9 de outubro de 2024 10:15 O juiz de Direito Thiago Cavicchioli Dias, da 1ª vara...

Sem posse mansa e pacífica, juíza nega usucapião de imóvel a herdeiros

Herança Sem posse mansa e pacífica, juíza nega usucapião de imóvel a herdeiros Magistrada entendeu que ocupação do imóvel contava com mera tolerância, por laços familiares, dos demais herdeiros. Da Redação segunda-feira, 7 de outubro de 2024 Atualizado em 8 de outubro de 2024 10:15 Herdeiros que...