Inflação vai convergir para 4,5% até 2012, diz Tombini

27/09/2011 - 16h06

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a afirmar nesta terça-feira (27) que a inflação "vai convergir" até o ano que vem para o centro da meta - que é de 4,5%. Ele disse que o índice que calcula a inflação acumulada em 12 meses deve baixar já nos próximos meses, mantendo esse movimento de queda até abril ou maio de 2012.

- Hoje, a inflação [acumulada em 12 meses] está em cerca de 7,3%, mas até o final do ano ficará abaixo do teto da meta, que é de 6,5% - acrescentou.

Tombini fez as previsões logo após participar de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e um dia após o Boletim Focus indicar que o mercado financeiro espera uma inflação acima do teto - de 6,5% - neste ano.

Desconfiança

O Boletim Focus é uma pesquisa semanal feita pelo próprio Banco Central com representantes do mercado financeiro. No último levantamento, divulgado nesta segunda-feira (26), a projeção foi de uma inflação de 6,52% - a sexta alta consecutiva registrada pela pesquisa.

A meta de inflação fixada para este ano e para o ano que vem é a mesma: 4,5%. Mas, a rigor, esse é o centro da meta, já que há uma "tolerância" de dois pontos percentuais para cima e para baixo; ou seja, a meta pode variar, nesse caso, entre 2,5% e 6,5%.

Durante a audiência, Tombini reconheceu que houve "um forte crescimento" dos preços ao consumidor no primeiro semestre. Segundo ele, uma das razões para essa alta - além da expansão da economia nacional - foi a elevação dos preços das commodities internacionais entre o segundo semestre do ano passado e março. Outras razões para a alta seriam os fatores climáticos e preços administrados "atípicos" (entre os preços administrados estão aqueles determinados pelo governo, como os preços da gasolina e da energia).

- Mas o pico da inflação acumulada [em 12 meses] será observado agora, no terceiro trimestre. No quarto trimestre, a inflação começará a retroceder - reiterou o presidente do BC, acrescentando que "já existem sinais claros de moderação da demanda".

Entre os fatores que devem levar à queda da inflação, Tombini citou as medidas de política monetária adotadas até julho passado, cujos efeitos, segundo ele, ainda não foram plenamente sentidos, e a "substancial deterioração" do ambiente econômico internacional, que impôs um viés "desinflacionário".

 

Ricardo Koiti Koshimizu / Agência Senado

Notícias

Decisão do STJ convida a repensar transmissão de bens digitais no Brasil

Uma vida na nuvem Decisão do STJ convida a repensar transmissão de bens digitais no Brasil Danilo Vital 15 de setembro de 2025, 8h48 “Enquanto isso, a jurisprudência decide caso a caso, o que gera decisões díspares e falta de previsibilidade. A decisão do STJ é inovadora, mas não resolve essa...

Presunção de paternidade decorrente da recusa de exame de DNA

Processo Familiar Presunção de paternidade decorrente da recusa de exame de DNA Carlos Eduardo Pianovski 7 de setembro de 2025, 8h00 O sistema vigente mantém a dualidade entre filhos matrimoniais e extramatrimoniais, em resquício da odiosa distinção pretérita entre filhos legítimos e...

Doação na reforma do Código Civil: Algumas observações sobre o adiantamento de legítima e a cláusula de dispensa da colação por declaração de vontade posterior

Doação na reforma do Código Civil: Algumas observações sobre o adiantamento de legítima e a cláusula de dispensa da colação por declaração de vontade posterior Rodrigo Reis Mazzei sexta-feira, 5 de setembro de 2025 Atualizado às 07:30 Como é de conhecimento geral, com a apresentação do PL 4/2025 há...

Casar e se separar no mesmo dia: Nulidade ou divórcio?

Casar e se separar no mesmo dia: Nulidade ou divórcio? Rudyard Rios A lei protege os cônjuges ao não permitir o fim imediato do casamento. Fora exceções legais, só o divórcio garante segurança jurídica e respeito à vontade do casal. quarta-feira, 3 de setembro de 2025 Atualizado às 09:14 É possível...