Marco Maia: MP poderá encerrar polêmica sobre o Código Florestal

28/05/2012 19:16

Marco Maia: MP poderá encerrar polêmica sobre o Código Florestal

 
Marco Maia
Marco Maia: texto recompõe o "sentimento médio" do debate entre a Câmara e o Senado.

O presidente da Câmara, Marco Maia, afirmou que a votação da Medida Provisória 571/12 poderá encerrar a polêmica sobre o novo Código Florestal. A MP, que chegou nesta segunda-feira (28) ao Congresso Nacional, preenche lacunas deixadas com os 12 vetos que a presidente Dilma Rousseff impôs ao texto aprovado pelos parlamentares.

Para Maia, os vetos ao novo código e a edição da MP se deram em razão da incapacidade do Congresso de construir um acordo que representasse o “sentimento médio” da sociedade brasileira: “A medida provisória recompõe aquilo que foi o sentimento médio do debate realizado entre a Câmara e o Senado. E é um bom caminho para que possamos ter uma solução definitiva sobre esta matéria.”

Marco Maia disse esperar que a MP afaste posições radicais tanto do lado dos agricultores quanto dos ambientalistas: "Opiniões e posições radicalizadas neste tema já deixaram claro que não são o melhor caminho. Não resolvem o problema, não dão segurança jurídica aos nossos agricultores nem viabilizam a proteção do meio ambiente, tão defendida pelos ambientalistas. A posição expressa na medida provisória é um meio termo que nós podemos construir para garantir a efetividade do novo Código Florestal."

Veja apresentação sobre os vetos e alterações no Código Florestal.

 
VT Paulo Piau
Paulo Piau: algumas regras incluídas pela MP são desnecessárias.

Ruralistas
Segundo o deputado Paulo Piau (PMDB-MG), que foi relator do projeto do novo código, a presidente foi "corajosa" ao sancionar o texto, contrariando o movimento "veta tudo Dilma", apoiado por diversos setores da sociedade, inclusive artistas.

Piau disse que os ruralistas vão analisar a MP, principalmente para tentar mudar algumas normas específicas que, segundo ele, são desnecessárias.

Entre essas regras, o deputado citou o dispositivo sobre o descanso do solo, o chamado pousio. A MP limita o pousio a 25% da área produtiva da propriedade por no máximo 5 anos.

“O pousio geralmente acontece nas agriculturas tradicionais. Na agricultura tecnificada, é uma prática pouco realizada. E, portanto, definir em uma lei geral 5 anos, 25% da propriedade, para valer para a Floresta Amazônica, para a Caatinga do Nordeste e para a Mata Atlântica, tecnicamente não é conveniente”, disse Piau.

Ambientalistas
Já os ambientalistas apoiam a prática do pousio. Em nota, o PV afirma que o texto da MP garante maior segurança jurídica e evita que áreas em estágios iniciais de regeneração, como a Mata Atlântica, sejam passíveis de utilização.

 
jilmar tatto CH 20120307
Jilmar Tatto: texto da MP 571 é o "pacto possível".

Para o PV, a medida provisória “recupera em parte as preocupações ambientais” apontadas pelo partido em relação às áreas de preservação permanente (APPs) e à obrigatoriedade de sua recomposição. O PV ressalva, no entanto, que teria sido melhor o veto total ao novo código.

Leia a íntegra da nota do PV.

Já o líder do PT, deputado Jilmar Tatto (SP), disse que a MP vai alcançar seu objetivo. “O texto ficou bom. Os vetos foram feitos de forma criteriosa. Valorizou bastante o pequeno proprietário e garantiu a não anistia, principalmente para os grandes. Ao mesmo tempo, garantiu a recuperação das APPs e deu segurança jurídica. O texto pode não contentar os grandes ruralistas ou uma pequena parcela do setor ambiental mais radical, mas é o pacto possível.”

Íntegra da proposta:

Reportagem – Marise Lugullo e Idhelene Macedo
Edição – Pierre Triboli

Foto em destaque/Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

Notícias

STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa

Família STJ valida filiação socioafetiva post mortem sem manifestação expressa 3ª turma reconheceu vínculo de filha criada desde a infância, ainda que falecidos não tenham formalizado adoção. Da Redação terça-feira, 7 de outubro de 2025 Atualizado às 18:55 Por unanimidade, 3ª turma do STJ...

Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente

Opinião Renúncia à herança e sua extensão a bens descobertos posteriormente Mathias Menna Barreto Monclaro 7 de outubro de 2025, 7h01 Não se deixa de reconhecer que, em certos contextos, a rigidez da solução pode suscitar debates sob a ótica da justiça material, sobretudo em heranças complexas, em...

Juiz nega penhora de imóveis rurais usados para subsistência

Proteção Juiz nega penhora de imóveis rurais usados para subsistência Magistrado reconheceu que a família do devedor explora diretamente a terra para sua subsistência e que os imóveis se enquadram como pequena propriedade rural. Da Redação domingo, 5 de outubro de 2025 Atualizado em 3 de outubro de...

Assinatura eletrônica e digital: entre prática judicial e debate acadêmico

Opinião Assinatura eletrônica e digital: entre prática judicial e debate acadêmico Cícero Alisson Bezerra Barros 2 de outubro de 2025, 18h25 A confusão entre os termos reside justamente no fato de a assinatura digital ser uma modalidade específica de assinatura eletrônica, mas dotada de requisitos...