"Mea culpa"

Imprensa deveria cobrir mais bons exemplos, diz repórter policial

 05/09/2011 - 18h53

O repórter policial da TV Globo, Valmir Salaro, fez uma mea culpa sobre a cobertura da imprensa em relação ao sistema prisional nesta segunda-feira (5/9), no Encontro Nacional do Começar de Novo, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pela Fiesp, em São Paulo. “Em 30 anos de carreira, fiz pouquíssimas matérias sobre a recuperação de presos”, disse.

Segundo o jornalista, a sociedade devia pressionar as empresas de comunicação a noticiar também os bons exemplos do sistema carcerário, como a reinserção social via mercado de trabalho e estudo, objeto do programa Começar de Novo, do CNJ. “Tenho de admitir que a imprensa cobre muito pouco e cobre mal essa questão por preconceito, por medo e falta de conhecimento sobre esse trabalho de reintegrar uma pessoa que já cumpriu sua pena e tem o direito, como qualquer um de nós, de trabalhar e sustentar sua família”, afirmou.

Segundo o jornalista, quando a polícia avisa à imprensa que prendeu um suspeito, já informa se o cidadão é reincidente. “Isso quando o repórter não pergunta antes”, afirmou. Para Salaro, essa informação muitas vezes orienta a elaboração da reportagem e acaba alimentando o preconceito contra quem já foi preso junto ao público. “Mostrar um suspeito na televisão é uma forma de condenação, moral, não penal. Assim a gente aplica uma segunda pena, o que dificulta essa pessoa de conseguir um emprego”, disse.

Evento – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) promovem até terça-feira (6/9), em São Paulo, o Encontro Nacional do programa Começar de Novo, do CNJ, voltado para a reinserção de detentos e egressos do sistema carcerário no mercado de trabalho.

O objetivo é mostrar ao empresariado de todo o País as vantagens da oferta de cursos de capacitação e de emprego para detentos e ex-detentos – uma vez que, além da promoção da cidadania e da prevenção da reincidência criminal, são vários os benefícios desse tipo de contratação.

 

Manuel Carlos Montenegro
Agência CNJ de Notícias
 

Notícias

STJ julga caso inédito de adoção unilateral com manutenção de poder familiar

Família STJ julga caso inédito de adoção unilateral com manutenção de poder familiar 4ª turma fixou solução inovadora proposta pelo ministro Buzzi. Da Redação sexta-feira, 6 de dezembro de 2019 Atualizado em 7 de dezembro de 2019 16:30 A 4ª turma do STJ concluiu na quinta-feira, 5, julgamento que...

Inclusão do cônjuge do devedor na execução: até onde vai a conta do casamento?

Opinião Inclusão do cônjuge do devedor na execução: até onde vai a conta do casamento? Lina Irano Friestino 19 de dezembro de 2025, 9h25 A decisão do STJ no REsp 2.195.589/GO reforça algo que, no fundo, já estava escrito na lógica do regime de bens: casar sob comunhão parcial significa dividir não...

Contrato e pacto antenupcial pela perspectiva de gênero

Contrato e pacto antenupcial pela perspectiva de gênero Autor: Rodrigo da Cunha Pereira | Data de publicação: 16/12/2025 O Direito das Famílias e Sucessões está cada vez mais contratualizado. Isto é resultado da evolução e valorização da autonomia privada, que por sua vez, vem em consequência do...

Autocuratela o novo instrumento que redefine autonomia no futuro

Autocuratela o novo instrumento que redefine autonomia no futuro Marcia Pons e Luiz Gustavo Tosta Autocuratela, agora regulamentada pelo CNJ, permite que qualquer pessoa escolha seu curador antecipadamente, reforçando autonomia e prevenindo conflitos familiares. terça-feira, 9 de dezembro de...