Ministro da Previdência defende mudança nas regras do seguro-defeso

23/04/2015 - 13h45

Ministro da Previdência defende mudança nas regras do seguro-defeso

Carlos Gabas quer regras mais rígidas para a concessão do benefício

Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre o beneficio para o pescador e a MP 665/14. Ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas
Gabas: "Se não tomarmos nenhuma medida, o programa fica inviável"
 

O ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, afirmou em audiência pública na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia que as regras atuais do seguro defeso permitem distorções, fazendo com que pessoas sem nenhuma relação com a pesca consigam acessar o benefício. A audiência debateu as novas regras de concessão do benefício contidas na Medida Provisória 665/14.

O defeso é a paralisação das atividades de pesca durante o período de reprodução, com o objetivo de garantir a manutenção das espécies. Nesse período, a pesca é proibida e os pescadores profissionais recebem o seguro no valor de um salário mínimo mensal.

A MP 665/14 traz requisitos mais rígidos para acessar o benefício, especialmente na comprovação da condição de pescador profissional que exerce a atividade de forma artesanal. Ela determina que pescadores se dirijam aos postos do Instituto Nacional do Serviço Social (INSS), do Ministério do Trabalho ou à Superintendência da Pesca e Agricultura dos seus estados para garantir o pagamento do seguro.

“Se não tomarmos nenhuma medida, o programa fica inviável e isso é injusto com o trabalhador que precisa de subsistência no período do defeso”, disse o ministro.

Falta de postos na Amazônia
Luiz Cruvinel

Silas Câmara
Silas Câmara: "Os Previbarcos não estão atuando e as agências estão abandonadas"
 

Um dos autores do requerimento da audiência, Silas Câmara (PSD-AM) criticou a falta de postos em seu estado. “Existe uma grande precariedade de agências da Previdência na Amazônia, que estão abandonadas ou com falta de funcionários. Além disso, as cinco embarcações prometidas para navegar como Previbarcos no Amazonas ainda não estão atuando”, apontou o deputado. Os Previbarcos são embarcações que fazem atendimento do INSS junto às populações ribeirinhas.

Do total de 61 municípios do estado, o deputado afirma que deveria existir posto da Previdência em 17 deles. Segundo ele, apenas em 10 municípios as obras foram completadas. "E desses 10, alguns não têm funcionários para funcionar, ou estão fechados ou funcionam muito mal".

Silas Câmara disse que, atualmente, mais de 90 mil pescadores artesanais recebem o seguro defeso no estado.

O ministro Carlos Gabas concordou que é preciso reforçar as agências do INSS e os Previbarcos no Amazonas. “O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, já se mostrou sensível a essa questão, e dentro das limitações do Orçamento, conseguiremos prover a estrutura necessária para essas populações”, garantiu.

Para o deputado Zé Geraldo (PT-PA), também autor do requerimento para a realização da audiência, a ampliação do número de agências do INSS é fundamental para a população paraense. Ele confirmou casos em que empresas licitadas abandonaram as obras das agências pela metade. Ele aponta que, depois de vários anos, agências que foram terminadas agora estão sem funcionários. "Uma empresa só ganhou as três licitações e abandonou as três", disse.

Negociações do texto
O deputado Cleber Verde (PRB-MA) informou que está havendo entendimento sobre a votação da MP 665/14, pois o relator da medida, senador Paulo Rocha (PT-PA), está acolhendo as emendas dos parlamentares. Como exemplo, Cleber Verde mencionou a manutenção do tempo mínimo obrigatório de registro para ter direito ao benefício. A MP prevê que seriam três anos, porém o relator já diminuiu a carência, retornando ao prazo anterior de um ano.

O relatório da medida provisória que altera as regras do seguro defeso deve ser votado na comissão mista nos próximos dias.

Reportagem - Daniele Lessa
Edição - Patricia Roedel
Origem da Foto em destaque/Fonte: Agência Câmara Notícias
 

 

Notícias

Juíza reconhece nulidade de algibeira em caso de execução de patrimônio

SÓ QUANDO CONVÉM Juíza reconhece nulidade de algibeira em caso de execução de patrimônio 8 de maio de 2025, 11h57 Tal conduta caracteriza a chamada ‘nulidade de algibeira’. Em síntese, a nulidade de algibeira consiste na estratégia de não alegar a nulidade no momento em que ela ocorre, utilizando-a...

Quando o bem de família pode ser penhorado? Jurisprudência do STJ

Opinião Quando o bem de família pode ser penhorado? Jurisprudência do STJ Caroline Valéria Adorno de Macêdo 5 de maio de 2025, 6h32 A jurisprudência do STJ tem reiterado que tais exceções devem ser interpretadas restritivamente, em respeito à função social da moradia e à dignidade da pessoa...

Herança digital e o testamento como aliado

Herança digital e o testamento como aliado Thauane Prieto Rocha A herança digital ganha destaque como parte essencial do testamento, permitindo que o testador decida sobre bens e memórias digitais após a morte. sexta-feira, 25 de abril de 2025 Atualizado em 28 de abril de 2025 08:08 Ao realizar uma...

Análise crítica de estratégias de planejamento sucessório

Análise crítica de estratégias de planejamento sucessório Gabriel Vaccari Holding/Sucessão: Cuidado online! Artigo expõe riscos de soluções fáceis (procuração, S.A., 3 células). Evite armadilhas fiscais/legais. Leitura essencial para famílias e advogados. sexta-feira, 25 de abril de 2025 Atualizado...

Bens trazidos à colação não respondem pelas dívidas do falecido

Processo Familiar Bens trazidos à colação não respondem pelas dívidas do falecido Mário Luiz Delgado 20 de abril de 2025, 8h00 Os bens recebidos em antecipação da herança necessária (legítima), nos moldes do artigo 544 do CC [6], quando “conferidos” pelo herdeiro após a abertura da sucessão, NÃO...