Oficina promove método inovador na solução de conflitos familiares

Infância e juventude. Foto: Luiz Silveira/Agência CNJ

Oficina promove método inovador na solução de conflitos familiares

17/08/2015 - 10h02 

A Oficina Pais e Filhos é um projeto do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania do Fórum Clóvis Beviláqua, do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), com base em programa e material produzido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que vem se destacando por ajudar a solucionar conflitos familiares.

A capacitação tem como finalidade a reorganização familiar de casais e filhos envolvidos em disputas de guarda, ações de divórcio, agressões, entre outros problemas conjugais.

A juíza Natália Almino Gondim, coordenadora da oficina Pais e Filhos (ou da Parentalidade), diz que a iniciativa surgiu após conhecer o projeto no CNJ, onde percebeu que profissionais treinados auxiliavam famílias a superar o momento da ruptura através de material produzido especialmente para pais, crianças e adolescentes.

“As disputas familiares sempre me fascinaram. Sabia que as leis e códigos nem sempre eram capazes de restabelecer a paz familiar, pois percebi, como magistrada, que, em muitas ocasiões, a resolução dos processos, ainda que por conciliação, não tinha esse alcance”, explica.

Para a juíza, “a transformação de uma sociedade conflituosa e violenta tem por premissa obrigatória a valorização da família, através de políticas públicas, tais como a oficina, que sejam capazes de garantir aos pequenos cidadãos um lar estável para o seu pleno e saudável desenvolvimento. Somente dessa forma, a sociedade poderá pensar em mudanças efetivas”.

O treinamento vem sendo oferecido, em média, duas vezes a cada mês. Nessas ocasiões, os participantes são divididos em quatro salas: duas turmas mistas para os pais, com a observação de que os casais deverão ficar em salas diferentes, uma terceira destinada a crianças entre 6 e 11 anos, e a última com adolescentes de 12 a 17 anos.

Modelo preventivo
Utilizando material produzido pelo CNJ para a oficina, uma equipe de psicólogos e mediadores voluntários promovem reflexões sobre os sentimentos causados pelo divórcio e as atitudes que podem ser tomadas para minimizar o sofrimento nessa fase de transição.

Desde quando foi realizada a primeira capacitação, em julho de 2014, o Centro já promoveu 11 encontros. Em cada um deles, cerca de 30 pessoas (entre pais, mães, crianças e adolescentes) participaram das atividades.

A psicóloga Gleiciane Vam Dam é responsável pelo treinamento das facilitadoras e coordenadora da execução das oficinas. Para ela, “a família nunca acaba, ela muda. Os pais saem do casal conjugal para estabelecerem uma relação de casal parental”.

Ainda segundo ela, a oficina é um modelo preventivo e educativo para orientar os pais e dar ideias de técnicas para estabelecer comunicação aberta e construtiva a favor dos filhos.

Harmonia
Dantas e Keislly são exemplos da transformação que a oficina pode fazer nas famílias. Em 2001, eles se casaram no civil e tiveram dois filhos. Mas, com a convivência, começaram as divergências de opinião e, consequentemente, as brigas.

Após uma separação sofrida, tumultuada e muitas disputas judiciais, o casal passou pela mediação judicial e participou da primeira edição da oficina, em julho do ano passado. A metodologia utilizada ajudou eles a restabelecerem um relacionamento pacífico como casal parental. Diante disso, a reaproximação foi inevitável e o amor entre eles, adormecido pela intensidade dos conflitos antes existentes, desabrochou e os levou a novo casamento. A cerimônia foi realizada em 24 de novembro de 2014, desta vez, mais conscientes para conduzir a relação e a criação dos filhos.

“A oficina foi essencial para que eu e a Keislly conseguíssemos reatar a nossa relação. Hoje somos muito felizes, sempre colocando em prática o que aprendemos lá”, comemora Dantas.

Fonte: TJCE
Extraído de CNJ

Notícias

Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida

Falta de aviso Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida Martina Colafemina 15 de junho de 2025, 15h52 Com efeito, ao menos em sede de cognição sumária, não há prova de que os autores tenham sido intimados pessoalmente, daí podendo derivar a nulidade do ato de consolidação da...

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual Milena Cintra de Souza O crescimento na procura da via extrajudicial para realização de inventários em todo o país e as novidades trazidas pela resolução 571/24 do CNJ. quinta-feira, 12 de junho de 2025 Atualizado às...

Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza

FORA DA REGRA Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza Martina Colafemina 12 de junho de 2025, 8h16 Em sua análise, a juíza deu exemplos de artigos que dizem que é nulo qualquer contrato celebrado por uma pessoa absolutamente incapaz. Entretanto, ela analisou que a validade...

Nova procuração maioridade: Uma exigência prescindível?

Nova procuração maioridade: Uma exigência prescindível? Marcelo Alves Neves A exigência de nova procuração com a maioridade é prescindível. Veja o que a doutrina diz sobre a validade do mandato e saiba como proceder. segunda-feira, 9 de junho de 2025 Atualizado às 15:07 De fato, a exigência de uma...