Para especialistas, Brasil precisa explorar seu potencial no setor de aquicultura

23/11/2012 - 19h40 Comissões - Agricultura - Atualizado em 23/11/2012 - 19h43

Para especialistas, Brasil precisa explorar seu potencial no setor de aquicultura

Soraya Mendanha

Especialistas do setor de pesca e aquicultura destacaram, durante audiência pública para discutir o Plano Safra da Pesca e Aquicultura nesta sexta-feira (23), as potencialidades do Brasil para se tornar um dos pioneiros na atividade de criação de pescado (aquicultura). A audiência foi promovida pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA)

O chefe adjunto de pesquisa e desenvolvimento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Ariovaldo Luchiari Junior, disse que o país Brasil tem uma grande biodiversidade de peixes grande valor de mercado, entre eles, o tambaqui e o pirarucu.

- A aquicultura foi o setor que mais cresceu mundialmente em 2011. Então, esse é um setor importantíssimo que representa várias vezes o complexo soja e muitas vezes o complexo de suínos, de aves e de gado – afirmou.

A Secretária de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura, Maria Fernanda Nice Ferreira, explicou que o crescimento da aquicultura tem sido apontado, inclusive no cenário internacional, como possibilidade de garantia de segurança alimentar, principalmente porque o peixe contém proteína nobre benéfica para o consumidor.

- Existe um apelo no contexto internacional para que o Brasil seja um dos motores propulsores dessa produção aquícola garantindo a sustentabilidade desse setor – afirmou.

O ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella, afirmou que Brasil tem vocação natural para a pesca e a aquicultura por ser o pais com maior reserva de água doce do mundo. Ele explicou que é possível produzir 100 toneladas de peixe por cada hectare de água continental.

- O melhor pecuarista brasileiro, em um hectare, consegue produzir uma tonelada de carne de boi – disse.

O ministro explicou que grande parte dos pescadores são homens e mulheres que enfrentam dificuldades para sobreviver. Ele afirmou que a migração dessas pessoas para a aquicultura poderia melhorar sua qualidade.

- Eles então teriam oportunidade de viver do peixe, mas com uma opção mais rentável – ressaltou.

Ações

Marcelo Crivella explicou que um dos objetivos do Plano Safra da Pesca e da Aquicultura, lançado pela presidente Dilma Rousseff no mês passado, é oferecer uma opção a esses pescadores de águas continentais que ainda vivem na pobreza extrema.

A representante do Ministério da Pesca e da Aquicultura, Maria Fernanda, explicou que o plano é uma ampliação de crédito com o objetivo de aumentar a produção do setor e garantir a diminuição do preço.

- Nós temos que fazer um aumento da produção garantindo assim a diminuição do preço e, em especial, a inclusão produtiva de uma faixa da população menos privilegiada – acrescentou.

O ministro disse ainda que o plano safra está procurando incluir os agricultores familiares. Ele explicou que o governo federal ambiciona oferecer para o agricultor familiar a oportunidade de produzir peixe no seu sistema produtivo.

- Todos aqueles produtores que hoje produzem, milho, algodão, soja, verduras e já contam com água na sua propriedade poderiam utilizar essa água para criar peixe antes de usá-la para o cultivo – disse.

Crivella também ressaltou a importância de o governo usar o poder de compra do Estado para incentivar o setor, por meio do Programa de Aquisições de Alimentos (PAA).

- Essa venda casada do produtor para o Estado é importantíssima para diminuir o índice de intermediação, melhorar o custo para o consumidor e melhorar o lucro da atividade do produtor - disse.

O representante da Embrapa destacou que a empresa desenvolve tecnologias buscando não só a competitividade do setor, mas também a sustentabilidade. Entre as ações desenvolvidas pela empresa, Ariovaldo Luchiari Junior destacou a atuação na área de reprodução, nutrição e alimentação dos peixes que, segundo ele, interferem diretamente na qualidade do produto. O pesquisador acredita que o investimento na capacitação setorial também é extremamente necessário.

- Se a gente desenvolver tecnologia e não tivermos pessoas capacitadas para receber e aplicar essas tecnologias nós não conseguiremos dar impulso ao setor – afirmou.

O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) destacou também a importância de os profissionais do setor desenvolverem o associativismo e o cooperativismo para melhorar a produção e comercialização do peixe.

 

Agência Senado

 

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