Pedro Simon: sinais exteriores de riqueza podem identificar casos de corrupção

30/04/2012 - 16h54 Plenário - Pronunciamentos - Atualizado em 30/04/2012 - 18h16

Pedro Simon: sinais exteriores de riqueza podem identificar casos de corrupção

Da Redação

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) elogiou em Plenário nesta segunda-feira (30) a intenção da Comissão Especial de Juristas criada pelo Senado para revisar o Código Penal com objetivo de tipificar como crime “sinais evidentes de riqueza incompatível com a renda de quem a possui”. O senador considerou “singela” a iniciativa do presidente da comissão, o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Gilson Dipp, de incluir a premissa no anteprojeto do novo Código.

- É muito simples: o Pedro Simon ganha R$ 20 mil líquidos no Senado da República. Muito bem! Se o Pedro Simon aparecer com uma casa de R$ 15 milhões, a Justiça vai olhar os últimos dez anos das minhas declarações de Imposto de Renda, das minhas receitas e das minhas despesas e vai perguntar: de onde vieram esses R$ 15 milhões? Como ele comprou essa casa que vale R$ 15 milhões? São sinais evidentes de riqueza, que são contrários ao cargo que exerço – explicou.

Para o Simon, é comum encontrar no país funcionários públicos, empresários e políticos com bens incompatíveis à sua renda – servidores com salários de R$ 15 mil mensais que aparecem com casas de R$ 15 milhões, carros importados no valor de R$ 1 milhão. Com a mudança na lei sugerida pela comissão de juristas, a origem do patrimônio passaria a ser comprovada com muito mais facilidade, sem CPI, inquérito ou investigação, apenas com a análise das declarações de Imposto de Renda.

O senador deu um exemplo que acredita ser rotineiro: o servidor que ganha o mesmo que o colega de trabalho, ou o vizinho que sempre morou na mesma quadra, e, de repente, consegue uma casa dez vezes melhor, passa a viajar para Europa todo ano com a família, compra carro importado. De onde viria o dinheiro?

- Pega a declaração do Imposto de Renda: quanto é que ele somou e quanto é que ele pagou pela casa? Pela casa, ele pagou R$ 5 milhões; a soma do que ele ganhou dá R$ 1 milhão. De onde é que veio o resto? A sogra morreu e deixou dinheiro; a mãe morreu e deixou dinheiro; pode até ter ganhado na loteria. Ele vai explicar. Explicou, está explicado. Não explicou, o Fisco pega a casa de volta – defendeu o senador, registrando que dinheiro roubado no Brasil não retorna ao Tesouro.

Simon fez questão de elogiar o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Gilson Dipp, que preside a Comissão de Juristas, responsável pela ideia de comparar patrimônio suspeito com a renda de seu proprietário. Em sua avaliação, Dipp é “um homem extraordinário na Justiça e um grande ministro do Superior Tribunal”.

Mensalão

Em defesa do julgamento imediato do processo do Mensalão, Pedro Simon voltou a pedir aos ministros do Supremo Tribunal Federal que se dediquem “de corpo e alma” à análise do caso. Mesmo que, para isso, seja preciso abrir mão do recesso de julho no STF.

- Se tiver que absolver, absolva. Se tiver que absolver alguns e condenar outros, que o faça. Só não pode deixar (o crime) prescrever. Só não pode deixar passar o tempo – apelou o senador, alertando os ministros de que a credibilidade do Judiciário só deve aumentar com o julgamento.

Demóstenes

Já sobre o colega de Senado, Demóstenes Torres (sem partido-GO), Simon disse estar descobrindo uma figura que o deixa “apavorado”. Segundo o senador, Demóstenes parece um “executivo de luxo” do empresário Carlos Cachoeira, de quem recebia orientações para falar com autoridades dos três poderes em seu benefício.

Mobilização social

Pedro Simon também aproveitou o pronunciamento para convocar a população a cobrar resultados da CPI e do Supremo Tribunal Federal nos casos contra a corrupção. Para o senador, nenhuma providência sairá do Legislativo, Executivo ou Judiciário se o povo não for para a rua.

 

Agência Senado

 

Notícias

Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida

Falta de aviso Sem intimação pessoal, alienação de bem do devedor não é válida Martina Colafemina 15 de junho de 2025, 15h52 Com efeito, ao menos em sede de cognição sumária, não há prova de que os autores tenham sido intimados pessoalmente, daí podendo derivar a nulidade do ato de consolidação da...

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual

A viabilidade do inventário extrajudicial e suas as vantagens no mundo atual Milena Cintra de Souza O crescimento na procura da via extrajudicial para realização de inventários em todo o país e as novidades trazidas pela resolução 571/24 do CNJ. quinta-feira, 12 de junho de 2025 Atualizado às...

Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza

FORA DA REGRA Interdição só é válida se for registrada em cartório, diz juíza Martina Colafemina 12 de junho de 2025, 8h16 Em sua análise, a juíza deu exemplos de artigos que dizem que é nulo qualquer contrato celebrado por uma pessoa absolutamente incapaz. Entretanto, ela analisou que a validade...

Nova procuração maioridade: Uma exigência prescindível?

Nova procuração maioridade: Uma exigência prescindível? Marcelo Alves Neves A exigência de nova procuração com a maioridade é prescindível. Veja o que a doutrina diz sobre a validade do mandato e saiba como proceder. segunda-feira, 9 de junho de 2025 Atualizado às 15:07 De fato, a exigência de uma...