Senador propõe imunidade para chefes do Executivo

19/03/2012 - 17h18 Plenário - Pronunciamentos - Atualizado em 19/03/2012 - 17h47

Roberto Requião propõe imunidade para chefes do Executivo que denunciarem atos de corrupção

Da Redação 

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) propôs a senadores e deputados nesta segunda-feira (19) que analisem a possibilidade de estender a imunidade parlamentar a governadores e prefeitos sempre que denunciarem atos de corrupção contra o patrimônio público. Em pronunciamento em Plenário, o senador apresentou a ideia, defendida em tese dos advogados René Dotti, Alexanddre Knopfholz e Luis Otávio Sales. A tese será examinada pelo Supremo Tribunal Federal em um processo contra o próprio Requião, por ter denunciado uma proposta de obra superfaturada no Paraná.

Requião explicou que há dois anos, quando ainda era governador do estado, duas “personalidades da República” o procuraram para propor a construção um trecho de estrada de ferro que deveria ser feita pelo governo, numa Parceria Público Privada (PPP), em parceria com o Exército. A ideia, relatou o senador, era subir o custo da obra dos R$ 150 milhões iniciais para R$ 540 milhões, que seriam financiados pelo BNDES, com execução por uma empresa privada que teria direito a concessão da ferrovia.

Por achar o preço excessivo, Requião levou o caso a conhecimento da Presidência da República e da Casa Civil, e o assunto foi encerrado. Meses depois, uma das “personalidades da República”, em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, do Paraná, o acusou de ter recusado investimentos privados no estado.

- Diante dessa falsa acusação, eu expus o caso e convidei a personalidade para ir discutir o preço comigo, que já não era mais R$ 540 milhões. De R$ 540 milhões, essa personalidade da República declarou à Gazeta do Povo que o preço já era R$ 750 milhões. Eu o convidei para um debate, diante da televisão, na Escola de Governo do Paraná, que se realizavam todas as quintas-feiras. Eu não tive resposta, mas a resposta veio com um processo civil e criminal de crime contra a honra – afirmou.

Em sua defesa, os advogados apresentarão a tese de que governadores devem ter imunidade diante de denúncias de corrupção. A intenção é impedir processos judiciais contra o denunciante. Requião afirmou que por diversas vezes teve de responder processos por suas denúncias de corrupção no Paraná. Em uma episódio sobre a instalação de bingos no estado, o senador chegou a ser condenado e obrigado a pagar uma pesada indenização, uma vez que o “corrupto” ainda não havia sido condenado e, portanto, não poderia ser chamado de ladrão nem ter a acusação exposta publicamente. Os processos, lamentou, acabam por colocar em risco a poupança que conseguiu em 71 anos de vida e a segurança econômica de sua família.

Outra denúncia foi sobre um desfalque na Paraná Ambiental, feita em 2003, ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União. O senador relatou que uma floresta que devia valer R$ 50 milhões foi vendida pelo governo por R$ 1,5 milhão para um grupo econômico. Nada teria acontecido até esta semana quando o TCU constatou um desvio significativo do valor da floresta vendida.

Economia

Roberto Requião falou também de sua preocupação com o atual cenário econômico brasileiro. Para o senador, o Brasil tem sobrevivido basicamente da exportação de soja, minério de ferro, café, açúcar e carnes.

A solução, defendeu o senador, seria a adoção de medidas radicais como uma redução violenta dos impostos e a gravação sobre os lucros de capital. Hoje, há setores da indústria brasileira que estão acabando por impossibilidade de concorrer com os produtos chineses.

- Mas esses são caminhos emergenciais. O governo federal tem tomado algumas medidas, mas, no meu entender, são medidas muito fracas e estão vindo muito tarde. Em doze meses, nós poderemos ter um desastre não desejado e muito pouco anunciado por um otimismo despropositado a respeito da nossa economia – alertou.

Agência Senado

 

Notícias

Herança digital e o testamento como aliado

Herança digital e o testamento como aliado Thauane Prieto Rocha A herança digital ganha destaque como parte essencial do testamento, permitindo que o testador decida sobre bens e memórias digitais após a morte. sexta-feira, 25 de abril de 2025 Atualizado em 28 de abril de 2025 08:08 Ao realizar uma...

Análise crítica de estratégias de planejamento sucessório

Análise crítica de estratégias de planejamento sucessório Gabriel Vaccari Holding/Sucessão: Cuidado online! Artigo expõe riscos de soluções fáceis (procuração, S.A., 3 células). Evite armadilhas fiscais/legais. Leitura essencial para famílias e advogados. sexta-feira, 25 de abril de 2025 Atualizado...

Bens trazidos à colação não respondem pelas dívidas do falecido

Processo Familiar Bens trazidos à colação não respondem pelas dívidas do falecido Mário Luiz Delgado 20 de abril de 2025, 8h00 Os bens recebidos em antecipação da herança necessária (legítima), nos moldes do artigo 544 do CC [6], quando “conferidos” pelo herdeiro após a abertura da sucessão, NÃO...

10 informações jurídicas essenciais acerca do inventário

10 informações jurídicas essenciais acerca do inventário Amanda Fonseca Perrut No presente artigo, abordamos pontos cruciais sobre inventário, como prazo, multas e recolhimento de tributos, dentre outros. segunda-feira, 21 de abril de 2025 Atualizado em 17 de abril de 2025 14:23 De modo a auxiliar...

Partilha testamentária como meio eficaz de planejamento sucessório

Partilha testamentária como meio eficaz de planejamento sucessório Amanda Fonseca Perrut A indicação de bens específicos pelo testador a determinado herdeiro é possível e evita eventuais disputas sucessórias. quinta-feira, 17 de abril de 2025 Atualizado às 09:11 É juridicamente possível atribuir...