Senadores defendem apoio federal para gestão do lixo nos municípios

10/10/2012 - 12h50 Especial - Atualizado em 11/10/2012 - 12h22

Senadores defendem apoio federal para gestão do lixo nos municípios

Djalba Lima

A maioria dos municípios brasileiros precisa de ajuda federal para cumprir as exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010). A avaliação foi feita pelos senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Romero Jucá (PMDB-RR), em entrevista à Agência Senado.

Relator do Orçamento da União para 2013, Jucá propôs o “PAC dos resíduos sólidos”, vertente do Programa de Aceleração do Crescimento para financiar o tratamento e a coleta seletiva do lixo e acabar com os lixões.

De acordo com Jucá, a maioria dos municípios não tem dinheiro para colocar em prática as metas previstas para 2014, como o fim dos lixões e a elaboração de plano de gestão de resíduos.

O cumprimento dessas exigências passará a ser requisito para os municípios obterem recursos federais, a partir de 2014, destinados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos.

Contrapartida

Eunício Oliveira disse que a Lei 12.305/2010 criou uma série de exigências para os municípios, sem a correspondente contrapartida da União. Para resolver o problema, ele apresentou projeto de lei (PLS 207/2012) que institui o Fundo Nacional de Aterros Sanitários (FNAS).

A finalidade do FNAS, conforme o senador, seria financiar projetos de construção de aterros sanitários selecionados de acordo com os objetivos e as metas do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.

Os recursos chegariam na modalidade de fundo pedido aos municípios, que deveriam entrar com uma contrapartida de 30% do respectivo valor.

O projeto está em exame na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) sendo relatado pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). Depois, seguirá para as comissões de Assuntos Sociais e de Assuntos Econômicos (CAE). Nessa última, receberá decisão terminativa.

Articulação

Romero Jucá afirmou que somente as cidades grandes têm receitas suficientes para bancar a construção dos aterros sanitários. Por isso, ele sugeriu que os ministérios das Cidades e do Meio Ambiente articulem uma ação conjunta para viabilizar o cumprimento da lei pelos pequenos e médios municípios.

Além de ajudar financeiramente os municípios na implantação desses aterros sanitários, o PAC dos resíduos sólidos poderia, conforme Jucá, financiar treinamento e capacitação aos catadores de lixo e sua organização em cooperativas.

Segundo Jucá, 400 mil homens e 600 mil mulheres são catadores de lixo em condições de extrema pobreza e de aviltamento de condições higiênicas no trabalho em lixões.

Para o senador, se o governo federal não viabilizar o PAC dos resíduos sólidos, o prazo para cumprimento das exigências deverá ser ampliado.

Incentivo

Também ouvido pela Agência Senado, o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), afirmou que não é momento de se discutir a ampliação de prazo para cumprimento das exigências pelos municípios.

Mas, como Jucá e Eunício Oliveira, Rodrigo Rollemberg defendeu apoio e incentivo do governo federal aos municípios. Segundo ele, a Lei 12.305/2010 representa um grande avanço e, por isso, a União, os estados e os municípios devem fazer todo o esforço possível para torná-la realidade.

O presidente da CMA informou que a comissão, que já realizou audiência pública no início deste ano para discutir o assunto, voltará a acompanhar o cumprimento da lei.

– Desejamos saber o estado da arte na implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos e, por isso, queremos verificar de perto os esforços de todos para a realização dos objetivos e metas ali previstos – acrescentou.

 

Agência Senado

 

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