Votação em 2º turno da DRU deverá ocorrer em duas semanas

09/11/2011 23:25

Governo cede e votação em 2º turno da DRU deverá ocorrer em duas semanas

Oposição impetrou mandado de segurança no STF para impedir a votação da PEC que prorroga a vigência da DRU sem o intervalo de cinco sessões após a aprovação em primeiro turno.

Brizza Cavalcante
Odem do Dia - dep. Duarte Nogueira (líder do PSDB)
Duarte Nogueira: quebra do interstício seria violência à Constituição, ao regimento e à democracia.

O esforço da oposição para adiar a votação do segundo turno da proposta de emenda à Constituição (PEC 61/11) que prorroga a vigência da Desvinculação de Receitas União (DRU) até 2015 deu certo. Por volta das 22 horas desta quarta-feira, os líderes da base aliada concordaram em esperar o cumprimento do intervalo regimental de cinco sessões entre o primeiro e o segundo turnos da votação da proposta e adiaram a deliberação para a semana do dia 21 de novembro.

A DRU permite ao governo gastar livremente 20% dos recursos vinculados pela Constituição a setores específicos. A vigência do mecanismo atual acaba no próximo dia 31 de dezembro e a sua prorrogação foi aprovada hoje em primeiro turno. A corrida do governo é para que a proposta seja aprovada em dois turnos pela Câmara e pelo Senado até o final deste ano.

No início da tarde de hoje, os líderes do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP); do DEM, deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (BA); do PPS, deputado Rubens Bueno (PR); e da Minoria, deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB- MG), entraram com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a votação em segundo turno. O argumento é que a Constituição estabelece a votação em dois turnos para que haja um intervalo mínimo entre as duas deliberações.

O Supremo ainda não tomou nenhuma decisão no caso, mas, segundo o relator da PEC, deputado Odair Cunha (PT-MG), o governo não quis correr o risco de a sessão de hoje ser anulada judicialmente. “O prejuízo nesse caso seria muito maior”, avaliou.

Brizza Cavalcante

Odair Cunha

Odair Cunha: quebra de interstício é prática comum e oposição foi irresponsável.

Prática comum
Logo após anunciar o adiamento da votação, Odair Cunha criticou o mandado de segurança impetrado pela oposição. Segundo ele, a chamada quebra do interstício é prática comum da Câmara, desde o governo do PSDB. “A oposição foi irresponsável. A DRU é um instrumento importante para o Brasil e é lamentável a postura da oposição, que só trabalha com a política do ‘quanto pior, melhor’”, lamentou.

Para Duarte Nogueira, contudo, a decisão de adiamento foi “a mais prudente possível”. “Fico alegre que o presidente Marco Maia, que até agora sempre foi impecável no cumprimento à legislação, não se deixou levar pela pressão. Se a quebra do interstício tivesse ocorrido, seria praticamente um golpe – uma violência não só à Constituição e ao Regimento da Câmara, mas à democracia brasileira”, avaliou.

Após a aprovação da PEC em segundo turno na Câmara, ela deverá ser analisada ainda pelo Senado. Odair Cunha não adiantou qual será a estratégia de votação da proposta no Senado, mas disse que o governo tem pressa: “Estamos buscando tudo para aprovar a prorrogação da DRU até o fim do ano. Isso é necessário para que o Brasil dê ao mercado e ao mundo um sinal de solidez fiscal”.

 

Reportagem – Carolina Pompeu
Edição – Marcos Rossi - Foto: Brizza Cavalcante

Agência Câmara de Notícias
 
 


 

Notícias

A possibilidade da usucapião de bem imóvel ocupado por um único herdeiro

A possibilidade da usucapião de bem imóvel ocupado por um único herdeiro Victor Frassetto Giolo Decisões recentes do STJ trazem clareza à possibilidade de usucapião em herança e evidenciam os impactos da posse exclusiva na partilha familiar. terça-feira, 30 de setembro de 2025 Atualizado às...

Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável

Proteção social Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável Acordo homologado garantiu ao trabalhador o recebimento do BPC. Da Redação sexta-feira, 12 de setembro de 2025 Atualizado às 13:05 Uma audiência fora do comum marcou esta semana em Maceió/AL. O juiz Federal Antônio...

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório Pedro Henrique Paffili Izá O STJ reafirma que renúncia ou aceitação de herança é irrevogável, protegendo segurança jurídica e limites da sobrepartilha. quinta-feira, 25 de setembro de 2025 Atualizado às 07:38 No recente julgamento do REsp...

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento 23/09/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM (com informações do DPE-TO) No Tocantins, uma idosa de 76 anos conseguiu formalizar o divórcio de um casamento que havia se dissolvido na prática há mais de duas décadas. A...