Cartório pode negar registro de nomes estranhos em crianças?

Cartório pode negar registro de nomes estranhos em crianças?

O bom senso deve prevalecer, mas saiba o que diz a legislação brasileira

De Ana Luzia Rodrigues em 1 dez 2021 9:27

Quem nunca se divertiu ao escutar nomes bem esquisitos de pessoas cujos pais, sem nenhuma noção, registraram em cartório? Há vários exemplos como Esparadrapo Clemente de Sá, Janeiro Fevereiro de Março Abril, Pacífico Armando Guerra, Rolando Escada Abaixo, entre muitos outros.

Mas será que até hoje é possível registrar o filho com nomes pra lá de esdrúxulos? O escrivão é obrigado a aceitar? O que diz a lei brasileira? Acompanhe

O que diz a Lei 6015/73?

Pois fique ciente de que o cartório pode não mais lavrar a certidão de nascimento se detectar que a criança possa ser prejudicada no futuro.

Em 1973, entrou em vigor a lei federal 6.015, que regula o registro de nomes de nascimento e autoriza, no seu artigo 5º, a intervenção do oficial de registro em caso de nomes bizarros e que podem causar constrangimento.

Basicamente, o escrivão do cartório pode questionar a opção do nome dada pelos pais e até mesmo apresentar alternativas ou se recusar a fazer o registro. Caso os pais não se conformem ou concordem com a decisão do oficial, esta será submetida ao juiz competente.

O funcionário do cartório também pode vetar a grafia dos nomes, que também pode ser motivo de constrangimento para a pessoa no futuro. Dessa forma, é bom não abusar na quantidade de Ys, Ws, Hs e letras repetidas na hora de escolher o nome do recém-nascido.

Se o nome da criança for um nome estrangeiro e que ainda não seja comum no Brasil, é recomendável que os pais  levem provas da existência do nome, como enciclopédias, livros ou outra fonte disponível. É uma forma de tentar evitar que um ato simples acabe se prolongando e necessitando de parecer judicial.

É possível mudar de nome quando adulto?
A resposta é sim. Se o nome for constrangedor para o indivíduo, este poderá alterá-lo durante o prazo de um ano após ter atingido a maioridade civil. Depois desse prazo ainda pode ser feito, contudo apenas após audiência do Ministério Público, necessitando de parecer judicial para que a modificação no registro possa ser efetivada.

Mas fique atento. Apenas o nome está sujeito a esse tipo de avaliação, não sendo possível fazer o mesmo com o sobrenome, já que a sua função primordial é a de identificar a origem familiar.

Escolher o nome que uma pessoa carregará pelo resto da vida é tarefa que demanda muita responsabilidade. Por isso é melhor pensar muito bem, pois a pessoa poderá sofrer bullying na infância ou até mesmo poderá ter dificuldade na hora de preencher um cadastro ou ser chamada em uma sala de espera. O bom senso dos pais deve prevalecer nessas horas.

Fonte: Jornal Contábil

 

Notícias

OAB irá ao Supremo contra agendamento de conversa entre advogado e preso

Extraído de JusBrasil OAB irá ao Supremo contra agendamento de conversa entre advogado e preso Extraído de: OAB - Rondônia - 1 hora atrás Brasília, 11/04/2011 - O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), decidiu hoje (11) que irá ajuizar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) Ação...

STJ admite continuidade delitiva entre estupro e atentado ao pudor

12/04/2011 - 09h09 DECISÃO Quinta Turma admite continuidade delitiva entre estupro e atentado ao pudor A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que é possível a figura do crime continuado entre estupro e atentado violento ao pudor – tipos penais tratados separadamente pelo...

Exclusividade em contrato verbal garante indenização a representante comercial

12/04/2011 - 10h04 DECISÃO Exclusividade em contrato verbal garante indenização a representante comercial A contratação de outra empresa para atuar na mesma área de representação comercial pode ser entendida como rescisão imotivada de contrato e dar margem ao pagamento de indenização pela firma...

Justiça determina continuidade de pagamento de pensão para filha de 25 anos

Extraído de Recivil Justiça determina que pai continue pagando pensão para filha de 25 anos A Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), durante sessão realizada nesta quinta-feira (07), deu provimento parcial à apelação cível interposta por uma jovem de 25 anos que pleiteava a...

Servidor aprovado em novo concurso não aproveita vantagens do cargo anterior

23/03/2011 - 08h02 DECISÃO Servidor aprovado em novo concurso não aproveita vantagens do cargo anterior O tempo exercido por um servidor no cargo de Analista Judiciário – Área Judiciária não lhe dá o direito de assumir o cargo de Analista Judiciário – Área de Execução de Mandados (oficial de...