Cidadãos de bem têm o direito de comprar armas, dizem debatedores

05/12/2012 - 15h08

Cidadãos de bem têm o direito de comprar armas, dizem debatedores

Lúcio Bernardo Jr
Audiência Pública: PL 3722/12, que disciplina as normas sobre aquisição, posse, porte e circulação de armas de fogo e munições
Na audiência pública, foi divulgado que 7,3 milhões de armas estão com registro vencido no Brasil.

Tanto o defensor do Estatuto do Desarmamento quanto os críticos dessa lei concordaram, na audiência pública desta quarta-feira da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, que os “cidadãos de bem” têm o direito de comprar armas. No mais, divergem em tudo.

O estatuto foi defendido na audiência pelo vice-presidente do Conselho Nacional de Segurança Pública (Conasp), Almir Laureano, que representou o Ministério da Justiça. Para ele, o estatuto já permite aos cidadãos a compra de armas. As restrições contidas na lei, segundo ele, são necessárias para a segurança da sociedade.

Ele disse também que é muito fácil as armas caírem em mãos erradas, e nesse caso ela deixa de ser um instrumento de proteção das pessoas. "Quando as armas chegam a mãos indevidas, os índices de violência e a criminalidade se potencializam", disse.

Laureano defendeu o controle efetivo das armas, dizendo que o "genocídio da juventude negra" é uma prova de que isso é necessário. Ele ressaltou que as campanhas de desarmamento são voluntárias: "Entrega a arma quem quer".

O vice-presidente do Conasp admitiu alterações no estatuto, mas com ressalva. "O Estatuto do Desarmamento pode sofrer melhorias para atender a demanda, mas não a revogação, porque foi construído com muito esforço pela sociedade brasileira", disse.

Projeto
O projeto que revoga o estatuto e regulamenta o uso de armas de fogo no Brasil (Projeto de Lei 3722/12) foi defendido na audiência pelo outros três debatedores: o coronel da reserva da PM-DF e ex-deputado Alberto Fraga; o presidente da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições, Salésio Nuhs; e o presidente do Movimento Viva Brasil, Bené Barbosa.

Fraga, que foi primeiro relator do Estatuto do Desarmamento e um dos líderes do “não” no referendo, disse que "a segurança pública não importava e não importa para o governo federal".

Segundo ele, o governo gastou R$ 564 milhões no referendo, enquanto o Fundo Nacional da Segurança Pública dispunha apenas de R$ 424 milhões, e depois ainda perdeu R$ 248 milhões. "O Estado que não protege não tem o direito de deixar a população abandonada", disse.

O presidente do Movimento Viva Brasil, Bené Barbosa, disse que o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03) só serviu para desarmar o cidadão de bem. Segundo ele, até policiais têm dificuldade de renovar o seu registro. "Estou representando a sociedade civil organizada, os 60 milhões de brasileiros que votaram 'não' no plebiscito de 2005 e até hoje não têm os seus direitos respeitados", afirmou.

Barbosa afirmou que o resultado da aprovação do estatuto foi que a venda de armas legais caiu 90%. "Centenas de lojas legalizadas fecharam e nem por isso a criminalidade caiu. Os homicídios cresceram em todos os estados", disse. Afirmou ainda que em Sergipe, o estado campeão na entrega de armas, o número de homicídios quadruplicou. E Alagoas, o segundo colocado, tornou-se o estado mais violento do País.

Barbosa defendeu o Projeto de Lei 3722/12, do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC), que revoga o estatuto e disciplina normas sobre aquisição, porte e circulação de armas de fogo e munições, afirmando que ele é completo, porque estabelece controle e fiscalização da venda de armas. "Não libera a venda indiscriminada", ressaltou.

Armas irregulares
O presidente da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições, Salésio Nuhs, afirmou que 7,3 milhões de armas vendidas legalmente estão com registro vencido no Brasil. Ele atribui esse número às dificuldades impostas pelos órgãos de segurança pública para renovar o registro de armas de fogo. Segundo ele, há apenas 1,6 milhão de armas em situação regular.

 

Reportagem - Wilson Silveira
Edição – Newton Araújo

Agência Câmara Notícias

 

Notícias

Compreensão do processo

  Relações de trabalho exigem cuidado com contrato Por Rafael Cenamo Juqueira     O mercado de trabalho passou por determinadas alterações conceituais nos últimos anos, as quais exigiram do trabalhador uma grande mudança de pensamento e comportamento, notadamente quanto ao modo de...

Portal da Transparência

CNJ lança Portal da Transparência do Judiciário na internet Quinta, 20 de Janeiro de 2011     Informações sobre receitas e despesas do Poder Judiciário federal estão disponíveis no Portal da Transparência da Justiça (https://www.portaltransparencia.jus.br/despesas/), criado pelo Conselho...

Dentista reclama direito a aposentadoria especial

Quarta-feira, 19 de janeiro de 2011 Cirurgião dentista que atua no serviço público de MG reclama direito a aposentadoria especial Chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) Reclamação (Rcl 11156) proposta pelo cirurgião dentista Evandro Brasil que solicita o direito de obter sua aposentadoria...

OAB ingressará com Adins no STF contra ex-governadores

OAB irá ao Supremo propor cassação de pensões para os ex-governadores Brasília, 17/01/2011 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, afirmou hoje (17) que a OAB ingressará com ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) no Supremo Tribunal Federal contra todos...

Desmuniciamento de arma não conduz à atipicidade da conduta

Extraído de Direito Vivo Porte de arma de fogo é crime de perigo abstrato 14/1/2011 16:46   O desmuniciamento da arma não conduz à atipicidade da conduta, bastando, para a caracterização do delito, o porte de arma de fogo sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar....

Prática de racismo no ambiente de trabalho

Extraído de JusBrasil Apelidos racistas no ambiente de trabalho geram danos morais Extraído de: Direito Vivo - 38 minutos atrás   Na Justiça do Trabalho de Minas ainda é grande a incidência de processos que denunciam a prática de racismo no ambiente de trabalho. Mas a sociedade moderna e as...