Defasagem dos salários

 

15/12/2010 16:10
 

Câmara aprova reajuste de parlamentares, ministros e presidente

 

Renato Palet

O Plenário aprovou, nesta quarta-feira, o Projeto de Decreto Legislativo 3036/10, da Mesa Diretora, que iguala os subsídios dos parlamentares, dos ministros de Estado, do presidente e do vice-presidente da República aos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), fixados em R$ 26.723,13. O novo valor será pago a partir da próxima legislatura, que começa em fevereiro de 2011. A matéria será enviada para análise do Senado.

Desde o início da sessão, deputados contrários e favoráveis ao reajuste se revezaram na tribuna do Plenário. Entre os argumentos favoráveis estão a defasagem dos salários e a necessidade de equiparar os vencimentos nos três Poderes. As críticas se concentram na comparação com os adiamentos sucessivos na votação de reajustes ou pisos de outras categorias e no desgaste do Poder Legislativo na opinião pública.

Argumentos
Ao justificar o reajuste, o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) defendeu a equiparação da remuneração dos membros do Congresso, ministros, presidente e vice-presidente da República com o valor recebido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. A quantia representa o teto do funcionalismo público.

Ele sustentou que a remuneração deve ser digna e que, ao mesmo tempo, todos devem exigir resultados positivos dos seus representantes. Segundo Marquezelli, não haverá efeito cascata, e agora haverá apenas um reajuste referente ao teto. "Faremos uma PEC em fevereiro para proibir as vinculações estaduais e municipais. Dessa forma, faremos um acoplamento ao STF e, se Deus quiser, daqui para a frente não se discutirá mais salários na Câmara", ressaltou.
 

Para o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), o reajuste deveria ter outros critérios. "Não somos contra o aumento para esses cargos, mas isso precisa ser feito dentro de uma lógica e com critérios permanentes, e não com casuísmo ao final do mandato", criticou.

A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) disse que a medida vai contra o interesse público e não viu justificativa para o reajuste. "Quem deveria decidir sobre os honorários dos mandatários é o próprio povo, não podemos legislar em causa própria", disse.

Já o deputado Eduardo Valverde (PT-RO) lamentou que haja uma corrida entre os Poderes por reajustes. "Podem ter certeza de que, no próximo ano, haverá um projeto do Supremo para reajustar os subsídios de seus ministros", afirmou. Ele lembrou que o efeito cascata desse reajuste nos legislativos estaduais pode ter um impacto muito negativo nas contas públicas.

O deputado Major Fábio (DEM-PB) foi enfático ao defender a votação da PEC 300 antes de qualquer projeto que aumente os vencimentos de deputados. A PEC cria um piso salarial nacional para policiais e bombeiros.

Urgência
Na primeira sessão extraordinária de hoje, os deputados aprovaram o regime de urgência para o projeto, com 279 votos favoráveis, 35 contra e 3 abstenções.

A sessão havia sido convocada inicialmente para a votação do projeto de lei de conversão do Senado à Medida Provisória 449/10, que reformula cargos do Ministério da Defesa e cria o cargo de Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Por acordo, a votação dessa MP foi transferida para a tarde desta quarta-feira, em sessão posterior à destinada a votar o projeto.

O requerimento foi assinado por líderes de todos os partidos, exceto o Psol, que defendeu o reajuste pela inflação do período em que os vencimentos não foram reajustados.

 

 

Reportagem - Eduardo Piovesan e Marcello Larcher/SR - Agência Câmara

Notícias

Penhora integral de bem indivisível não caracteriza excesso de penhora

Penhora integral de bem indivisível não caracteriza excesso de penhora Ter, 02 de Agosto de 2011 08:06 Quando não é possível a venda de apenas parte do bem, a penhora de fração ideal acaba por inviabilizar a alienação judicial. Nessas circunstâncias, não caracteriza excesso de penhora o fato de o...

Mulher falsifica atestado de óbito do marido para receber seguro de vida

Mulher falsifica atestado de óbito do marido para receber seguro de vida Ter, 02 de Agosto de 2011 08:14 A 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais isentou a responsabilidade de um cartório de Juiz de Fora, na Zona da Mata, por ter emitido uma certidão de óbito a partir de um...

Foro eleito prevalece sobre o foro do local do fato

29/07/2011 - 08h54 DECISÃO Foro eleito pelas partes em contrato de adesão prevalece mesmo em ação de reparação de danos O foro eleito em contrato de adesão prevalece sobre o foro do local do fato ou do domicílio do réu? Os ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ)...

Na França, juiz não é sinônimo de status social

"Um juiz não é diferente dos demais trabalhadores" (29.07.11) A pressão sobre o Judiciário para reduzir os privilégios é sinal de que a sociedade não aceita mais a mentalidade, dos tempos do período colonial, de que o magistrado pertence a uma “casta” diferenciada. Essa é a avaliação do professor...