É o uso que faz a língua

No feminino, o correto é dizer "oficial" ou "oficiala" de justiça?

(23.07.10)

 

A utilização, algumas vezes, por esta página, da expressão "oficiala de justiça" - quando se trata de servidora do sexo feminino - deixou uma dúvida na leitora Ana Paula Picolotto Vieira, estagiária de um escritório de Advocacia de Bento Gonçalves.

A palavra com "a" no final estaria correta? - questionou ela. O colunista sentiu-se instigado e foi ouvir o editor e professor de Língua Portuguesa Paulo Flávio Ledur. Eis sua opinião:

"Em que pese os dicionários, em regra, registrarem oficiala como feminino de oficial, é raro encontrarmos esse uso, o que, aliás, ocorre com as funções em que a participação da mulher é fato recente.

No Exército e na Brigada Militar, por exemplo, adotaram-se denominações como capitão feminino Fulana, sargento feminino Sicrana, etc., em vez das formas diretas: capitã, sargenta, ...

Nas áreas em que a participação da mulher é mais antiga, tal não ocorre, estando consagradas as formas diretas: professora, advogada, médica, etc.

Por mais paradoxal que seja, na verdade é o uso que faz a língua, razão por que se deve respeitá-lo. Apesar disso, sou defensor da passagem direta de todas essas funções para o feminino e entendo que isso é apenas uma questão de tempo. Aposto que no futuro todos dirão oficiala, coronela, capitã, sargenta, soldada e até mesmo caba como feminino de cabo, por mais estranha que essa forma hoje possa parecer.

Entendo também que a mulher deve lutar por isso".

 

Fonte: www.espacovital.com.br
 

 

Notícias

Regime da separação convencional de bens e a renúncia antecipada à herança

Opinião Regime da separação convencional de bens e a renúncia antecipada à herança Rafael Adelor Cabreira 28 de julho de 2025, 9h21 Uma vez escolhido o regime da separação convencional de bens, o casal deixa claro que não tem interesse no patrimônio do outro — para além da morte do consorte,...

Central de Escrituras e Procurações e LGPD: entre publicidade e privacidade

Opinião Central de Escrituras e Procurações e LGPD: entre publicidade e privacidade João Rodrigo Stinghen 23 de julho de 2025, 19h37 Com efeito. o objetivo de facilitar o acesso aos dados de procurações e escrituras é facilitar a busca patrimonial em face de credores inadimplentes. Por um lado,...

Monitor Mercantil: Mais de 5 milhões de imóveis estão irregulares no Brasil

Monitor Mercantil: Mais de 5 milhões de imóveis estão irregulares no Brasil A cada 10 imóveis urbanos no país, quatro não estão devidamente regularizados Mais de 5 milhões de brasileiros vivem em imóveis que não estão devidamente registrados em cartório, segundo levantamento da Associação dos...