Indústria brasileira está perdendo competitividade internacional, avisam especialistas

 

14/06/2011 - 18h49

Indústria brasileira está perdendo competitividade internacional, avisam especialistas 

A indústria brasileira está perdendo sua competitividade no mercado internacional, as importações de manufaturados estão aumentando rapidamente e o país corre o risco de uma forte desindustrialização. Esses foram os avisos de especialistas que, na tarde desta terça-feira (14), participaram de audiência pública na Subcomissão Permanente de Avaliação do Sistema Tributário Nacional, vinculada à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

Primeiro a se pronunciar, o diretor titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, afirmou que a competitividade industrial brasileira está "em situação crítica". Ele avisou que o país está substituindo a produção interna por produtos importados.

- A exportação industrial brasileira está naufragando - avaliou Giannetti.

O representante da Fiesp elogiou a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou ilegais leis de isenção fiscal de seis estados e do Distrito Federal. Para Giannetti, a chamada "guerra fiscal" tem sido muito danosa ao Brasil, por criar "concorrência desleal" na economia interna.

Giannetti disse ainda que o governo deveria criar uma "regulamentação mais rígida do setor financeiro especulativo" e, ao mesmo tempo, valorizar o setor industrial, por este gerar mais empregos e mais renda no país.

Empecilhos

Por sua vez, o professor da Unicamp e diretor-executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Júlio Sérgio Gomes de Almeida, informou que o quadro positivo da balança comercial brasileira é devido, principalmente, ao alto preço internacional das commodities agrícolas e minerais e do petróleo. Ele avisou que os demais setores industriais do país enfrentam enormes empecilhos para exportarem seus produtos competitivamente, o que está fazendo inúmeras indústrias nacionais saírem do Brasil.

- Empresas brasileiras estão saindo do país. São empresas que estão fugindo do Brasil para serem mais competitivas - afirmou Júlio Sérgio Gomes de Almeida.

Para o representante do Iedi, a estrutura tributária brasileira "é um desastre", a infraestrutura nacional "é cara e ruim" e as indústrias brasileiras estão perdendo espaço, não só no mercado externo, mas também no mercado interno. Na opinião do professor, custos como os da energia elétrica e os de serviços de telecomunicações precisam ser urgentemente desonerados e as importações devem ser desestimuladas.

Já os dois representantes da Secretaria da Receita Federal do Brasil, Luis Felipe de Barros Reche (assessor da Área de Administração Aduaneira) e João Hamilton Rech (coordenador de Tributos sobre a Produção e o Comércio Exterior), explicaram como funciona a arrecadação dos principais tributos federais que incidem sobre as exportações e relataram ações do governo em prol da desoneração e desburocratização desses tributos.

Comandada pelo vice-presidente da Subcomissão Permanente de Avaliação do Sistema Tributário Nacional, senador José Pimentel (PT-CE), a reunião contou também com a participação do presidente do colegiado, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), e dos senadores Acir Gurgacz (PDT-RO), Luiz Henrique (PMDB-SC), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Eduardo Braga (PMDB-AM), Armando Monteiro (PTB-PE) e Inácio Arruda (PCdoB-CE). Na opinião dos senadores, o Brasil precisa investir mais nas indústrias, na infraestrutura brasileira e em ciência, tecnologia e inovação. Para eles, o poder público deve economizar e conter gastos correntes. A audiência pública teve como tema "Sistema tributário brasileiro - Competitividade externa".

Augusto Castro / Agência Senado
 

Notícias

Reconhecimento de uniões estáveis simultâneas

Jurisprudência STJ - Direito de família - Reconhecimento de uniões estáveis simultâneas  Impossibilidade - Exclusividade de relacionamento sólido     EMENTA DIREITO DE FAMÍLIA. RECONHECIMENTO DE UNIÕES ESTÁVEIS SIMULTÂNEAS. IMPOSSIBILIDADE. EXCLUSIVIDADE DE RELACIONAMENTO SÓLIDO....

PEC da Bengala

  Executivo não se interessa pela PEC da Bengala Por Marília Scriboni Na falta de uma, são três as razões que podem dificultar a aprovação da PEC da Bengala. A proposta, que quer aumentar de 70 para 75 anos a idade-limite para aposentadoria na magistratura, pode não sair do papel, como...

Ação de partilha - Regime de comunhão parcial de bens (CC/1916) - Bem imóvel

Ação de partilha - Regime de comunhão parcial de bens (CC/1916) - Bem imóvel - Certidão do registro público - Documento indispensável - Ausência de juntada - Impossibilidade de partilha DIREITO DE FAMÍLIA - AÇÃO DE PARTILHA - APELAÇÃO CÍVEL - REGIME DE COMUNHÃO PARCIAL DE BENS (CC/1916) - BEM...

Banco tem que indenizar vítimas de fraudes cometidas por terceiros

29/08/2011 - 09h04 DECISÃO Mesmo sem culpa, banco tem que indenizar vítimas de fraudes cometidas por terceiros A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que instituições financeiras devem responder de forma objetiva – ou seja, independentemente de culpa – no caso de fraudes...

Regime diferenciado de contratações para obras da Copa é questionado

Sexta-feira, 26 de agosto de 2011 Regime diferenciado de contratações para obras da Copa do Mundo é questionado   O PSDB, o DEM e o PPS ajuizaram Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4645) no Supremo Tribunal Federal (STF), na qual contestam a Lei nº 12.464/2011, resultante da conversão...