Medidores de energia gratuitos para agricultores

24/02/2011 - 12h18

Medidores de energia gratuitos para agricultores voltam a ser discutidos pela CCJ na quarta

Proposta que obriga as concessionárias do setor de energia elétrica a instalar, sem ônus adicional, relógios de dupla tarifação para produtores rurais voltará a ser discutida pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania na quarta-feira (2). Questionamento sobre a possibilidade de que isso provoque aumento das contas para os consumidores em geral levou ao adiamento da votação da matéria, prevista para esta quarta-feira (23).

Foi apresentado um pedido de vistaSolicitação feita pelo senador para examinar melhor determinado projeto, adiando, portanto, sua votação. Quem concede vista é o presidente da comissão onde a matéria está sendo examinada, por prazo improrrogável de até cinco dias. Caso a matéria tramite em regime de urgência, a vista concedida é de 24 horas, mas pode ser somente de meia hora se o projeto examinado envolve perigo para a segurança nacional. para que os senadores que integram a comissão tenham mais tempo para buscar informações sobre a possibilidade do repasse aos consumidores dos custos das concessionárias com a instalação desses medidores.

Desconto

Atualmente, os produtores rurais são obrigados a arcar com as despesas da instalação de relógios de dupla tarifação de energia elétrica se quiserem obter o desconto a que têm direito na atividade de irrigação e aquicultura.

A relatora do projeto de decreto legislativo (PDS 787/09), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), explicou, durante a discussão da matéria, que é preciso haver dois medidores, porque o desconto é permitido para uso de energia elétrica em atividade econômica e não doméstica. Assim, os produtores rurais precisam ter um medidor para a casa e outro para a área produtiva, beneficiada pelo desconto.

- Essa lei vai beneficiar os pequenos agricultores, que não têm condições de comprar os medidores - explicou a senadora pelo Tocantins.

Apesar de elogiar a iniciativa da proposta, o senador Jorge Viana (PT - AC) ponderou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao ser obrigada a instalar os medidores sem ônus para os produtores rurais, poderá repassar os custos aos consumidores. Ele foi o primeiro a solicitar vistas da matéria, para estudar melhor o risco de que isso venha a ocorrer.

Em seu relatório, Kátia Abreu afirmou que esse repasse da tarifa aos consumidores é certo, pois cabe à Aneel estabelecer tarifas que assegurem o equilíbrio-financeiro dos contratos firmados pela concessionária de distribuição. Garantiu, no entanto, que o impacto nas contas não será significativo.

- A proposição não provocará alterações expressivas nas tarifas cobradas por uma determinada concessionária que, inclusive, pode não possuir qualquer projeto de irrigação ou de aquicultura em sua rede - garantiu a senadora.

Discriminação

O projeto é de autoria do senador Magno Malta (PR-ES). Para ele, a obrigatoriedade imposta aos produtores rurais de arcar com as despesas do medidor de dupla tarifação é uma discriminação, já que "para todos os demais consumidores, as concessionárias instalam, sem ônus adicional, os medidores".

O projeto original retira a obrigatoriedade de que os produtores rurais arquem com os custos adicionais da instalação de medidores de dupla tarifação. Essa determinação está na Resolução Normativa 207/06 da Aneel (estabelece os procedimentos para a aplicação de descontos especiais na tarifa de fornecimento relativa ao consumo de energia elétrica das atividades de irrigação e na aquicultura, previstos na Lei 10.438/02).

Segundo essa norma, terão direito ao desconto os irrigantes e aquicultores que concentrarem essas atividades no período noturno e tiverem relógios de dupla tarifação para comprovar o horário de consumo.

O autor do projeto explica ainda que a Lei 10.438/02 ressalva que o atendimento aos usuários de energia elétrica será sem ônus de qualquer espécie para o solicitante que possuir característica de enquadramento e que, em nenhum momento, autoriza a Aneel a transferir o ônus da instalação do aparelho ao consumidor.

"A Resolução, portanto, exorbita as competências atribuídas por lei àquela agência reguladora", assinala o senador na justificativa do projeto.

Após votação no Senado, a proposta será analisada pela Câmara dos Deputados. Por se tratar de assunto de competência exclusiva do Congresso Nacional, não vai à sanção presidencial.

Valéria Castanho / Agência Senado
 

Notícias

Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável

Proteção social Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável Acordo homologado garantiu ao trabalhador o recebimento do BPC. Da Redação sexta-feira, 12 de setembro de 2025 Atualizado às 13:05 Uma audiência fora do comum marcou esta semana em Maceió/AL. O juiz Federal Antônio...

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório Pedro Henrique Paffili Izá O STJ reafirma que renúncia ou aceitação de herança é irrevogável, protegendo segurança jurídica e limites da sobrepartilha. quinta-feira, 25 de setembro de 2025 Atualizado às 07:38 No recente julgamento do REsp...

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento 23/09/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM (com informações do DPE-TO) No Tocantins, uma idosa de 76 anos conseguiu formalizar o divórcio de um casamento que havia se dissolvido na prática há mais de duas décadas. A...

Valor Econômico: Volume de inventários digitais cresce no país

Valor Econômico: Volume de inventários digitais cresce no país Entre 2020 e 2024, número de procedimentos cresceu 49,7%, segundo o Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal O volume de famílias que têm resolvido a partilha de bens de forma extrajudicial vem aumentando desde 2020, quando foi...

Ex-cônjuge não sócio tem direito a lucros distribuídos depois da separação

Ex é para sempre Ex-cônjuge não sócio tem direito a lucros distribuídos depois da separação Danilo Vital 22 de setembro de 2025, 19h18 “Enquanto os haveres não forem efetivamente pagos ao ex-cônjuge, permanece seu direito de crédito em face da sociedade, que deve incidir também sobre os lucros e...