Parecer do relator do CPC propõe avanços para a área de família

Parecer do relator do CPC propõe avanços para a área de família

O parecer do relator da comissão especial que analisa o projeto do novo Código de Processo Civil (CPC - PL 8046/10), deputado Sérgio Barradas Carneiro, sugere criar mecanismos para acelerar a tramitação das ações civis e também propõe significativos avanços para a área de família. Apresentado no dia 19 de setembro, o relatório incorporou os novos conceitos do direito de família contemporâneo.  A comissão especial se reunirá novamente no dia 10 de outubro para discutir eventuais alterações do relatório. A votação do parecer está prevista para o dia 17. Depois, o texto será enviado ao Plenário da Câmara.

O relatório adota, em linhas gerais, o sistema da execução de prestação alimentícia que já havia sido previsto pelo Estatuto das Famílias, proposta legislativa do IBDFAM que revoga o Livro IV do Código Civil Brasileiro de 2002.  O parecer do relator acrescenta, também, além dos mecanismos de prisão, a possibilidade de protesto de dívidas alimentares no caso de inadimplência do devedor.  Esgotado o prazo de cumprimento voluntário, o devedor poderá ter o nome inscrito nos sistemas de proteção ao crédito.

O seu parecer incorpora outros princípios estabelecidos no Estatuto das Famílias. Pela primeira vez, aparecerá no Código de Processo Civil a referência à alienação parental. No Art. 724, Barradas acrescenta que, quando a causa envolver a discussão sobre fatos relacionados a abuso ou alienação parental, o juiz, ao tomar o depoimento do incapaz, deverá fazê-lo acompanhado por especialista.

A proposta do relator admite também o estímulo da prática de mediação para afastar os processos judiciais. De acordo com o parecer, nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia, devendo o juiz contar com o auxílio de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. “Como o Estatuto tem encontrado barreiras para aprovação no Senado, estou concretizando as teses do IBDFAM no novo Código” reforça Barradas.

Para o presidente do IBDFAM, Rodrigo da Cunha Pereira, a proposta do novo CPC, simplifica procedimentos, privilegia princípios, traz celeridade e inova ao estabelecer protesto por dívidas alimentícias. “Automaticamente o novo Código irá favorecer as classes economicamente menos favorecidas e será uma alternativa ao congestionamento do poder Judiciário”, acrescenta.

O Estatuto das Famílias foi apresentado, em 2007, na Câmara dos Deputados, e foi aprovado pelas Comissões de Seguridade Social e Família e Constituição e Justiça em caráter conclusivo na forma de substitutivo. Contra o caráter conclusivo, foram apresentados recursos que paralisaram a ida para o Senado Federal. Atualmente, o projeto aguarda a análise da mesa diretora. O Estatuto propõe uma revisão sistemática do Livro IV da Parte Especial do Código Civil trazendo os valores consagrados nos princípios e garantias constitucionais para contemplar as novas configurações familiares da atualidade.

 

Fonte: Ibdfam

Publicado em 04/10/2012

Extraído de Recivil

Notícias

Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável

Proteção social Juiz faz audiência na rua para atender homem em situação vulnerável Acordo homologado garantiu ao trabalhador o recebimento do BPC. Da Redação sexta-feira, 12 de setembro de 2025 Atualizado às 13:05 Uma audiência fora do comum marcou esta semana em Maceió/AL. O juiz Federal Antônio...

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório

A renúncia à herança e seus efeitos no processo sucessório Pedro Henrique Paffili Izá O STJ reafirma que renúncia ou aceitação de herança é irrevogável, protegendo segurança jurídica e limites da sobrepartilha. quinta-feira, 25 de setembro de 2025 Atualizado às 07:38 No recente julgamento do REsp...

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento

Idosa de 76 anos obtém divórcio judicial para oficializar novo casamento 23/09/2025 Fonte: Assessoria de Comunicação do IBDFAM (com informações do DPE-TO) No Tocantins, uma idosa de 76 anos conseguiu formalizar o divórcio de um casamento que havia se dissolvido na prática há mais de duas décadas. A...

Valor Econômico: Volume de inventários digitais cresce no país

Valor Econômico: Volume de inventários digitais cresce no país Entre 2020 e 2024, número de procedimentos cresceu 49,7%, segundo o Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal O volume de famílias que têm resolvido a partilha de bens de forma extrajudicial vem aumentando desde 2020, quando foi...

Ex-cônjuge não sócio tem direito a lucros distribuídos depois da separação

Ex é para sempre Ex-cônjuge não sócio tem direito a lucros distribuídos depois da separação Danilo Vital 22 de setembro de 2025, 19h18 “Enquanto os haveres não forem efetivamente pagos ao ex-cônjuge, permanece seu direito de crédito em face da sociedade, que deve incidir também sobre os lucros e...