PEC define prazo para indicação de ministros para tribunais superiores

28/02/2011 - 14h15

PEC define prazo para indicação de ministros para tribunais superiores

[Foto: ]

Nova proposta de emenda constitucional fixa prazo máximo de 20 dias para que o presidente da República indique autoridades judiciárias para postos vagos. É uma proposição da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) para evitar que posições relevantes e estratégicas no Poder Judiciário permaneçam vagas por longo tempo, com prejuízo para o desempenho das cortes judiciais e atraso em decisões importantes para a sociedade.

O trecho da Constituição que fixa a competência presidencial na indicação de autoridades para os tribunais superiores (art. 84) não estipula prazo para que as vagas sejam preenchidas.A proposta (PEC 04/11), que agora marca um limite, já está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aguardando indicação de relator. Apoiado por outros 26 senadores, o texto irá a Plenário se passar na comissão.

O prazo deve valer, por exemplo, para a escolha de ministros para o Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Superior Tribunal Militar (STM). O mesmo tempo deve ser observado ainda para as indicações de desembargadores para o Tribunal Regional Federal (TRF) e o Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Quando a nomeação depender ainda de aprovação do Senado, como acontece nesses casos, o presidente da República terá os mesmos 20 dias para submeter os nomes ao exame desta Casa.

Legitimidade

Marisa Serrano avalia que o desfalque por tempo indeterminado em colegiados do Judiciário pode gerar graves danos à coletividade. Além do atraso no desfecho de controvérsias jurídicas importantes, como entende a senadora, a demora pode motivar questionamentos sobre a legitimidade das decisões adotadas.

A autora já havia antecipado sua intenção de apresentar a PEC no início do mês, em Plenário. Ela disse que a ideia surgiu devido à demora do então presidente Lula em indicar novo nome para o STF. Com onze membros, a corte ficou com uma vaga em aberto desde a aposentadoria do ministro Eros Grau, em agosto. Somente neste início de mês a presidente Dilma Rousseff indicou Luiz Fux, logo aprovado pelo Senado.

Marisa Serrano observou que os tribunais são compostos de números ímpares de ministro exatamente para evitar impasses em casos polêmicos. Foi o que aconteceu no julgamento referente à aplicação da Lei da Ficha Limpa, onde houve empate na votação. Agora caberá ao ministro Luiz Fux desempatar o resultado, na decisão final sobre a questão.

A senadora destacou comentários do vice-presidente do Supremo, ministro Carlos Ayres Britto, para quem aqueles "seis meses de desfalque [com a vaga deixada por Eros Grau] evidenciaram o risco e foram um aprendizado para todos". Ela também lembrou que a própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) havia solicitado rapidez na indicação do novo ministro.

- Mas Lula esperou o fim das eleições e deixou a decisão para sua sucessora, prejudicando as atividades do Supremo - disse ela.

Gorette Brandão / Agência Senado
 

Notícias

Pela 1ª vez, uniões consensuais superam casamento civil e religioso

Pela 1ª vez, uniões consensuais superam casamento civil e religioso Censo 2022 revela que 51,3% da população tinha relação conjugal Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil Publicado em 05/11/2025 - 10:03 Brasília Origem da Imagem/Fonte: Agência Brasil  -  Certidão de...

STJ autoriza penhora de imóvel financiado para quitar dívida de condomínio

STJ autoriza penhora de imóvel financiado para quitar dívida de condomínio Alessandro Junqueira de Souza Peixoto A decisão do STJ muda o jogo: Agora, imóveis financiados também podem ser penhorados para pagar dívidas de condomínio. Entenda o que isso significa para síndicos e...

Neto poderá ter avós maternos reconhecidos como seus pais

Neto poderá ter avós maternos reconhecidos como seus pais Ele moveu ação para reconhecimento de paternidade e maternidade socioafetiva 29/10/2025 - Atualizado em 29/10/2025 A 4ª Câmara Cível Especializada do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) cassou uma sentença da Comarca de Diamantina e...

Georreferenciamento: novo prazo para 2029 gera alívio e controvérsia

Opinião Georreferenciamento: novo prazo para 2029 gera alívio e controvérsia Nassim Kassem Fares 27 de outubro de 2025, 19h35 O projeto e seu substitutivo, que estendeu a prorrogação para todos os imóveis rurais, tiveram como objetivo oferecer “uma solução legislativa viável, segura e proporcional...